O blog do Glaucio Ericeira verificou, junto ao Poder Judiciário e outras fontes, que não há agendamento para a votação da lista sêxtupla destinada à formação da lista tríplice do Tribunal de Justiça do Maranhão nesta quarta-feira, dia 26. Essa lista tríplice será utilizada para selecionar o novo desembargador ou desembargadora do Palácio Clóvis Beviláqua, através do dispositivo do Quinto Constitucional destinado à advocacia maranhense.
Adicionalmente, a Ordem dos Advogados do Maranhão (OAB-MA) e os seis candidatos, sendo três advogadas e três advogados, que disputam a indicação não receberam notificação sobre a sessão de votação.
Conforme o regimento interno do Tribunal, é necessário que seja expedido um documento de convocação para essa votação, o qual ainda não foi emitido.
No início do mês, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) acatou um procedimento de controle administrativo apresentado pelos conselhos estadual e federal da Ordem dos Advogados do Brasil. Esse procedimento tornou sem efeito a resolução aprovada pelo TJMA sobre a escolha do novo desembargador ou desembargadora advindo da advocacia maranhense através do Quinto Constitucional.
Essa resolução de número 23/2023, de forma inédita, criou uma comissão para avaliar, por meio de audiência pública, os seis nomes selecionados pela categoria, sendo três mulheres e três homens. Esses nomes foram escolhidos por meio de votação aberta e sabatina interna do conselho da seccional.
A resolução concedia poderes à comissão para não aprovar a lista sêxtupla e devolvê-la à OAB do Maranhão, a fim de reiniciar o processo de escolha. Além disso, estabelecia que a formação da lista tríplice deveria ser realizada por meio de voto secreto.
A Ordem dos Advogados do Maranhão questionou, no procedimento de controle administrativo, que as alterações propostas foram feitas após a formação da lista sêxtupla, o que poderia caracterizar inédito casuísmo e insegurança jurídica para os candidatos e desembargadores votantes. Alegou também que as mudanças modificavam as regras processuais em curso e o juízo competente, o que não seria esperado da Corte de Justiça.
Entre os pontos questionados pela Ordem estão: a formação da comissão para análise dos requisitos dos candidatos da lista sêxtupla, a realização de audiência pública para avaliar os requisitos necessários ao exercício do cargo, a elaboração de parecer opinativo sobre os candidatos, a retirada da competência do Plenário do Tribunal de Justiça para apreciação dos requisitos constitucionais dos candidatos, a participação no procedimento de formação da lista tríplice e a votação secreta da lista do Quinto Constitucional do Tribunal de Justiça do Maranhão.
Na decisão, o conselheiro Sidney Pessoa Madruga determinou que o TJMA utilize um expediente já presente no seu Regimento Interno e proceda à votação de forma nominal e aberta. Assim, será formada uma lista tríplice com os nomes dos três postulantes mais votados, sendo a escolha final do novo desembargador ou desembargadora do Palácio Clóvis Beviláqua atribuída ao governador Carlos Brandão (PSB).