As cúpulas da Polícia Federal e da Controladoria Geral da União que participaram da operação “Sermão aos Peixes” concederam entrevista coletiva na sede da Superintendência da PF no Maranhão. Eles detalharam as investigações e os desvios de verbas federais e estaduais por das contratações das empresas terceirizadas ICN e Bem Viver.
Para o Superintendente da Polícia Federal no Maranhão, Alexandre Saraiva, “a saúde do Maranhão estava sendo controlada por uma organização criminosa. Era esse tipo de gente que estava cuidando da saúde do povo do Maranhão”. Ele apontou também que o ex-secretário de Saúde, Ricardo Murad, era o chefe desta organização. Segundo o superintendente, este modelo burla a legislação justamente para o desvio. “Se este dinheiro chegasse, o povo do Maranhão teria uma saúde de primeiro mundo. Infelizmente, esse dinheiro foi para outros objetivos e a saúde está do jeito que está hoje”.
A apuração envolve de 2010 a 2013. Neste período, o volume de recursos envolvido é de R$ 2 bilhões. Deste, a estimativa é de R$1,2 bilhão de desvio com o que já foi apurado. Mas ainda deve encontrar mais desvios. E a investigação não envolveu o ano de 2014, justamente o ano das eleições. Os policiais disseram que ainda não têm elementos para dizer que o desvio foi usado em campanha eleitoral.
A CGU identificou que os recursos transeridos passavam direto para as OSCIPs sem passar pela secretaria. Os contratos eram firmados sem controle. Ricardo teria alegado que a contratação das instituições davam mais agilidade as ações da secretaria, quando na realidade, segundo a PF, era uma forma de burlar as licitações e as formas de contratação legal de pessoal, medicamentos, etc.
Os policiais federais encontraram montagens de processos, direcionamento de contratações, pagamentos por serviços não prestados e/ou materiais não fornecidos.