Renato Costa, de O Imparcial
Durante coletiva, Polícia Federal explicou como funcionava o esquema de fraude de processos ambientais
Em entrevista coletiva realizada na manhã desta terça-feira (2), na sede da Superintendência da Polícia Federal em São Luís, no bairro da Cohama, o Superintendente da Polícia Federal do Maranhão Alexandre Saraiva, o Diretor de Proteção Ambiental do IBAMA, Luciano Mendes Evaristo, o Delegado da Polícia Federal Felipe Soares Cardoso e o Procurador das República, Juracy Guimarães Júnior, comentaram a operação “Ferro e Fogo”, que investiga a participação de funcionários do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA), da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA), além de empresários em um esquema de corrupção envolvendo processos ambientais no estado.
Para Alexandre Saraiva da PF, as investigações estão sendo realizada como uma ação contra o desmatamento e crimes ambientes no estado. “Este é um trabalho prioritariamente contra o desmatamento, que busca diminuir essa prática criminosa no estado do Maranhão. De forma alguma esse trabalho pode ser interpretado como uma ação contra o IBAMA, até porque o órgão foi um grande parceiro nas investigações e colaborou para que os envolvidos fossem identificados”, afirmou.
O coordenador do inquérito e delgado federal Felipe Soares, informou que o esquema acontecia com a formação de pequenos grupos formados por funcionários do IBAMA que exigiam propinas de pessoas fiscalizadas pelo órgão, para facilitar o andamento de processos, repasse de informações e abrandamento de multas. “Caso essas pessoas se negassem a participar do esquema eram ameaçadas pelos agentes. Aos funcionários da SEMA, cabia a validação de processos ambientais fraudados para que madeiras fossem legalizadas e retiradas de reservas ambientais”.
Estão sendo investigados ainda quatro empresários indiciados por favorecimento no esquema. Segundo os investigadores dos 23 envolvidos no caso, somente três ainda não foram localizados. Mandados de prisão estão sendo realizados em São Luís e Imperatriz. Na capital os suspeitos que já foram presos estão em poder da Justiça serão encaminhados ao Instituto Médico Legal – IML e depois serão transferidos para o Centro de Triagem de Pedrinhas. Os investigados serão indiciados por formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, prevaricação entre outros, somados os crimes podem resultar a 25 anos de reclusão. O inquérito deve ser finalizado em um mês.