Nesta segunda-feira, 31, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) realizam um protesto na BR-135, na entrada de São Luís, após o resultado do segundo turno das eleições, que deu a vitória a Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O Maranhão tem dois trechos bloqueados em rodovias federais. A primeira interdição começou por volta das 14h30, no km-320, da BR-010 em Açailândia.

A segunda interdição aconteceu por volta das 16h56, no km-6, da BR-135, em São Luís.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), não há previsão de término do movimento e pede que os motoristas utilizem o trecho que dá acesso ao Porto até a avenida dos Portugueses.

Apesar da vitória de Lula, a campanha liderada pelo ex-governador e senador eleito Flávio Dino (PSB) em prol do presidente eleito no segundo turno foi derrotada na disputa pela ampliação do eleitorado.

No Maranhão, o candidato do PL teve o total de 28,87% de votos, com cerca de 1.082.749 eleitores, já o petista cravou nas urnas 71,14% dos votos válidos registrados.

O atual presidente e candidato derrotado, Jair Bolsonaro (PL) conquistou mais votos no segundo turno em comparação ao primeiro turno. Ambos os candidatos a presidente cresceram, mas Lula cresceu pouco em relação ao primeiro turno.

Enquanto Lula teve 64.971 votos a mais, Bolsonaro teve 98.888 votos a mais. Uma vitória do atual presidente entre os votos disputados no segundo turno no Maranhão.

“Bolsonaristas” deverão fechar em breve e fazer parte da base de Lula

Pelo perfil dos deputados federais eleitos pelo Maranhão, do que depender da bancada do estado, o presidente Lula não deverá ter grandes dificuldades em se aliar com os deputados que apoiaram a reeleição do presidente Bolsonaro.

Lula já vai ter apoio dos três senadores do Maranhão. Flávio Dino, Eliziane Gama e Weverton Rocha apoiaram o petista no segundo turno.

Na Câmara Federal, os principais apoiadores de Bolsonaro que fizeram campanha no segundo turno não deverão ter problema em fazer coalisão como sempre fizeram, independente de quem está sentado na cadeira de presidente. Afinal, seja com outro nome, seja com novas regras, as emendas do relator (ou orçamento secreto) seguirá sendo fundamental para dar grande vantagem aos deputados que estão no mandato na busca da reeleição.

Josimar de Maranhãozinho, Detinha, Pedro Lucas Fernandes, André Fufuca, Cléber Verde, Aluísio Mendes e Júnior Lourenço fizeram campanha para Bolsonaro, mas não deverão ter problema em negociar e fechar com o governo do petista.

O único bolsonarista raiz eleito no Maranhão é o representante de Imperatriz, Josivaldo JP. Este certamente deve permanecer em uma base conservadora mais sólida no Congresso. O Pastor Gil também deve permanecer na oposição. Apesar da sedução das emendas, por uma pressão da igreja, ele deve ficar contra o governo Lula.

No mais, no que depender da bancada do Maranhão, Lula não deverá ter problemas.

O ex-presidente do Brasil, José Sarney (MDB), enviou um vídeo na noite deste domingo (30), parabenizando Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmar a vitória do petista no segundo turno.

Em um vídeo, Sarney diz que Lula ‘foi um instrumento para que o Brasil demonstrasse que a democracia foi consolidada’. Em sua mensagem, o ex-presidente citou uma frase do ex-presidente dos Estados Unidos, Abraham Lincoln.

“Parabenizamos o presidente Lula pela sua grande vitória. Ele foi um instrumento em que o Brasil demonstrou que a democracia foi consolidada. Hoje, o Brasil é o segundo país democrático do mundo ocidental e nós estamos assistindo uma eleição que consolida justamente isso. Essas ideias que levaram [Abraham] Lincoln a dizer que a democracia é o governo do povo, pelo povo, para o povo”, disse Sarney.

Pouco mais de 13 horas após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declarar Luiz Inácio Lula da Silva (PT) presidente eleito do país, Jair Bolsonaro (PL) segue em silêncio.

Desde o início do funcionamento das urnas eletrônicas nas eleições presidenciais, em 1998, esta é a primeira vez que um candidato derrotado evitou fazer declarações públicas após o resultado.

Na manhã desta segunda-feira, o atual mandatário recebeu no Palácio do Alvorada o seu parceiro de chapa, o general Braga Netto, e o filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

Aliados têm a expectativa de que o mandatário se manifeste publicamente ainda nesta segunda-feira.

Como era esperado, sem a motivação das eleições locais para deputado estadual e deputado federal, a abstenção aumentou no segundo turno no Maranhão.

No primeiro turno, o total de abstenção foi de 1.118.852, o que equivale a 22,2% do eleitorado. Já no segundo turno, a abstenção foi de 1.184.503, o equivalente a 23,51% do eleitorado.

Foram 65.651 a mais que deixaram de votar no segundo turno. Um aumento próximo de 6%.

Apesar do governo do estado ter colocado o serviço de ferry boat e transporte semiurbano gratuito, assim como as prefeituras de São Luís e Imperatriz que deram gratuidade do transporte coletivo, grande parte do eleitorado preferiu não comparecer.

A senadora maranhense Eliziane Gama (Cidadania) novamente contrariou os prognósticos dos críticos que costumeiramente tentam reduzir a sua força e importância política. O resultado da eleição presidencial colocou a senadora em um patamar de importância gigantesca no cenário político nacional.

Eliziane estava em lugar de destaque durante o discurso da vitória de Lula na Avenida Paulista e foi citada pelo presidente eleito como uma três mulheres mais importantes da campanha ao lado de Marina Silva e Simone Tebet.

A senadora do Maranhão entrou na campanha de Lula enfrentando a ira de boa parte da sua agremiação religiosa ligada ao bolsonarismo e tendo a missão de ser a voz do lulismo dentro do segmento evangélico em todo o Brasil. A senadora encarou o desafio e teve o reconhecimento de Lula.

A senadora está agora em posição de muita relevância no mandato do petista e com a missão de se tornar ainda mais efetivamente a voz evangélica para reconstruir o diálogo sobre a religião e o campo político progressista e de movimentos sociais.

A senadora maranhense é agora a principal ligação destas forças em todo o país.

Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito novamente presidente do Brasil. O líder petista venceu o segundo turno da disputa, realizado neste domingo (30), ao derrotar o atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PL), o primeiro a não conseguir a reeleição.

Segundo dados da apuração realizada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) atualizados até as 19h57 deste domingo (30), Lula tem 50,82% dos votos válidos, contra 49,18% do atual presidente da República.

Bolsonaro liderou a apuração dos votos até por volta das 18h40. Aproximadamente às 18h45, Lula virou e lidera a contagem até o momento.

Quando assumir, em janeiro, Lula, 77, será o mais velho ocupante do cargo na história. Será sua terceira passagem pelo governo, que liderou em dois mandatos (2003-2010).

O senador Roberto Rocha (PTB) votou, neste domingo, na UNDB, no bairro Renascença II, por volta de meio-dia. Ele chegou ao colégio eleitoral acompanhado de sua família.

Bolsonarista de primeira hora, o senador maranhense analisou os antagonismos socioeconômicos no Brasil, que, segundo o senador, serão um agravante a ser enfrentado pelo próximo presidente da república:

“Temos uma enorme tarefa pela frente: fazer desse país uma única nação. Nós temos dois Brasis completamente distintos, um do outro. Da metade pra baixo, temos um Brasil em que a sociedade é maior que o governo. E o Brasil da metade pra cima, em que o governo é maior que a sociedade.

Lamentavelmente o mundo enxerga isso claramente, o que gera insegurança jurídica para os investidores. Fazer, do Brasil, um só pais é um desafio que o presidente Bolsonaro terá, emancipar o nordeste brasileiro, dando condições de trabalho para as pessoas, promovendo desenvolvimento econômico”, avaliou.

Rocha destacou as eleições de 2022 como um das maiores disputas eleitorais da história do Brasil e afirmou que acredita na vitória de Jair Bolsonaro. “São dois dos maiores líderes, não só do pais, mas do planeta. E não tenho dúvida que Bolsonaro será reeleito com mais de oito milhões de votos”, afirmou Roberto Rocha.

Neste domingo, 30, o vice-prefeito de Buriti Bravo, Welson Amorim (PP) foi preso sob suspeita de compra de votos.

Apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), ele estaria oferecendo vantagens a eleitores em troca de votos.

Amorim já vinha sendo monitorado desde que, há alguns dias, ele divulgou um áudio em grupos de WhatsApp da região prometendo fazer um churrasco com seis bois e 220 grades de cerveja caso o atual presidente obtenha mais votos que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na cidade.