Antes, as pessoas se perguntavam o que fazer com os grandes resíduos que não são levados pela coleta de lixo tradicional. Um sofá, uma geladeira que não serviam mais acabavam tendo que ser descartados de forma irregular mesmo por quem tinha consciência ambiental por falta de opção.
Os Ecopontos implantados pela prefeitura de São Luís foram fundamentais para mudar esta realidade. Eu mesmo já descartei resíduos no Ecoponto do Habitacional Turu e verifiquei a organização do espaço, divisão dos tipos de materiais e receptividade. Hoje, não tem desculpa para descartar grande lixo em local inapropriado e obstruir as galerias, contribuindo com as enchentes.
Para além do aspecto ambiental, os Ecopontos contribuem para a cadeia produtiva. Por meio da parceria com a Prefeitura, cooperativas como a Reciclagem São Luís (Coopresl) tem recebido um maior volume de material e com isso aumentado o trabalho e a renda dos cooperados, que têm na atividade a principal fonte de renda da família.
Todo o material reciclável coletado nos Ecopontos, que hoje funcionam em cinco bairros da capital – Jardim América, Parque Amazonas, Bequimão, Turu e Angelim – são encaminhados às cooperativas e associações que fazem a seleção e a comercialização do material.
A presidente da Coopresl, primeira cooperativa de reciclagem do Maranhão, Maria José Castro, conta que houve um aumento significativo no volume de material recebido por eles a partir da criação dos Ecopontos. “Atualmente trabalhamos com 15 cooperativados. Antes dos Ecopontos a cooperativa trabalhava apenas com seis pessoas e nossa renda era bem menor”, disse Maria José. “Dependo do volume de material que movimentamos no mês o valor pago a cada um dos cooperados pode chegar a mais de um salário mínimo. Antes esse valor ficava em torno de R$ 70,00”, completou a presidente da cooperativa.
Cada Ecoponto tem capacidade de armazenamento de 100 toneladas de resíduos por mês, podendo variar com a demanda. Atualmente os cinco Ecopontos recebem, em média, 250 toneladas de resíduos por mês.
Os Ecopontos funcionam da seguinte forma: a população leva o resíduo que não é recolhido pela coleta regular para o local, sendo o mesmo recebido por agentes de limpeza da Prefeitura. O material reciclável e eletrônicos recolhidos no local vão para as entidades de catadores. Nas cooperativas e associações, o material é separado e embalado para ser encaminhado às empresas compradoras que enviam todo material para fora do Estado, a maioria vai para o Sul do país.
Os resíduos de construção civil, vão para o aterro de inertes na área da Unidade de Beneficiamento da Ribeira; os resíduos volumosos para o pátio de compostagem; a madeira para a Vila de Moradores Cinturão Verde e os pneus são recolhidos pela Reciclanip, que tem sede em São Paulo e é considerada uma das maiores iniciativas da indústria brasileira na área de responsabilidade pós-consumo.