Operação deflagrada pela PF hoje mira apadrinhados de Lobão

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (1) operação para esclarecer suposta atuação de uma organização criminosa especializada no desvio de recursos previdenciários do Postalis (Instituto de Seguridade Social dos Correios e Telégrafos), fundo de pensão dos funcionários dos Correio.

A Polícia Federal ouviu os ex-dirigentes do Postalis Alexej Predtechensky e Adilson Florência da Costa no âmbito da Operação Greenfield, que apura desvios nos quatro maiores fundos de pensão do País patrocinados por empresas estatais. O foco da investigação no fundo de pensão dos Correios é o Multiner FIP.

Segundo o relatório da CPI dos Fundos de Pensão, da Câmara dos Deputados, o caso Multiner FIP, investimentos em uma empresa de energia, causou prejuízo de R$ 681,2 milhões a três fundos (Funcef, Postalis e Petros). Alexej, conhecido como russo, foi presidente do Postalis e Costa, ex-diretor financeiro.

Alexej foi indicado para o cargo pelo ex-ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, um dos mais fiéis aliados do ex-presidente do Senado, José Sarney. Ele foi sócio de Marcio Lobão, um dos filhos do ex-ministro e atual senador, em uma importadora de carros BMW em Brasília.

OUTRO LADO

O Senador Edison Lobão informa que não indicou o senhor Alexej Predtechensky para o cargo de presidente do fundo Postalis. O próprio Alexej, em depoimento a CPI dos Fundos de Pensão realizada pela Câmara dos Deputados, negou que tenha sido indicado pelo senador.

Em 1994, Alexej Predtechensky e Márcio Lobão foram sócios em uma importadora de veículos em Brasília, cujo empresa encerrou suas atividades em 1997.

Com informações do Estadão

Mais um escândalo de Lobão azeda ainda mais relação com Roseana

Se já está batendo o pé para o senador Edison Lobão candidato a reeleição na sua chapa em 2018, Roseana Sarney agora tem mais um motivo para vencer a queda de braço com o seu pai, José Sarney.

Nesta segunda-feira, o site de notícias BuzzFeed escancarou que o empresário Rodrigo Brito, da AP Energy, admitiu à Polícia Federal que serviu de intermediário de propinas entre a empreiteira Camargo Corrêa e o senador Edison Lobão, envolvendo a obra multibilionária de Belo Monte, um dos episódios da Lava Jato que atinge o PMDB do Senado.

Com mais esse escândalo envolvendo a principal operação policial em curso no país, da qual Lobão é um dos campeões em citações nos mais diversos esquemas envolvendo propinas e favorecimentos, Roseana Sarney vai reforçar sua posição contra a composição do senador e braço direito de José Sarney na sua chapa para 2018.

Ela teme que Lobão seja um peso para a sua já combalida imagem no Maranhão. Para Roseana Sarney, já bastam os esquemas de corrupção que ela colecionou durante a sua vida pública que vão pipocar durante as eleições. Ter que carregar ainda os do senador como seu companheiro de chapa seria praticamente mortal para a eleição mais difícil da sua vida.

É por isso que ela está revoltada com mais um escândalo à nível nacional do senador Edison Lobão.

Janot quer ‘quadrilhão’ do PMDB, incluindo Sarney e Lobão, devolva R$ 200 milhões

Estadão – Ao denunciar os senadores da cúpula do PMDB Edison Lobão (MA), Jader Barbalho (PA), Renan Calheiros (AL), Romero Jucá (RR) e Valdir Raupp (RO) e os ex-senadores José Sarney (AP) e Sérgio Machado (CE), por organização criminosa, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, cobrou dos peemedebistas R$ 100 milhões a título de danos morais e R$ 100 milhões para reparar os cofres da Petrobrás e da Transpetro.

Na denúncia contra o ‘quadrilhão do PMDB’, levada nesta sexta-feira, 8, ao Supremo Tribunal Federal, ainda consta requerimento para que eles percam seus cargos públicos.

Janot ofereceu denúncia contra o ‘quadrilhão do PMDB’ no Senado por crimes envolvendo a administração pública, especialmente na Petrobrás e na Transpetro, apontando que eles teriam causado prejuízo de R$ 5,6 bilhões aos cofres das estatais – sendo R$ 5,5 bilhões na Petrobrás e R$ 113 milhões na Transpetro.

Segundo a peça, os senadores e ex-senadores teriam pego R$ 864 milhões em propinas.

Janot destacou a responsabilidade dos peemedebistas, ‘até os dias de hoje’ na indicação de cargos à estatal – parte deles loteados por ex-diretores que hoje delatam na Lava Jato, como Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa.

Esta é a 34ª denúncia da Procuradoria-Geral da República no âmbito da Operação Lava Jato perante o Supremo.

COM A PALAVRA, VALDIR RAUPP

“Esta denúncia deveria ter aguardado a transição junto ao MP. Nada explica que somente seja oferecida ao apagar das luzes de um mandato que pressionou exageradamente por delações, e que hoje esteja sob suspeita por tal motivo. De qualquer forma, o senador já obteve o não indiciamento em dois inquéritos cujos delatores não provaram nada do alegado, e acredita ser esse o destino do presente caso”

Daniel Gerber, advogado de Valdir Raupp

COM A PALAVRA, O ADVOGADO ANTONIO CARLOS DE ALMEIDA CASTRO, KAKAY, QUE DEFENDE LOBÃO, JUCÁ E SARNEY

Ao jucá e lobão, recebemos essa denúncia com certa perplexidade embora a partir do momento em que o Rodrigo Janot resolveu denunciar todos os envolvidos dividindo por partido, na primeira denuncia do PP e na outra do PT, me parece que ele deixou bem claro que a questão dele é contra os políticos. Ele é contra o partido político. Ele está colocando o simples fato das pessoas estarem filiadas ao partido político e exercerem o dia a dia normal de uma democracia, que é poder indicar pessoas para cargos técnicos, como se isso fosse de alguma forma uma organização criminosa. É espantoso esse raciocínio.

Na realidade, nos temos alguns políticos que estão nesta estrutura que sequer participaram de nenhum tipo de indicação , mas, na visão tacanha do procurador-geral, o simples fato de estar participando do partido político, ter participado às vezes sobre discussão de cargos técnicos – que em qualquer democracia se faz dessa forma – significaria que seria uma organização criminosa.

Sem poder apontar absolutamente nada de ilegal, de contrapartida. Então, em relação ao Jucá e ao Lobão, a defesa recebe cm bastante perplexidade, mas, tendo em vista as denúncias contra partidos políticos, imaginávamos que poderia ser também essa linha.

Ou seja, se faz parte de um partido político e aquele partido deu apoio a um governo – a um governo que Janot é frontalmente contrário, e isso é claro, hoje mais do que nunca – , essas pessoas poderiam ser denunciadas sem nenhuma base legal. Esperamos que o Supremo não receba essa denúncia, porque a política é uma questão necessária para a democracia.

O presidente José Sarney, eu quero ressaltar que somos advogados eu e o ex-ministro do supremo, José Paulo Sepulvi da Pertence. A situação dele é completamente diferente dos outros que estão citados, até porque o presidente já não é senador e não fazia parte dessa discussão de cargo.

COM A PALAVRA, RENAN

“Para criar uma cortina de fumaça tentando desviar o assunto e encobrir seus malfeitos, o procurador-geral começa a disparar mais denúncias defeituosas. Essa é outra tentativa de vincular-me aos desvios criminosos da Petrobras, me denunciando várias vezes pela mesma acusação. Ocorre que eu nunca mantive qualquer relação com os operadores citados e o procurador já sabe disso”.

COM A PALAVRA, SÉRGIO MACHADO

“A defesa de Sérgio Machado reitera que ele continua colaborando com a Justiça. Sua colaboração trouxe provas materiais sobre crimes envolvendo políticos e fornecedores da Transpetro, que vêm sendo confirmados por outras colaborações, e já resultou na instauração de diversos procedimentos perante o Supremo Tribunal Federal, além de inquéritos policiais na Subseção Judiciária de Curitiba.”

COM A PALAVRA, JADER

A reportagem entrou em contato com o a assessoria do senador. O espaço está aberto para manifestação.

Janot pede abertura de inquérito para investigar Lobão

Globo.com – O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal abertura de inquérito sobre o suposto envolvimento do senador Edison Lobão (PMDB-MA) com a holding Diamond Mountain, nas Ilhas Cayman.

O procurador também pediu a quebra do sigilo bancário do parlamentar entre 1º de janeiro de 2011 e 31 de dezembro de 2012.

A suspeita é de crime contra o sistema financeiro e de utilização da holding Diamond Mountain para tentar obter benefícios junto aos fundos de investimentos controlados pelo governo federal, entre os quais o Postalis, dos Correios.

Alvo de quatro inquéritos no Supremo (leia mais informações ao final desta reportagem), Lobão nega as acusações. Segundo a defesa, ele nunca teve ligação com a Diamond Mountain.

Os pedidos serão analisados pelo relator, ministro Luís Roberto Barroso, a quem cabe autorizar a investigação.

A apuração sobre a Diamond Mountain começou em julho de 2014 na Justiça Federal de São Paulo mas, diante de uma testemunha ter citado possível envolvimento de Lobão, a juíza Fabiana Alves Rodrigues mandou tudo para o Supremo.

Nessa decisão, a juíza destacou que o Ministério Público Federal não via indícios para investigar Lobão, mas que, pelo entendimento do Supremo, cabe ao STF decidir o que fazer depois de ouvir a Procuradoria Geral da República.

Janot pediu, em setembro de 2015, coleta de mais informações antes de definir se pediria ou não abertura de inquérito.

Entre as diligências pedidas, Janot requereu compartilhamento de provas produzidas em investigação sobre Lobão na Operação Lava Jato, como a agenda de Lobão como ministro de Minas e Energia, para saber se ele se reuniu com pessoas ligadas à holding.

Agora, o procurador disse que a agenda de Lobão confirmou diversas reuniões com representantes da empresa. E que a suspeita é de que ele era sócio-oculto da Diamond. Segundo ele, os dados coletados exigem o aprofundamento das investigações, com abertura de um inquérito.

“Diante de tais constatações, faz-se mister o aprofundamento e a continuidade das apurações aqui iniciadas, de modo a confirmar ou não o possível envolvimento do congressista nos supostos ilícitos.”

Inquéritos

O senador Edison Lobão é alvo de quatro inquéritos abertos no STF, dos quais três na Operação Lava Jato e um no chamado “Eletrolão”, um desdobramento da Lava Jato, mas que foi separado da operação:

  • Inq 4075 – Apura se Edison Lobão pediu R$ 30 milhões para empresas para financiamento de campanhas do PMDB em 2014 em troca de ajuda em Angra 3 (Lava Jato)
  • Inq 4326 – Apura se existiu uma quadrilha envolvendo integrantes do PMDB do Senado para desviar dinheiro da Petrobras (Lava Jato)
  • Inq 4384 – Apura suspeita de que recebeu R$ 5,5 milhões para interferir em obras do Projeto Madeira; inquérito aberto a partir das delações da Odebrecht (Lava Jato)
  • Inq 4260 – Apura desvios e pagamento de propina na usina de Belo Monte (“Eletrolão”)

Lobão, o “Esquálido”, é investigado em lista sigilosa da Lava Jato

O nome do senador Edison Lobão (PMDB) continua aparecendo nas investigações da Lava Jato. Desta vez, o “Esquálido”, como foi apelidado pelos responsáveis pela propina na Odebrecht, está em uma lista sigilosa do Ministério Público.

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, 25 petições feitas pela Procuradoria-Geral da República ainda estão em segredo por decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal.

É nessa lista que aparece Lobão. O jornal conta que as petições tratam de fatos ainda não divulgados. Estes casos permanecem em sigilo porque a procuradoria entende que a sua divulgação pode prejudicar as investigações.

Nos documentos já divulgados, soube-se que Lobão, o “Esquálido”, é acusado de ter recebido R$ 5,5 milhões em propina da Odebrecht, para rever o resultado do leilão da usina de Jirau. O objetivo é que a Odebrecht assumisse o empreendimento.

“Ele sinalizava que iria nos ajudar. E que precisava de nossa ajuda, de propina”, declarou o delator Henrique Serrano do Prado Valadares, ex-executivo da Odebrecht na área de energia.

Janot recebe informações sobre conta de Lobão na Suíça

lobaoSegundo o jornalista de O Globo, Lauro Jardim, a procuradoria da Suíça já enviou a Rodrigo Janot todos os dados da conta secreta que Edison Lobão (foto) mantinha no país.

Um dos executivos da Camargo Corrêa que fez acordo de delação premiada na Operação Lava Jato, Luiz Carlos Martins, afirmou que a empreiteira usou uma microempresa sediada em Santana de Parnaíba (SP) para pagar R$ 2 milhões ao senador Edison Lobão (PMDB-MA). O depoimento foi prestado em março à Polícia Federal, em Brasília, por ordem do STF (Supremo Tribunal Federal).

O pagamento, segundo Martins, estava relacionado à construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. Conforme o delator, que foi diretor da Camargo, o repasse foi feito porque Lobão “teria ajudado a montar os consórcios e para que ele não impusesse obstáculos ao andamento da obra”.

Os pagamentos da Camargo para a AP Energy Engenharia e Montagem teriam ocorrido entre 2011 e 2012, quando Lobão era o ministro de Minas e Energia no primeiro mandato de Dilma Rousseff.

O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado afirmou a investigadores da Operação Lava Jato, em depoimentos de delação premiada, ter repassado propina a mais de 20 políticos de 6 partidos. O novo delator da Lava Jato contou aos procuradores da República sobre pedidos de doações eleitorais de parlamentares de PMDB, PT, PP, DEM, PSDB e PC do B.

Lobão recebeu, sozinho, um quarto de toda a propina do PMDB, diz delator

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Estadão – Em delação premiada, o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado afirma que o senador Edison Lobão (PMDB-MA) recebeu R$ 24 milhões de propina desviada da estatal. O valor representa quase um quarto de todos os recursos que Machado alega ter pago ao PMDB ao longo dos 11 anos em que esteve à frente da empresa, que somam “pouco mais” de R$ 100 milhões.

Segundo o delator, Lobão, que foi ministro de Minas e Energia entre 2008 e 2015, afirmou que queria receber a maior propina mensal paga aos membros do PMDB. O então ministro queria que o valor para ele fosse fixado em R$ 500 mil por mês, mas Machado teria dito que só poderia transferir R$ 300 mil. Os repasses eram feitos por intermédio do filho do senador, Márcio.

De acordo com Machado, parte dos valores a Lobão, R$ 2,7 milhões, foram pagos pelas empreiteiras Camargo Corrêa e Queiroz Galvão e registrados como doações oficiais. Em alguns casos, a propina ia diretamente para o diretório do PMDB no Maranhão, mas sempre “carimbadas” para beneficiar especificamente o senador. Os demais valores foram pagos em espécie.

Os repasses eram maiores nos anos eleitorais e foram feitos entre fevereiro e dezembro de cada ano. Machado afirmou que, a cada mês, era chamado ao gabinete do então ministro na Esplanada dos Ministérios para discutir como o repasse seguinte seria feito. Geralmente, segundo o delator, os pagamentos eram encaminhados para um escritório no centro do Rio de Janeiro.

Em nota, a defesa de Lobão nega que ele tenha recebido qualquer valor indevido. O comunicado também diz que a delação de Sérgio Machado tem que ser vista “com muita ressalva” dadas as circunstâncias em que foi feita para impedir a prisão dos filhos do delator.

Executivo da Camargo Corrêa diz que Lobão recebeu R$ 2 milhões em propina

Data: 13/06/2012 Editoria: Brasil Reporter: Paola Moura Pauta: Rio+20 Setor: Economia Persoangem: Ministro de Minas e Energia, Edson Lobao, participa da abertura da Rio+20. Tags: Rio+20, Dilma Fotografo: Aline Massuca/Valor Economico

Folha – Um dos executivos da Camargo Corrêa que fez acordo de delação premiada na Operação Lava Jato, Luiz Carlos Martins, afirmou que a empreiteira usou uma microempresa sediada em Santana de Parnaíba (SP) para pagar R$ 2 milhões ao senador Edison Lobão (PMDB-MA).

O depoimento foi prestado em março à Polícia Federal, em Brasília, por ordem do STF (Supremo Tribunal Federal).

O pagamento, segundo Martins, estava relacionado à construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. Conforme o delator, que foi diretor da Camargo, o repasse foi feito porque Lobão “teria ajudado a montar os consórcios e para que ele não impusesse obstáculos ao andamento da obra”.

O depoimento consta de inquérito aberto em março pelo ministro do STF Edson Fachin como um desdobramento da Lava Jato a pedido da Procuradoria-Geral da República.

Em 2015, a Lava Jato já havia colhido a acusação da Camargo, em delação, de que Lobão havia recebido propina, mas agora a investigação recebeu os primeiros indícios do “caminho do dinheiro”.

Segundo Martins –o que foi confirmado por documentos que a empreiteira entregou à PF–, os pagamentos da Camargo para a AP Energy Engenharia e Montagem ocorreram entre 2011 e 2012, quando Lobão era o ministro de Minas e Energia no primeiro mandato de Dilma Rousseff.

Os serviços da AP eram “fictícios” e nunca foram prestados, disse o delator. As notas fiscais indicam pagamentos de R$ 1,22 milhão e R$ 1,26 milhão. Cerca de R$ 583 mil ficaram com os responsáveis da AP a título de “comissão” pelo trabalho de intermediação dos repasses, segundo o delator.

Em fevereiro de 2011, a Norte Energia, concessionária de Belo Monte, assinou o contrato com um consórcio de dez empreiteiras para a realização das obras da hidrelétrica. A Andrade Gutierrez assumiu a liderança do consórcio, com 18% das ações, seguida por Camargo e Odebrecht, com 16% cada uma.

Martins foi escolhido pela Camargo para ser o representante da empresa nas reuniões do conselho do CCBM (Consórcio Construtor de Belo Monte). No segundo semestre de 2011, segundo Martins, ele ouviu do representante da Andrade no consórcio, Flávio Barra, que “1%” do valor total das obras deveria ser pago “em partes iguais para os partidos PT e PMDB”.

As obras estavam estimadas em R$ 13,4 bilhões, o que projeta uma propina de R$ 134 milhões, valor dividido entre as diversas empreiteiras envolvidas no projeto. Pelos cálculos de Martins, a cota da Camargo era de R$ 21 milhões.

Surgiram, porém, problemas no acerto. O delator disse que Barra afirmou que “algumas das construtoras não haviam feito o pagamento devido” e que “o então ministro Lobão estava fazendo a cobrança em nome do PMDB”.

Martins levou o assunto ao seu superior, Dalton Avancini, que hoje também é delator. Avancini respondeu, segundo o delator, que “resolveria o problema do PT” e incumbiu Martins de “resolver o problema do PMDB”.

Martins declarou que, embora “não se conformasse” com a cobrança, passou a tratar de encontrar “um caminho” para o envio do dinheiro. Segundo ele, “a remessa de valores ao Maranhão ficou ao encargo da AP Energy ou de outras empresas ligadas a ela ou até mesmo de seus sócios”. O delator não soube dar detalhes de como o dinheiro teria chegado a Lobão, mas afirmou ter “a convicção” de que houve a entrega porque “cessaram as cobranças”.

Barra, o executivo da Andrade, também fechou delação. A Folha apurou que ele prestou, em março, um longo depoimento sobre Belo Monte, ainda sob sigilo.

OUTRO LADO

O advogado do senador Edison Lobão (PMDB-MA), Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirmou que seu cliente “não conhece a empresa AP Energy nem os sócios dela”.

“Só isso já demonstra a completa mentira e irresponsabilidade da delação. É lamentável que as palavras dos delatores tenham foro de verdade, pois no caso concreto são absolutamente falsas”, afirmou Kakay.

Localizado por telefone pela Folha nesta quinta-feira (9), um dos sócios proprietários da AP, Fernando Mendes Brito, afirmou que não se recordava do pagamento total de R$ 2,5 milhões recebido pela sua empresa, entre 2011 e 2012, da Camargo Corrêa.

Brito primeiro afirmou que já trabalhou com a Camargo Corrêa, “mas em coisas pequenas”. “Esse valor que o senhor falou, sinceramente, desconheço totalmente.” Minutos depois, porém, entrou em contradição: “Nunca trabalhei com a Camargo Corrêa, nunca com eles”.

Brito disse que a AP está desativada “há alguns anos” e que não conhece o senador Edison Lobão. “Nem sei quem é, sinceramente”, disse.

Ele afirmou que iria procurar seu advogado, que entraria em contato com a Folha, mas isso não havia ocorrido até a conclusão desta edição.

O outro sócio de Brito na AP, Marcelo Martinelli Szanto, também citado pelo delator Luiz Carlos Martins como participante da contratação “com objeto fictício”, não foi localizado pela reportagem da Folha.

Janot cogita inquéritos para investigar Jucá, Renan, Sarney e Lobão

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Brasil 247 – Com a homologação do acordo de delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, a Procuradoria Geral da República avalia pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de inquéritos para investigar o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador Romero Jucá (PMDB-RR), o ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) e o senador Edison Lobão (PMDB-MA).

O pedido de abertura de inquéritos terá como base fatos narrados por Machado em depoimentos que prestou a investigadores da operação Lava Jato. Além da gravação de conversas com as lideranças peemedebistas, o ex-presidente da Transpetro detalhou nesses depoimentos como funcionou um esquema de corrupção na subsidiária da Petrobras destinado a suposto enriquecimento ilícito dos políticos.

As conversas com os procuradores, nas quais Machado mostrava a intenção de aderir ao instituto da delação premiada, começaram há um mês. As gravações já tinham sido realizadas e foram entregues por Machado durante esses depoimentos.

Delações que tiram o sono de Lobão começam nos próximos dias

lobaoLauro Jardim – Começam a ser tomados nos próximos dias em Brasília os depoimentos dos onze executivos da Andrade Gutierrez que fizeram acordo de delação premiada.

No máximo em 30 dias, estarão homologadas por Teori Zavascki. Em suas tratativas para a delação, no cardápio que fizeram sobre o que contariam, 121 nomes foram citados.

A delação dos executivos da Andrade Gutierrez acabou de vez com o sono do senadorEdison Lobão (foto) e do seu entorno.