Maior bandeira de Hildo Rocha, “Distritão” é rejeitado

O deputado federal Hildo Rocha passou a maior vergonha na votação do chamado “distritão”. Hildo passou os últimos dias sendo o principal defensor da proposta que foi rejeitada ontem na Câmara dos Deputados. Apenas 205 deputados apoiaram a alteração, outros 238 foram contrários. Para que a proposta avançasse, eram necessários pelo menos 308 votos.

O deputado Silvio Costa (PTdoB-PE) deu uma enquadrada em Hildo ao afirmar que ele não entende nada de regimento interno quando o maranhense tentou barrar a votação.

Pelas regras atuais, deputados federais, estaduais e vereadores são eleitos no modelo proporcional com lista aberta. A eleição passa por um cálculo que leva em conta os votos válidos no candidato e no partido. Esse cálculo chama quociente eleitoral. O modelo permite que os partidos se juntem em coligações.

Pelo cálculo do quociente, é definido o número de vagas que cada coligação terá a direito, elegendo-se, portanto, os mais votados das coligações.

Pelo “distritão”, cada cidade ou estado passaria a ser considerado um distrito e seriam eleitos os candidatos a vereador e a deputado que recebessem mais votos.

E a reeleição de Hildo ficou muito difícil sem a aprovação do “distritão”.

Fufuquinha não teria sido eleito se Distritão estivesse em vigor em 2014

Hoje presidente interino da Câmara, Fufuquinha poderia nem ser deputado se o sistema que está prestes a ser implantado estivesse valendo em 2014

UOL – Em seu primeiro mandato, o deputado federal André Fufuca (PP-MA) é, desde a manhã desta terça-feira (29), o presidente em exercício da Câmara dos Deputados do Brasil. Ele deve ficar interinamente no posto até a próxima semana, período em que deve ser votada pelo menos uma parte da reforma política em discussão na Casa. Curiosamente, se já estivesse em vigor o sistema eleitoral que os deputados estão tentando aprovar no plenário, Fufuca não teria sido eleito em 2014.

Aos 28 anos, completados no último domingo (27), o médico André Luiz Carvalho Ribeiro foi o 19º candidato a deputado federal mais votado do seu Estado nas eleições de 2014, com 56.879 votos. Como o Maranhão tem 18 cadeiras na Câmara, ele não teria sido eleito caso o sistema eleitoral em vigor fosse o “distritão”, que pode ser escolhido pelo Congresso para valer nas eleições do ano que vem.

Além de Fufuca, outros 44 deputados em exercício teriam o mesmo destino. Isso porque, no modelo aprovado pela comissão que analisou a PEC 77/2003, relatada pelo deputado Vicente Candido (PT-SP), e que está na pauta para ser votado no plenário da Câmara, apenas os mais votados de cada Estado se elegeriam.

Já no sistema atual, o proporcional, os votos de cada coligação de partidos são somados e divididos por um número, chamado quociente eleitoral, que determina o número de cadeiras que o grupo de legendas terá.

Dessa forma, um candidato com menos votos pode acabar eleito. O atual ocupante da Presidência da Câmara, por exemplo, foi superado em número de votos por quatro candidatos maranhenses que, por causa do quociente, não se elegeram. Um deles, Cláudio Trinchão (PSD), teve 87.793 votos, 54% a mais que Fufuca.

UOL procurou a assessoria do deputado para saber se ele é favorável ou não ao distritão, mas sua equipe informou que ele não se manifestou anteriormente sobre o assunto e que prefere não se posicionar sobre temas em votação enquanto estiver na Presidência.

Política maranhense em notas

O simbólico encontro de Flávio e Sarney Filho

Não se falou em outra coisa nesta quarta-feira (9). De fato, é uma imagem muito simbólica o governador Flávio Dino ao lado do ministro Sarney Filho. Os dois pareceram muito à vontade nas imagens. O fato mais relevante é o simbolismo de que política é política e gestão é gestão. Foram entregues mil casas para famílias de Coroatá e Sarney Filho estava lá representando o governo federal. Flávio não iria sair por conta da presença ou fazer cara feia em um evento importante para os coroataenses. Na hora da política, cada um para um lado. Na gestão, é possível convivência pacífica.

E por onde andam os Murad?

O Clã Murad, que dominou o município de Coroatá por muitos anos, simplesmente sumiu. Em um dia de grande festa na cidade, nem Ricardo Murad, Tereza ou a deputada Andrea estiveram no município. A vergonha parece ser grande depois de tantos anos de abandono da cidade controlada pela família.

A verdadeira perseguição

Os Sarneys gostam de reafirmar como um mantra que o governador Flávio Dino é perseguidor. O fato de estar ao lado de Sarney Filho, ter recebido Edison Lobão no Palácio dos Leões mostra um tratamento leal e cortês com adversários. Amanhã virá à tona uma bomba que mostra quem realmente persegue adversários políticos de forma implacável.

Modelo que beneficia caciques

Os líderes no Congresso praticamente já fecharam questão para aprovar o modelo de voto Distritão para deputados federais, deputados estaduais e vereadores. Nesta fórmula, os mais votados são os eleitos independente do partido. Assim, é muito mais fácil a reeleição de quem já está no poder. E pior, o modelo tende a ter aceitação da população, que em geral, acha justo que os mais votados sejam eleitos. O problema é a falta de oportunidade para aumentar a representatividade e diversificar as ideologias. No Distritão, o poder econômico e político falará ainda mais alto.

Municípios agora têm limites concretos

O Governo do Estado publicou em Diário Oficial a sanção das três leis que regulamentam os limites territoriais dos quatro municípios da Ilha de São Luís. O deputado estadual Bira do Pindaré (PSB) subiu à tribuna da Assembleia Legislativa, na manhã desta terça-feira (9), para destacar o marco na história do Maranhão. A questão estava posta há mais de trinta anos, e ninguém conseguia resolver. Presidida pelo socialista, a Comissão de Assuntos Municipais definiu o tema como prioridade para o ano de 2017 e resolveu o problema em menos de seis meses.

Confusão no Senado

A confusão foi feia entre os senadores  Lindbergh Farias (PT-RJ), Sérgio Petecão (PSD-AC) e João Alberto (PMDB-MA) durante sessão da comissão de Ética do Senado para decidir sobre punição para as seis senadoras que protestaram na mesa diretora. Lindbergh protestou duramente com dedo em riste contra o Carcará. Mas interessante na cena também foi a postura de estátua de Roberto Rocha bem ao lado da confusão com os braços cruzados.

Cadê a liderança?

A ex-prefeita de Lago da Pedra, Maura Jorge, que deverá ser laranja de Roseana Sarney nas eleições de 2018, tenta de todas as formas vender a ideia de é grande liderança e tem cacife para ser candidata a governadora. Mas parece que seu partido não a considera assim. As inserções do Podemos começaram a circular nas emissoras de TV e nem sinal da aparição de Maura. Prestígio zero.