Dois maranhenses no centro do debate que pode cassar Michel Temer

O julgamento da chapa Dilma-Temer coloca frente à frente dois juristas maranhenses. No primeiro dia do julgamento, o advogado Marcus Vinícius Coelho, ex-presidente da OAB nacional, fez a sustentação oral na defesa do presidente Michel Temer. Outro maranhense do lado oposto ao advogado é o vice-procurador geral eleitoral, Nicolao Dino.

Nicolao Dino afirmou que a campanha eleitoral que elegeu a ex-presidente Dilma Rousseff e o presidente Michel Temer em 2014 tinha como pano de fundo “um fabuloso esquema de apropriação de empresas públicas”.

Dino se manifestou pela cassação do mandato de Temer e pela inelegibilidade de Dilma por 8 anos. Para ele, não se pode separar a chapa.

O advogado de Temer concentrou sua explanação de ontem no fato de que as delações da Odebrecht não poderiam ser usadas por não estarem na inicial. “Estamos diante de uma matéria clara de alargamento da causa, que não é possível. Não é possível apenas como tese processual. Essa matéria foi resolvida no âmbito deste tribunal, nesta causa.”

O embate recomeça nesta quarta-feira (7).

O Blog separou um pequeno trecho das falas de Nicolao e Marcus Coelho no primeiro dia do julgamento.

 

PGR: Temer prometeu vetar Nicolao Dino, mas não sabe se ainda será presidente a tempo

Segundo o colunista de O Globo, Lauro Jardim, a sucessão de Rodrigo Janot na Procuradoria Geral da República ficou muito embaralhada após a revelação das gravações de Joesley Batista contra Michel Temer. Mas, segundo o colunista, Temer prometeu a José Sarney jamais nomear Nicolao Dino, que é o favorito entre os procuradores.

A favorita para Temer é Raquel Dodge que ainda não oficializou candidatura. Nicolao Dino é também o preferido do atual procurador Geral. Já oficializaram a intenção de participar da disputa pelo comando do órgão os procuradores o próprio Dino, Mario Bonsaglia, Carlos Frederico e Franklin Rodrigues da Costa.

A eleição forma uma lista tríplice que é remetida para a escolha do presidente da República. Na quarta-feira encerram as inscrições, mesma data em que o STF vai decidir sobre o recurso de Michel Temer para suspender seu inquérito.

A manutenção do inquérito pode selar a saída de partidos grandes da base e a obrigação de Temer de renunciar antes de cumprir a promessa que fez a Sarney.

Temer não quer nenhum dos favoritos para o lugar de Janot na PGR

Temer não quer nem o irmão de Flávio Dino (Nicolao Dino), nem Mario Bonsaglia e nem a aliada de Sarney (Raquel Dodge)

O presidente Michel Temer busca uma saída para a vaga de Priocurador-Geral da República, já que Rodrigo Janot vai deixar o cargo. A ideia de Temer é um nome em que ele possa confiar, mas seja mais próximo a Janot, para dar ideia de continuidade da Lava Jato. O PGR é o chefe do Ministério Público Federal e exerce as funções do Ministério Público junto ao Supremo Tribunal Federal. É uma posição estratégica importantíssima.

O Planalto já vislumbra um perfil que atende a esses requisitos: Blal Dalloul, secretário-geral da PGR desde junho de 2016. Em setembro, Temer vai indicar ao Senado Federal o substituto de Janot pelos próximos dois anos.

O problema é que os favoritos para a lista tríplice são três nomes que Temer não quer.Até agora, seis subprocuradores são pré-candidatos ao cargo: Nicolao Dino, Mario Bonsaglia, Raquel Dodge, Ela Wiecko, Carlos Frederico e Sandra Cureau.

No MPF, a expectativa inicial é de que a lista tríplice seja composta pelos três primeiros: Dino, Bonsaglia e Dodge.

Dino é irmão do governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), oposição a Temer, assim como Wiecko. Bonsaglia é considerado sem traquejo político para o cargo, e Dodge, que atuou na operação “Caixa de Pandora” (que investiga o mensalão do DEM no Distrito Federal), é vista por assessores do presidente como próxima a José Sarney (PMDB-AP), o que resultaria numa nomeação complicada.

OU seja, nem o irmão de Flávio Dino, nem a procuradora ligada a Sarney são desejadas.