O futuro ministro da Casa Civil, deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), informou ontem que o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) irá mesmo fundir os ministérios da Agricultura e Meio Ambiente. Na prática, o Ministério do Meio ambiente some subjugado aos interesses do agronegócio.
Uma das maiores defensoras da causa ambiental, a candidata a presidência derrotada, Marina Silva, fez duras críticas à medida. Marina afirmou que é um retrocesso incalculável e que o próprio agronegócio será prejudicado pois passará aos consumidores internacionais a ideia de que o setor sobrevive apenas em função do desmatamento das florestas.
Enquanto isto, o deputado federal Sarney Filho, que ocupava o cargo de ministro o Meio Ambiente até abril e sempre teve a pauta ambiental como sua bandeira não se manifestou.
Ativo nas redes sociais durante a campanha eleitoral quando concorreu ao cargo de senador, Sarney Filho fez poucas postagens após as eleições. Apenas uma para agradecer os votos e uma para comemorar que o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses concorre a Sitio do Patrimônio Natural da Humanidade.
No dia 22 de outubro, Zequinha assinou artigo junto com outros ex-ministros de Meio Ambiente publicado na Folha de São Paulo no qual solicitavam que o ministério permanecesse e o que Brasil continuasse no Acordo de Paris, mantendo os esforços a favor de uma economia de baixo carbono e no combate ao desmatamento ilegal.
Porém, ainda não fez nenhuma manifestação sobre a medida de Bolsonaro contra estas premissas.
A família Sarney apoiou Bolsonaro no segundo turno das eleições presidenciais e segue de olho em espaços de poder no novo governo.
Sarney Filho condena proposta de fusão do MMA ao Ministério da Agricultura
O ex-ministro do Meio Ambiente e deputado Sarney Filho (PV-MA) criticou, hoje, na Câmara dos Deputados a notícia de que o novo governo promoverá a fusão do MMA com o Ministério da Agricultura. “É uma irresponsabilidade o que o governo eleito está fazendo, não só com o Brasil, mas com as futuras gerações”, afirmou Sarney Filho.
Na reunião realizada pela Comissão do Meio Ambiente (CMADs) foi aprovada proposta do deputado para a realização de audiência pública que irá discutir as implicações da incorporação da área ambiental ao Ministério da Agricultura.
O anúncio da fusão foi criticado tanto por ambientalistas quanto por representantes do agronegócio que participaram da reunião da CMADs.
“Antes das eleições de 7 de outubro o presidente eleito, Jair Bolsonaro, havia recuado dessa mudança e também de retirar o Brasil do Acordo de Paris, mas ontem fomos surpreendidos com a confirmação feita por sua equipe”, disse Sarney Filho.
Para o ministro, o fato de o país ter enfrentado um ano eleitoral e agora as incertezas sobre a política ambiental, irão refletir no aumento dos desmatamentos. Ele lembrou que a política adotada nos últimos dois anos permitiu diminuir os índices de desmatamento. “Conseguimos, inclusive, o compromisso com os produtores de soja na Amazônia, que voluntariamente aderiram ao compromisso de não desmatarem novas áreas. Isso deu segurança aos compradores de outros países de que não estavam comprando produtos vindos da degradação ambiental”, afirmou o deputado.
Ele alertou para os riscos de o Brasil não cumprir os seus compromissos internacionais, sendo que hoje o país exerce forte liderança no mundo na área ambiental.
Gabinete do deputado Sarney Filho