Aliny Gama, para UOL
Uma charge desenhada pelo cartunista maranhense Raimundo Rucke, 44, publicada no jornal “O Dia”, do Piauí, obteve o segundo lugar no prêmio Ranan Lurie Political Cartoon Awards, da ONU (Organização das Nações Unidas).
O resultado saiu no último dia 15. A imagem faz uma crítica à forma sensacionalista que a imprensa divulga as notícias.
No desenho, o dono de um cachorro manda o animal ir buscar o jornal. Porém, ao olhar a capa, o cão volta chorando sem trazer o pacote. Rucke disse que desenhou a imagem sugerindo a reação do animal ao ver uma notícia sobre violência.
“Pensei em desenhar algo ligado às notícias. Depois, cheguei a uma situação que expressasse bem a ideia da violência estampada na mídia. Foi aí que me veio a imagem do cachorrinho. Então, pensei como ele reagiria ao se deparar com uma notícia ou uma imagem muito chocante”, diz.
O cartunista avalia que sua charge é um desenho atual e atemporal ao mesmo tempo. “Ela serve para qualquer situação e qualquer época.”
A imagem foi publicada em setembro do ano passado, mas já havia sido premiada, em 2014, no Salão Internacional de Humor de Piracicaba (SP), na categoria “tiras”.
Os traços do cartunista são feitos com lápis e caneta em folhas de papel sulfite. Depois, os desenhos são digitalizados, coloridos e finalizados no Photoshop.
Já publicou diversos trabalhos em “O Pasquim 21”, criado por Ziraldo e Zélio Alves Pinto. Atualmente, o ele faz caricaturas para o jornal “A Federação”, de Itu. Além disso, colabora com o jornal “O Dia”.
Esta é a quarta vez que Rucke participa do concurso da ONU, mas a primeira que ele fica entre os três colocados. O cubano Aristides Hernandez Guerreiro levou o primeiro lugar e o americano Mike Luckovich, o terceiro lugar. Rucke receberá US$ 5.000 (R$ 20 mil).
O famoso cartunista americano Ranan Lurie dá o nome ao prêmio. Lurie participa da escolha dos ganhadores como presidente do júri junto do ator Jeff Bridges, conhecido pela atuação em trabalhos sociais, e de três ganhadores do Nobel da Paz: Kofi Annan, ex-secretário geral da ONU, Mikhail Gorbachev, ex-secretário geral do Partido Comunista da União Soviética, e Oscar Arias Sanchez, ex-presidente da Costa Rica.