Com medo da investigação avançar, Roseana e Lobão tentam arquivar Ação

Roseana e Lobão não querem avanço das investigações

Roseana e Lobão não querem avanço das investigações sobre eles

As declarações do doleiro Alberto Youssef, que teve como advogado no STJ Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, mesmo advogado de outros dois acusados de envolvimento no esquema de corrupção, Roseana Sarney e Edison Lobão, demonstram a prioridade da retirada dos nomes dos políticos maranhenses do esquema. E Kakay já fez a petição do arquivamentos das acusações dos dois.

Youssef diz em seus depoimentos que “não lembra” de entrega de dinheiro a Lobão e Roseana, mas lembra bem da entrega de dinheiro ao ex-secretário da Casa Civil, João Abreu, contando detalhes. Já o outro delator, Paulo Roberto Costa diz ter recebido dois pedidos de Lobão, de R$ 1 milhão em 2008 e R$ 2 milhões em 2010. Este valor seria usado na campanha de Roseana ao governo do Maranhão, e Youssef cuidou do pagamento, ainda segundo o executivo.

É justamente nesta contradição que Kakay se baseia para tentar arquivar as Ações contra Lobão e Roseana. Ele afirma que as incogruências podem ter sido resultado de pressão sobre Costa para delatar políticos famosos. “Uma parte dessas delações deve ser anulada por causa de ilegalidades, como a ausência de espontaneidade. A sorte é que ainda há Justiça em Brasília”.

Roseana e Lobão são os dois únicos entre os 47 políticos investigados da lista de Janot que pediram arquivamento das acusações. O medo é grande que as investigações avancem. E parece que vai sobrar para João Abreu.

Petrolão: políticos recebiam a propina em domicílio; inclusive Roseana

Robson Bonin e Hugo Marques, da Veja

roseanaboladaDepois de tantas revelações sobre engenharias corruptas complexas de sobrepreços, aditivos, aceleração de obras e manobras cambiais engenhosas, a Operação Lava-Jato produziu agora uma história simples e de fácil entendimento. Ela se refere ao que ocorre na etapa final do esquema de corrupção, quando dinheiro vivo é entregue em domicílio aos participantes. Durante quase uma década, Rafael Ângulo Lopez, esse senhor de cabelos grisalhos e aparência frágil da fotografia acima, executou esse trabalho. Ele era o distribuidor da propina que a quadrilha desviou dos cofres da Petrobras. Era o responsável pelo atendimento das demandas financeiras de clientes especiais, como deputados, senadores, governadores e ministros. Braço-direito do doleiro Alberto Youssef, o caixa da organização, Rafael era “o homem das boas notícias”. Ele passou os últimos anos cruzando o país de Norte a Sul em vôos comerciais com fortunas em cédulas amarradas ao próprio corpo sem nunca ter sido apanhado. Em cada cidade, um ou mais destinatários desse Papai Noel da corrupção o aguardavam ansiosamente.

Os vôos da alegria sempre começavam em São Paulo, onde funcionava o escritório central do grupo. As entregas de dinheiro em domicílio eram feitas em endereços elegantes de figurões de Brasília, Recife, Porto Alegre, Curitiba, Maceió, São Luís. Eventualmente ele levava remessas para destinatários no Peru, na Bolívia e no Panamá. Discreto, falando só o estritamente necessário ao telefone, não deixou pistas de suas atividades em mensagens ou diálogos eletrônicos. Isso o manteve distante dos olhos e ouvidos da Polícia Federal nas primeiras etapas da operação Lava-Jato. Graças à dupla cidadania — espanhola e brasileira —, Rafael usava o passaporte europeu e ar naturalmente formal para transitar pelos aeroportos sem despertar suspeitas. Ele cumpria suas missões mais delicadas com praticamente todo o corpo coberto por camadas de notas fixadas com fita adesiva e filme plástico, daqueles usados para embalar alimentos. A muamba, segundo ele disse à polícia, era mais fácil e confortável de ser acomodada nas pernas. Quando os volumes era muito altos, Rafael contava com a ajuda de dois ou três comparsas.

A rotina do trabalho permitiu que o entregador soubesse mais do que o recomendável sobre a vida paralela e criminosa de seus clientes famosos, o que pode ser prenúncio de um grande pesadelo. É que Rafael tinha uma outra característica que poucos sabiam: a organização. Ele anotava e guardava comprovantes de todas as suas operações clandestinas. É considerado, por isso, uma testemunha capaz de ajudar a fisgar em definitivo alguns figurões envolvidos no escândalo da Petrobras. VEJA apurou que o entregador já se ofereceu para fazer um acordo de delação premiada, a exemplo do seu ex-patrão.

Veja dois dos destinatários da proprina que Rafael Ângulo Lopez transportava.

Notas da euforia de inauguração de obra inacabada

roseanainauguraivcentenarioAté Jorginho e Fernando

O marido da governadora Roseana Sarney, Jorge Murad, e o irmão, Fernando Sarney, estavam bem entusiasmados e foram até anunciados no palco da inauguração da obra em andamento da Avenida IV Centenário. Os dois que costumam ser extremamente discretos e atuar de forma muito intensa nos bastidores. Mas neste final de festa, resolveram aparecer na euforia.

Reclamações abafadas

Deu trabalho para a equipe de reportagem da TV Mirante encontrar alguém que falasse bem da obra inacabada. A repórter ouviu muitas reclamações dos moradores até encontrar quem falasse bem da entrega. Perigo de acidentes com as crianças no material exposto, risco de assaltos, entulho levado com a chuva foram algumas das reclamações. Parabéns à equipe de edição da TV.

Não respondeu sobre “Petrolão”

Diferente do que chegou a ser noticiado, a governadora Roseana Sarney não respondeu ao questionamento sobre a operação Lava-Jato. O jornalista Jeisael Marques perguntou quatro vezes se Roseana estaria com medo de ser presa e ela ignorou a pergunta. O chefe da segurança de Roseana ainda se aproximou do jornalista tentando intimidá-lo a não perguntar mais. não adiantou. O vídeo abaixo comprova:


 

Nem sobre 2016

Roseana também não quis falar sobre a possibilidade de ser candidata a prefeita em 2016. “Não quero saber disso!”

Nem sobre a renúncia

Questionada pelo titular do blog sobre qual seria o real motivo da renúncia do cargo na próxima segunda-feira (8), Roseana escorregou: “Eu ainda sou governadora”, e saiu.