Sensação do carnaval do Rio de Janeiro, a até então desconhecida Escola de Samba Paraíso do Tuiuti levantou a Marquês de Sapucaí com o o enredo “Meu Deus! Meu Deus! Está extinta a escravidão?”. A Escola traçou a escravidão desde o tempo da escravidão oficial até a neoescravidão de trabalhadores rurais, subemprego e a retirada de direitos trabalhistas promovida pelo governo Michel Temer. Até Temer foi retratado no desfile como “Vampirão”.
O tema teve grande reação positiva nas redes sociais e também entre a classe política. No Maranhão, o governador Flávio Dino, os deputados Weverton Rocha e Rubens Júnior, os secretários Francisco Gonçalves (Direitos Humanos), Diego Galdino (Cultura) e o presidente da Agência de Mobilidade, Lawrence Melo, ostentaram um cartaz levado para o circuito por uma foliã escrito “Obrigada Tuiuti (sic) #Fora Temer!”.
A escola trouxe marionetes fantasiadas como “patos da Fiesp”, vestindo camisas amarelas como as da CBF, manipulados (representando os meios de comunicação) e batendo panelas. Logo depois, a ala Guerreiro da CLT representava os trabalhadores tentando se proteger dos ataques à CLT, fantasiados de Carteiras de Trabalho sujas, rasgadas e queimadas. O carro alegórico que encerrou a passagem da escola trazia como destaque o “Vampirão”.
Ainda no tom da disputa ideológica-carnavalesca, Flávio Dino alfinetou o prefeito de São Paulo, João Dória, no domingo (11). Flávio escreveu no Twitter que começou o dia “ouvindo o mestre Zeca Pagodinho. Grande intérprete da alma brasileira, cansada de patos amarelos”. Na noite anterior, Zeca Pagodinho evitou tirar foto com o prefeito paulistano e o clima foi constrangedor no encontro dos dois no Sambódromo do Anhembi.