O primeiro embate do Senado já demonstra a importância do Maranhão ter uma voz divergente dos interesses do grupo Sarney no Senado Federal. A eleição da presidência da Casa promete ser acirrada com dois candidatos do PMDB: Luiz Henrique (SC) e Renan Calheiros (AL).
É de conhecimento de todos a relação de Calheiros com Sarney e o lado peemedebista mais ligado a escândalos. Ele foi denunciado ao Supremo Tribunal Federal (STF) por crimes de corrupção pela Procuradoria Geral da República (PGR). O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, denunciou o senador por peculato, falsidade ideológica e uso de documento falso.
Roberto Rocha fechou com os outros senador do PSB o voto em Luiz Henrique, nome mais leve, sem ligações com grandes escândalos. Tradicionalmente, o partido com maior número de senadores indica o presidente, no caso, o PMDB. Como não há como votar em outro partido, os socialistas preferiram o nome menos ruim.
Segundo Rocha, Henrique se comprometeu com as propostas apontadas pelo PSB: discussão e votação de uma reforma política, concreta e objetiva, que contemple, principalmente, o financiamento de campanhas e o estabelecimento de cláusulas de desempenho eleitoral; votação de uma reforma tributária e um novo pacto federativo que fortaleça Estados e municípios; democratização do Senado Federal, com mudanças no Regimento Interno, que ampliem a participação de todos os senadores nas relatorias e presidências de Comissões Permanentes, Temporárias, Mistas, Especiais e de Inquérito, rompendo com a atual centralização e concentração de poderes nas mãos de um seleto e reduzido grupo, que por cerca de duas décadas se revezam no Poder.
Os senadores sarneystas João Alberto e Edison Lobão fecharam com Renan Calheiros. Na última sexta-feira (30), os dois e participaram da reunião da cúpula do PMDB que definiu a candidatura do enrolado senador como oficial do PMDB.
Os dois já haviam votado em Renan em 2013, quando venceu a eleição.