A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) afirmou que o Congresso Nacional vai trabalhar para derrubar o vetor ao projeto de pobreza menstrual.
Em alusão ao Dia Internacional da Mulher, comemorado neste 8 de março, as bancadas de parlamentares mulheres da Câmara e do Senado apresentaram ao presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) uma lista de pautas que, defendem, sejam considerados prioritárias para análise em março. Entre eles está o veto do presidente Jair Bolsonaro ao projeto de combate à pobreza menstrual (PL nº 4.968/19) que pretendia a distribuição gratuita de absorventes a mulheres em situação de vulnerabilidade, detentas e estudantes de baixa renda de escolas públicas.
A pobreza menstrual é uma classificação usada para descrever a situação de quem sofre com a falta de acesso a recursos e conhecimento para cuidar de si durante a menstruação. Números trazidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) dão conta de que no Brasil, 25% das meninas entre 12 e 19 anos já deixaram de ir à escola por não terem absorvente para usar. Outro número apresentado pela Unicef mostra que, em todo o mundo, mais de 60% das jovens não são informadas sobre o ciclo menstrual, o que pode acarretar traumas e problemas de saúde ou mesmo gravidez precoce.
Nas pautas, constam como matérias que merecem atenção, como o PL 36/2021 da senadora Eliziane assegurando a participação de pelo menos dois membros da Bancada Feminina nas Comissões Permanentes e Temporárias.
A senadora atuou, com destaque, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, em 2021. Entretanto, o direito de fala dela e das outras senadoras só foi autorizado por após intensa articulação da bancada feminina no Senado. Isso porque, entre os escolhidos para ocupar cadeiras no colegiado, não havia uma mulher sequer.