Fantástico mostra como o Maranhão continua na pobreza

Esta semana, fotos que mostravam um menino recolhendo um pinheiro natalino do lixo e o levando para casa viralizaram nas redes e emocionaram. O Fantástico foi até o lixão de Pinheiro, no Maranhão, onde as imagens foram feitas, para saber mais dessa história.

Gabriel da Silva, o menino clicado, tem 12 anos e sonha em ser jogador de futebol. Ele estuda pela manhã, mas ajuda a mãe, que é catadora, à tarde. “Nunca tive uma árvore de Natal em casa”, conta Gabriel, que se surpreendeu com a repercussão de sua história.

O responsável pelo imenso alcance que a história alcançou foi o Padre Júlio Lancellotti. Ele postou as fotos em suas redes sociais após recebê-las do autor, o fotógrafo paraense João Paulo Guimarães.

“Eu estava fotografando. De repente, vi o Gabriel puxar de dentro da sacola uma árvore de Natal. E final de ano e com a pandemia acontecendo, as coisas tem sido tão difíceis, né? Na hora eu olhei aquilo ali, ele puxando aquela árvore, bateu aquela consciência do que estava acontecendo, e comecei a chorar”, relembra João.

Esta semana, João e o defensor público Eurico Arruda — que postou um vídeo que acabou levando o fotógrafo até o lixão de Pinheiro — voltaram ao local com a equipe do Fantástico. O advogado chama atenção para a situação de Gabriel e da família dele, que é a de muitos outros brasileiros:

“Essas pessoas estão invisíveis. Elas estão excluídas. Isso é uma afronta à dignidade humana: você se deparar com pessoas que estão vivendo abaixo da linha da miséria. Isso nos choca como seres humanos. Nós temos a missão de buscar justiça social para essas comunidades.”

No Brasil, diariamente, 35 mil toneladas de lixo vão direto para lixões. Onze anos após a criação da Lei de Resíduos Sólidos, que regulamenta o descarte e prevê a criação de aterros sanitários, ainda há mais de 2,6 mil lixões totalmente irregulares no país. No Maranhão, dos 217 municípios, apenas 11 descartam o lixo que produzem em aterros sanitários. Isso significa que 95% das cidades ainda dependem dos lixões.

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