Um dia após lançar candidatura de Roseana, Jucá tem sigilo de denúncia por corrupção quebrado

Um dia depois de lançar a candidatura de Roseana Sarney ao governo do Maranhão, o presidente do PMDB, senador Romero Jucá, viu o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirar o sigilo da denúncia contra ele e contra o empresário Jorge Gerdau, presidente do Conselho de Administração do Grupo Gerdau.

Os dois foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por corrupção passiva e ativa e por lavagem de dinheiro.

A denúncia refere-se a crimes na Operação Zelotes, que apura fraudes no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), o tribunal de recursos da Receita Federal.

As investigações da Polícia Federal apontam que em 2013, enquanto líder do governo no Senado, Jucá teria alterado uma medida provisória para beneficiar o grupo Gerdau. À época, o senador era relator de proposta que mudava a tributação sobre o lucro de empresas brasileiras fora do país.

Ontem, Jucá declarou que “com a amiga, ex-governadora, ex-senadora, grande figura humana que é Roseana Sarney, que precisa voltar para dar esperança novamente à população com toda a experiência que ela tem. Nós estaremos unidos, todo o PMDB nacional, apoiando as ações da Roseana aí na eleição e depois no governo”.

Roseana anda mal de companheiros de partido…

José Sarney e Renan Calheiros também foram gravados por Sérgio Machado

Sarney e Renan também foram gravados como Romero Jucá

Sarney e Renan também foram gravados como Romero Jucá

Lauro Jardim – Sérgio Machado não gravou apenas Romero Jucá. O ex-presidente da Transpetro na era PT registrou também áudios de  Renan Calheiros e José Sarney. Nestes dois casos, os registros foram feitas por conversas privadas teve com cada um dos dois, separadamente.

Quem teve acesso aos áudios diz que o que foi revelado hoje em relação a Jucá “não é nada” comparado ao que Renan e Sarney disseram.

As gravações foram feitas no âmbito da delação premiada que Sérgio Machado está negociando com a Procuradoria-Geral da República desde março. O acordo com a PGR foi selado na semana passada.

Na delação, Machado gravou apenas três políticos: o responsável pela sua indicação para a Transpetro (Renan), Sarney e Jucá. Mas comprometeu outros senadores do PMDB. São eles Jáder Barbalho e Edison Lobão.

Eduardo Cunha, Aécio Neves, José Dirceu e Lula não aparecem nos depoimentos dados por Machado.

A delação de Machado está na mesa do ministro Teori Zavascki, esperando homologação.

O áudio-bomba de Romero Jucá que destrói a República

 

Ministro do Planejamento de Temer, Romero Jucá, revelou exatamente para que serviu o impeachment da presidente Dilma: acabar com a operação Lava Jato. Jucá fala em grande acordo com o Supremo e diz saber que nenhum político tradicional ganharia eleição na atual conjuntura.

romerojuca

Globo – Semanas antes da votação do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff na Câmara, em março, o atual ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB­RR), sugeriu em conversas com o ex­presidente da Transpetro Sérgio Machado que uma “mudança” no governo resultaria em um pacto
para “estancar a sangria” atribuída à Operação Lava­Jato.

Em entrevista à “Rádio CBN” na manhã desta segunda­feira, após a divulgação do conteúdo das conversas pelo jornal “Folha de S. Paulo”, Jucá disse que não tem intenções de se demitir.

As conversas foram gravadas de forma oculta, somam 1h15min e estão sob poder da Procuradoria­Geral da República (PGR), diz a “Folha de S. Paulo”. O ex­presidente da Transpetro temia que as apurações contra ele na Lava­Jato fossem enviadas do Supremo Tribunal Federal (STF) ao juiz Sérgio Moro, em Curitiba. “O Janot está a fim de pegar vocês. E acha que eu sou o caminho. Ele acha que eu sou o caixa de vocês”, afirma Machado a Jucá.

Segundo a “Folha de S. Paulo”, Machado passou a procurar líderes do PMDB. Os diálogos sugerem que, para ele, o envio de seu caso para Curitiba seria uma forma de pressioná­lo a fazer delação premiada.
Machado, então, pediu que fosse montada uma “estrutura” para protegê­lo. “Aí fodeu. Aí fodeu todo mundo. Como montar uma estrutura para evitar que eu ‘desça’? Se eu ‘descer’…”, afirmou.

Machado disse ainda que novas delações não “deixariam pedra sobre pedra”. Jucá, então, concordou que o caso não poderia ficar com Moro e disse que seria necessária uma resposta política. “Se é político, como é a política? Tem que resolver essa porra. Tem que mudar o governo para estancar essa sangria”, disse Jucá.

SÉRGIO MACHADO ­ Mas viu, Romero, então eu acho a situação gravíssima.

ROMERO JUCÁ ­ Eu ontem fui muito claro. […] Eu só acho o seguinte: com Dilma não dá, com a situação que está. Não adiantaesse projeto de mandar o Lula para cá ser ministro, para tocar um gabinete, isso termina por jogar no chão a expectativa da economia. Porque se o Lula entrar, ele vai falar para a CUT, para o MST, é só quem ouve ele mais, quem dá algum crédito, o resto ninguém dá mais credito a ele para porra nenhuma. Concorda comigo? O Lula vai reunir ali com os setores empresariais?

MACHADO ­ Agora, ele acordou a militância do PT.

JUCÁ ­ Sim.

MACHADO ­ Aquele pessoal que resistiu acordou e vai dar merda.

JUCÁ ­ Eu acho que…

MACHADO ­ Tem que ter um impeachment.

JUCÁ ­ Tem que ter impeachment. Não tem saída.

MACHADO ­ E quem segurar, segura.

JUCÁ ­ Foi boa a conversa mas vamos ter outras pela frente.

MACHADO ­ Acontece o seguinte, objetivamente falando, com o negócio que o Supremo fez [autorizou prisões logo após decisões de segunda instância], vai todo mundo delatar.

JUCÁ ­ Exatamente, e vai sobrar muito. O Marcelo e a Odebrecht vão fazer.

MACHADO ­ Odebrecht vai fazer.

JUCÁ ­ Seletiva, mas vai fazer.

MACHADO ­ Queiroz [Galvão] não sei se vai fazer ou não. A Camargo [Corrêa] vai fazer ou não. Eu estou muito preocupado porque eu acho que… O Janot [procurador­geral da República] está a fim de pegar vocês. E acha que eu sou o caminho. […]

JUCÁ ­ Você tem que ver com seu advogado como é que a gente pode ajudar. […] Tem que ser política, advogado não encontra [inaudível]. Se é político, como é a política? Tem que resolver essa porra… Tem que mudar o governo pra poder estancar essa sangria. […]

MACHADO ­ Rapaz, a solução mais fácil era botar o Michel [Temer]JUCÁ ­ Só o Renan [Calheiros] que está contra essa porra. ‘Porque não gosta do Michel, porque o Michel é Eduardo Cunha’. Gente,
esquece o Eduardo Cunha, o Eduardo Cunha está morto, porra.

MACHADO ­ É um acordo, botar o Michel, num grande acordo nacional.

JUCÁ ­ Com o Supremo, com tudo.

MACHADO ­ Com tudo, aí parava tudo.

JUCÁ ­ É. Delimitava onde está, pronto. […]

MACHADO ­ O Renan [Calheiros] é totalmente ‘voador’. Ele ainda não compreendeu que a saída dele é o Michel e o Eduardo. Na hora que cassar o Eduardo, que ele tem ódio, o próximo alvo, principal, é
ele. Então quanto mais vida, sobrevida, tiver o Eduardo, melhor pra ele. Ele não compreendeu isso não.

JUCÁ ­ Tem que ser um boi de piranha, pegar um cara, e a gente passar e resolver, chegar do outro lado da margem.
*
MACHADO ­ A situação é grave. Porque, Romero, eles querem pegar todos os políticos. É que aquele documento que foi dado…

JUCÁ ­ Acabar com a classe política para ressurgir, construir uma nova casta, pura, que não tem a ver com…

MACHADO ­ Isso, e pegar todo mundo. E o PSDB, não sei se caiu a ficha já.

JUCÁ ­ Caiu. Todos eles. Aloysio [Nunes, senador], [o hoje ministro José] Serra, Aécio [Neves, senador].

MACHADO ­ Caiu a ficha. Tasso [Jereissati] também caiu?

JUCÁ ­ Também. Todo mundo na bandeja para ser comido. […]

MACHADO ­ O primeiro a ser comido vai ser o Aécio.

JUCÁ ­ Todos, porra. E vão pegando e vão…

MACHADO ­ [Sussurrando] O que que a gente fez junto, Romeronaquela eleição, para eleger os deputados, para ele ser presidente da Câmara? [Mudando de assunto] Amigo, eu preciso da sua inteligência.

JUCÁ ­ Não, veja, eu estou a disposição, você sabe disso. Veja a hora que você quer falar.

MACHADO ­ Porque se a gente não tiver saída… Porque não tem muito tempo.

JUCÁ ­ Não, o tempo é emergencial.

MACHADO ­ É emergencial, então preciso ter uma conversa emergencial com vocês.

JUCÁ ­ Vá atrás. Eu acho que a gente não pode juntar todo mundo para conversar, viu? […] Eu acho que você deve procurar o [exsenador do PMDB José] Sarney, deve falar com o Renan, depois que
você falar com os dois, colhe as coisas todas, e aí vamos falar nós dois do que você achou e o que eles ponderaram pra gente conversar.

MACHADO ­ Acha que não pode ter reunião a três?

JUCÁ ­ Não pode. Isso de ficar juntando para combinar coisa que não tem nada a ver. Os caras já enxergam outra coisa que não é… Depois a gente conversa os três sem você.

MACHADO ­ Eu acho o seguinte: se não houver uma solução a curto prazo, o nosso risco é grande.
*
MACHADO ­ É aquilo que você diz, o Aécio não ganha porra nenhuma…

JUCÁ ­ Não, esquece. Nenhum político desse tradicional ganha eleição, não.