Corpo de Bombeiros trabalha para controlar queimadas em área Indígena

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Há 15 dias, após um decreto do governador Flávio Dino, o Corpo de Bombeiros Miliar do Maranhão, sob o comando do coronel Célio Roberto Pinto de Araújo, vem trabalhando para tentar controlar o maior incêndio já registrado na terra indígena Arariboia, no região centro do sul do estado. Índios guajararas tiveram suas plantações destruídas pelo fogo e enfrentam uma crise de alimentos, segundo informou o Cimi (Conselho Indigenista Missionário).
 
“A área é de difícil acesso, crítica, de mata fechada. As grandes dificuldades decorrem do fato de não termos acesso com as viaturas para fazer esse combate, e acabamos usando outra técnicas, como abafadores. É um trabalho braçal. Mas agora a ação melhorou, ganhou em eficácia e já conseguiu reverter. Chegou num ponto crítico e agora começou a reverter. Espero que na próxima semana o balanço indique isso”, contou.
 
Ainda segundo o comandante, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA está usando duas aeronaves, que ajudam no combate ao fogo. “Eles pulverizam água com um retardante químico, que reduz o efeito da queimada e consequentemente tem um eficácia ampliada. Enquanto as aeronaves estão fazendo esse combate, as equipe em terra, no solo, vão fazendo ataque a chamas, que vão diminuindo”, explicou.
 
Na reserva, de 420 mil hectares, vivem 13 mil índios. De acordo com dados do IBAMA, o fogo já destruiu cerca de 45% da área de proteção ambiental –são cerca de 200 mil hectares de mata que foram queimados.  A estimativa é que entre 5.000 a 8.000 tenham perdido suas plantações.
 
“Os índios foram bastante afetados, principalmente os Guajajaras. Primeiro porque eles perderam de seis a oito casas, e outras terras em aldeias perderam as roças, gerando fome, empobrecimento. Estamos com campanha para doação de alimentos para contribuir com essas comunidades”, contou uma das coordenadoras do Cimi no Maranhão, Rosimeire Diniz.
 
Índios isolados
 
Os índios da tribo Awa-Guajás se tornaram uma preocupação à parte das autoridades. Sem contato com a civilização, eles seriam os mais vulneráveis ao fogo na região –que também sofre com a ação de madeireiros. “Esses que estão correndo mais riscos, porque dependem exclusivamente da floresta. Eles estão em fuga do fogo e dos madeireiros. A forma de ajudar eles é apagar o fogo”, disse Rosimeire Diniz, do Cimi.

No local existem pelo menos dois grupos, com cerca de 80 índios –entre crianças e adultos”. O Corpo de Bombeiros também afirma que esses grupos são um problema específico e foco da ação das autoridades.
“Eles são um uma preocupação porque são primitivos e vivem isolados. Tem um trecho lá da reserva que é deles, e como eles não têm contato sequer com outros índios que já são civilizados, a preocupação é maior. Conseguimos neutralizar que o incêndio chegasse na área deles onde eles vivem e transitam. Se fosse preciso retirar, seria muito difícil de se fazer. Mas as equipes foram fazendo barreira de contenção a fim de manter a segurança dessa comunidade”, finalizou o coronel Célio Roberto.

Zé Inácio alerta para incêndio que já devastou 35% de área índigena

zeinacioNa manhã desta terça-feira (20), o presidente da Comissão dos Direitos Humanos e das Minorias, deputado Zé Inácio (PT) fez uso da tribuna para denunciar e ao mesmo tempo chamar atenção das autoridades sobre o incêndio que consome hoje parte da Floresta Amazônica, na Terra Indígena Arariboia, situada entre os municípios de Arame, Grajaú, Santa Luzia, Bom Jesus das Selvas, Amarante e Buriticupu, cerca de 150 km de Imperatriz, no sudoeste do Maranhão. O Incêndio iniciou no dia 21 de setembro.

“Apesar dos esforços de 200 brigadistas do IBAMA, as chamas já devastaram cerca de 35% da área de 413 mil hectares, onde vivem 12 mil indígenas da etnia Guajajara e aproximadamente 80 Awá Guajás”, denunciou o parlamentar.

Zé Inácio (PT) destaca ainda a importância da denuncia feita pelos indígenas. “Não podemos deixar de ouvir os indígenas, quando responsabilizam os madeireiros pelo incêndio nas suas terras, que tem trazido, além de prejuízo ambiental, risco de morte às crianças e adultos indígenas, devido a fumaça e as altas temperaturas”.

Agilidade – O deputado Zé Inácio nas suas responsabilidades como presidente da Comissão dos Direitos Humanos e das Minorias fez contato pessoalmente com o secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável, do Ministério do Meio Ambiente Carlos Guedes, para que o Governo Federal, principalmente, através do IBAMA, dê uma atenção maior ao Maranhão no que diz respeito a esse incêndio.  “O secretário Carlos Guedes é um conhecido nosso, foi presidente do INCRA, foi delegado do MDA, à época em que também fui delegado do MDA e hoje tem um cargo importante no Ministério do Meio Ambiente, fiz contato com ele, colocando esta situação do incêndio que consome grande parte da Floresta Amazônica aqui no Maranhão, com a intenção de interceder nesta situação e assim coibir este incêndio”.

Carlos Guedes garantiu reforço para o combate ao incêndio. Está previsto o lançamento aéreo de 2 mil litros de água com retardante, por duas aeronaves cedidas pela Aeronáutica, além da chegada de mais 30 brigadistas.

​Como Presidente da Comissão de Direitos Humanos Zé Inácio cobra rigor por parte da Polícia Federal que faça uma investigação, não só para apurar a tentativa de homicídio a um funcionário do IBAMA, que ocorreu na semana passada, como também fazer uma repreensão mais firme àqueles que continuam patrocinando o incêndio ilegal na Floresta Amazônica.