O que começa mal não tem como terminar bem. O debate da TV Maranhense, de propriedade do deputado estadual Manoel Ribeiro, foi o mais desorganizado das eleições do Maranhão nas últimas décadas. Desde a escolha do data e horário até o encerramento com critérios díspares para as considerações finais.
Sem tradição em cobertura de eleições, a TV Maranhense simplesmente mudou as regras do debate e usou dois pesos e duas medidas para tratar os candidatos. O “jornalista” Bruno Leone uma pergunta com insinuações que fogem ao bom senso e o jornalismo correto.
Os telespectadores foram os primeiros desrespeitados. O debate, marcado para o final da noite de um sábado, começou com mais de meia hora de atraso e invadiu a madrugada deste domingo (21). Houve muita confusão nos bastidores da TV Maranhense por conta do sorteio das perguntas e favorecimento do candidato Edinho. Já estava acordado entre a TV e as organizações que as considerações finais seguiriam a ordem: Edinho, Flávio Dino e Pedrosa. Mas os assessores do peemedebista fizeram confusão por um novo sorteio para que Edinho encerrasse o debate.
Até o segundo bloco, o mediador, Kim Lopes, não tinha sequer o script em mãos e foi alertado de regras pelos assessores dos três candidatos, da existência de réploca e tréplica em todas as perguntas.
Ao fim, foi dado um direito de resposta a Edinho Lobão para explicar a clínica fantasma do Turu, que depois das denúncias da oposição, foi colocada em funcionamento. A assessoria de Flávio também pediu direito de resposta porque Edinho chamou de mentiroso e teve o direito negado. O clima esquentou entre o advogado da coligação Todos pelo Maranhão e a comissão da TV Maranhense.
Já que teve o direito negado, Flávio aproveitou as considerações finais para reafirmar que a clínica era fantasma e pedir que Edinho devolvesse o dinheiro do aluguel pelo período que nada ali funcionou. Foi interrompido porque o esclarecimento não seria condizente com as considerações finais e teve seu tempo reduzido. Edinho também usou as considerações para falar de Flávio e não foi interrompido, exceto pelo próprio adversário, e debate terminou em meio à muita confusão.
Vergonha para o jornalismo
Quem acompanha nosso blog sabe que não costumo falar de jornalistas. Não por corporativismo, mas por entender que cada um tem suas razões para adotar qualquer postura e ser julgado pelos seus leitores-ouvintes-telespectadores. Porém, o que fez ontem o jornalista Bruno Leone ultrapassou os limites e merece uma menção.
O colunista social foi escalado pela emissora para fazer a pergunta no lugar do jornalista Gilberto Léda, de O Estado do Maranhão, que não compareceu ao debate. Profissional competente, provavelmente Gilberto se recusou a fazer ato de tamanha irresponsabilidade.
Lendo uma pergunta, Leone insinuou que Flávio Dino estaria por trás das fugas do complexo penitenciário de Pedrinhas e os incêndios a ônibus em São Luís. Até mesmo o candidato adversário, Antônio Pedrosa, classificou a insinuação como uma leviandade.
Nas redes sociais, jornalistas se disseram envergonhados com a pergunta do colunista social. Muitos classificaram a pergunta como “cretina” e “canalha”.