Sarney e Aécio: parceria de 30 anos

Por que durante evento de campanha no Maranhão, o senador Sarney só fez críticas a Marina Silva e “esqueceu” a existência de Aécio Neves, principal adversário de Dilma? Simples. Na época (metade do mês de setembro), já era claro que Marina estava em queda nas pesquisas e Aécio em uma crescente muito forte. A inigualável visão de futuro político de Sarney já imaginava que o tucano poderia virar e se eleger presidente, já que os votos de Marina estavam migrando para Aécio.

O modelo “camaleão” de José Sarney é conhecido por todos. É ledo engano imaginar que Sarney estará “morto” politicamente caso Aécio Neves vença a eleição. Sarney sabe que se Aécio ganhar, terá espaço em um governo tucano, do qual já fez parte na década de 90 e não teria pudor em retornar.

Ao participar de evento do candidato  governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (PMDB), Aécio com um adesivo do 15 no peito afirmou que governará com “o lado bom do PMDB”. Leia-se como “lado bom”, os caciques do partido. E os caciques do partido que nunca foi oposição em sua história farão parte de um possível governo Aécio.

Como Sarney tem influência principalmente com o próprio Aécio e não consegue viver descolado do poder, poderá até se filiar ao PSDB para estar no poder, e terá a ficha abonada com louvor por Aécio.

Vale frisar a trajetória de Aécio ao lado de Sarney. Foi o presidente maranhense quem nomeou Aécio diretor de loterias da Caixa aos 25 anos de idade. Sarney também cedeu concessões de rádio ao neto de Tancreto.

Sarney está com a relação abalada com Dilma pelo desinteresse da petista em ajudar seu candidato nas eleições maranhenses. O real devedor de Sarney é Lula, e não Dilma que suportou a convivência com o oligarca. Se alguém, de fato, pode dar uma grande sobrevida a Sarney, este alguém é seu velho aliado, Aécio Neves.