Um caso pra lá de inusitado está acontecendo no município de Vargem Grande. O vereador Germano Barros (PSD) tirou licença médica de 120 dias na última sexta-feira (17) e desde então a Câmara vargengrandense está desfalcada de um parlamentar. A Mesa Diretora comunicou o Cartório Eleitoral para dar posse ao primeiro suplente em um prazo de 15 dias.
Acontece que o primeiro suplente da coligação de Germano é o dono da casa noturna BamBamBam em São Luís, Matias Pancadão (PR). O suplente está utilizando uma tornozeleira eletrônica “emprestada” pela Polícia Federal e está proibido de sair de São Luís.
A medida privativa contra Pancadão foi imposta no bojo da Operação Quilópode, que investiga crimes previdenciários no Maranhão. O esquema criminoso funcionava com falsificação de documentos públicos para fins de concessão de benefícios de amparo social ao idoso, cujos titulares eram pessoas fictícias criadas pela associação criminosa para possibilitar a fraude.
Matias só pode deixar São Luís com autorização judicial. Dificilmente a Justiça permitirá que ele fique quatro meses fora da capital para exercer o mandato. Caso saia da cidade, a tornozeleira acusa e ele estará cometendo novo crime.
Pai de Júnior Bolinha
A história fica ainda mais curiosa porque o segundo suplente desta coligação é o empresário do ramo da cerâmica, Raimundo Chaves (PMDB), que deverá assumir o mandato.
Chaves é pai de Júnior Bolinha, acusado de ser um dos mandantes do assassinato do jornalista Décio Sá. Bolinha está preso no Complexo Penitenciário de Pedrinhas.