Prefeitura monitora áreas de risco para prevenir ocorrências no período chuvoso

Cadastro_Area_Risco_Vila_Conceicao_Coroadinho_211114_Foto_FabricioCunha_(303)A Prefeitura de São Luís está intensificando a atuação da Secretaria de Segurança com Cidadania (Semusc) em áreas com risco de deslizamentos como medida preventiva ao início do período chuvoso na capital. O prefeito Edivaldo solicitou às equipes da Defesa Civil Municipal, órgão ligado à Semusc, ações como desobstrução de canais e córregos, campanhas educativas, entre outras medidas de prevenção.

Esta semana, as equipes da Defesa Civil iniciaram o trabalho de atualização do mapeamento das áreas de risco, atuando a partir dos 66 pontos já catalogados como perigosos por laudos anteriores. O estudo deve ser concluído em 15 dias. Segundo o titular da Semusc, Breno Galdino, a atualização do mapeamento permitirá ao órgão saber se novas áreas devem ser incluídas e identificar se os pontos citados nos relatórios anteriores permanecem como áreas de risco ou podem ser excluídos dessa condição.

“O prefeito Edivaldo tem destinado atenção especial a esse tema desde o início da gestão para o desenvolvimento de ações preventivas. Dessa forma, as medidas de proteção aos moradores e enfrentamento a deslizamentos serão melhor direcionadas e, consequentemente, mais efetivas”, declarou o secretário Breno Galdino.

O trabalho de atualização do mapeamento dos pontos críticos já foi realizado em áreas de encosta do Itaqui-Bacanga, onde estão concentrados 21 pontos de deslizamentos identificados pela Defesa Civil Municipal nos bairros Sá Viana, Anjo da Guarda, Vila Embratel, Alto da Esperança, Vila Bacanga, Mauro Fecury, Vila Dom Luís, Vila Isabel, entre outros.

Nos próximos dias, os agentes da Defesa Civil concentrarão as atividades nas regiões do Coroadinho, Anil, Altos do Calhau, São Raimundo, Túnel do Sacavém, Goiabal, Santo Antônio, Vila Itamar, além de bairros da zona rural e do Centro Histórico, onde há 31 casarões em situação de risco de desabamento.

Conforme a superintendente de Defesa Civil, Elitânia Barros, o Município está desenvolvendo, de forma paralela à atualização, reuniões com as famílias residentes nas áreas mapeadas. O diálogo está sendo feito através dos Núcleos Comunitários de Defesa Civil (Nudecs) que orientam tanto sobre os perigos durante o período chuvoso quanto à forma de proceder em casos de possíveis deslizamentos.

As famílias recebem ainda recomendações para que adotem medidas preventivas que possam reduzir riscos, como por exemplo, não colocar lixo na base da encosta, ação simples que preserva a vegetação da área evitando a sedimentação das barreiras, uma das causas dos deslizamentos. A Defesa Civil também vai reforçar as orientações junto às comunidades com campanhas educativas de casa em casa, com a distribuição de cartilhas, folders, entre outros materiais informativos.

“É um trabalho de conscientização que consideramos extremamente importante, porque envolvemos as comunidades no trabalho de prevenção contra os danos que as enxurradas promovem nesses locais”, enfatizou Elitânia Barros.

No ano passado, foram atendidas 455 ocorrências pela Defesa Civil e, com o reforço das ações preventivas, a meta é reduzir de forma significativa o número de ocorrências este ano. Entre as ações que serão intensificadas durante esse período está a desobstrução dos córregos e canais no entorno das áreas de risco. O córrego no bairro Fumacê será o primeiro a receber o trabalho de desobstrução e limpeza.

Outras ações estratégicas vão reforçar o trabalho de enfrentamento contra os deslizamentos e de amparo às famílias que moram nesses locais. Para isso, a Prefeitura já está atualizando o plano de contingência que prevê uma ação articulada entre todas as secretarias e órgãos afins, além de definir as atribuições de cada um no trabalho de prevenção e assistência aos moradores.

“A articulação conjunta entre todos os órgãos afins nos possibilita dar uma resposta mais rápida nas situações de desastre e faz com que a população afetada seja melhor atendida”, afirmou a superintendente de Defesa Civil.

Prefeitura monitora qualidade da água no Lago do Bacanga

???????????????????????????????A Prefeitura de São Luís, através do Programa de Recuperação Ambiental e Melhoria da Qualidade de Vida da Bacia do Bacanga, deu início este mês ao monitoramento da qualidade das águas do Lago do Bacanga, bem como a elaboração do Plano de Monitoramento e Controle Ambiental. Os estudos servirão como subsídios analíticos para acompanhamento dos impactos ambientais positivos e negativos das atividades desenvolvidas ao longo da Bacia Hidrográfica.

“Essa é uma importante ação que irá beneficiar toda a cidade, ajudando a identificar e divulgar as condições ambientais do lago e assim subsidiar políticas públicas para melhoria da qualidade de vida da população”, afirma o especialista socioambiental, José Antonio Lopes, da Secretária Municipal de Projetos Especiais (Sempe), responsável pelas ações do Programa Bacia do Bacanga.

O compromisso com a melhoria da qualidade de vida dos moradores da Bacia do Bacanga foi assumido pelo prefeito Edivaldo Holanda Júnior desde o primeiro ano de governo quando determinou a retomada do programa financiado pelo Banco Mundial. Muitas ações estavam fora do prazo previsto e o projeto seria cancelado, mas, a partir da definição da manutenção do projeto como uma das prioridades da Sempe, foi possível repactuar os prazos e reiniciar as obras que estavam paradas.

A empresa contratada para elaboração do trabalho de monitoramento da qualidade da água no Lago do Bacanga é a Ampla Engenharia Assessoria, Meio Ambiente e Planejamento Ltda. Ela terá um prazo de 12 meses para elaborar todas as etapas previstas do estudo, realizando coletas em sete pontos diferentes. Os resultados serão divulgados trimestralmente e ao final do trabalho será realizada uma audiência pública para partilhar as informações com toda a sociedade.

Entre os estudos que serão realizados estão a compreensão físico-química do comportamento do ambiente do Lago do Bacanga, considerando a evolução dos processos urbanos em curso; a proposição de indicadores para conservação dos recursos naturais associados à Bacia do Bacanga; e a contribuição para o uso do solo adequado e sustentável na Bacia, com vistas ao ordenamento territorial da região e identificação da presença de substâncias nocivas ao ecossistema, em especial o cádmio e demais metais pesados.

Prefeitura e Ministério da Integração iniciam mapeamento das áreas de risco em São Luís

mapeamentoareasderiscoA Secretaria Municipal de Segurança com Cidadania (Semusc) se reuniu nesta segunda-feira (10) com a equipe da Pan Gea/Geologia e Estudos Ambientais para atender determinações do programa da Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec), do Ministério da Integração Nacional. O trabalho consiste no mapeamento das áreas de vulnerabilidade de desastres naturais de 821 municípios brasileiros. Os dados coletados serão levados ao Ministério da Integração para contribuir na redução do número de acidentes em áreas de risco pelo Brasil.

Segundo a superintendente da Defesa Civil Municipal, Elitânia Barros, o objetivo do encontro foi disponibilizar a equipe da Defesa Civil Municipal para acompanhar os geólogos e técnicos ambientais da Pan Gea nas nove áreas, identificadas por eles, como críticas. “Vamos também receber orientações técnicas para tornar nosso trabalho mais dinâmico e produtivo. E o mais importante: no resultado final desse relatório, constarão aconselhamentos de como minimizar os riscos, as vulnerabilidades. Iremos adquirir estes conhecimentos para transmitir tanto à nossa equipe, como para a comunidade local”, enfatizou.

De acordo com o geólogo Fernando Machado Alves, as áreas de risco foram indicadas pelo Serviço Geológico do Brasil em 2012/2013. “Agora, as Consultorias contratadas vão fazer o detalhamento dessa análise de vulnerabilidade, ou seja, identificar e determinar quantas casas estão nestas áreas de risco; qual exatamente é o risco, colocar números, entender quais são os processos, para podermos, assim, indicar intervenções para reduzir o risco. Em suma, vamos tentar indicar obras, muros, piscinões, para se conseguir reduzir o risco para essas pessoas”, destaca.

CAPACIDADE DE RESPOSTA

Paralelamente, a equipe da Pan Gea/ Geologia e Estudos Ambientais fará uma avaliação da capacidade de Defesa e Resposta de Proteção Civil do Município, ou seja, o grau de mobilização e prevenção da Defesa Civil de São Luís para, se necessário for, indicar algumas melhorias.

“Procuramos atuar em vários níveis de erradicação e redução de risco, identificando obras para serem trabalhadas e indicando medidas de gerenciamento do risco, este o objetivo de nossa vinda a São Luís”, acrescenta o Geólogo, Fernando Machado.

Monitoramento do Avança São Luís

AvançaO prefeito Edivaldo Holanda Júnior liderou a primeira reunião com os gerentes de projetos do Programa Avança São Luís. A reunião, que ocorreu na manhã desta quarta-feira (18), no auditório Reis Perdigão, na sede da Prefeitura, serviu para que cada gerente apresentasse as ações que irão acompanhar. Ao todo, a carta de investimentos, lançada oficialmente no último dia 4, contempla 43 projetos com 238 produtos que serão entregues para a população da capital.

O Avança São Luís agrega um investimento de R$ 526 milhões que será administrado através de uma metodologia de gerenciamento e monitoramento intensivos, sendo um aspecto importante a designação de gerentes responsáveis pelos projetos. O prefeito destacou que este tipo de modelo já foi aplicado com sucesso em outras cidades do país e que o foco principal é a obtenção de resultados efetivos.

“Foi um momento de grande importância. Os projetos serão tocados plenamente. Cada um será cobrado periodicamente sobre o andamento das obras que estarão monitorando. Daí, nós teremos a noção exata de saber se as coisas estão acontecendo ou não”, explicou o prefeito, ao ressaltar que a medida integra o sistema de modernização da gestão pública municipal que visa garantir a prestação de serviços eficientes e qualidade de vida plena à sociedade a partir da execução adequada dos projetos.

No encontro, os gerentes puderam aperfeiçoar o conhecimento sobre o sistema de monitoramento e trocar informações com o consultor da Macroplan, Leonardo Cassol. Ele explicou que as informações sobre os projetos são atualizadas em tempo real, o que facilita o acompanhamento da execução dos prazos e verificação de pendências.

O Sistema de Informações Gerenciais foi batizado com o nome do Programa: “Avança São Luís”. Ele será consultado diariamente pelo prefeito, secretários municipais, pelos próprios gerentes e pelas equipes da gestão municipal a fim de monitorar a execução dos projetos e participar das decisões de alocação de recursos.

O secretário José Cursino Raposo (Planejamento) acredita que esse modelo de trabalho oportunizará a possibilidade da administração avançar qualitativamente. “É fundamental essa estratégia, que permitirá o sucesso de todos os projetos. Esses gerentes irão dar vida a todos eles”, destacou José Cursino.

Na concepção do assessor especial Geraldo Castro e gerente dos projetos da área de Habitação de Interesse Social, o modelo de gestão orientado para resultados adotado pela Prefeitura de São Luís trará benefícios à população e os gerentes terão função estratégica. “Eles darão agilidade aos projetos sob a coordenação principal do prefeito”, declarou.

O pacote de ações do Programa Avança São Luís prevê obras a curto e médio prazo que serão executadas para os anos de 2013 e 2014, com financiamento através de 42% de recursos próprios e 58% em recursos captados/financiados.

Igreja Universal foi espionada pelo governo Sarney

Lucas Ferraz
Da Folha

Edir Macedo, vigiado de perto no governo Sarney.

Edir Macedo, vigiado de perto no governo Sarney.

Relatórios produzidos pela Polícia Federal e pelo extinto Serviço Nacional de Informações revelam que Edir Macedo e a Igreja Universal do Reino de Deus foram monitorados pelos serviços de inteligência durante o governo de José Sarney (1985-90).

O objetivo da investigação, de acordo com os papeis, era descobrir a origem do apoio financeiro da igreja e sobretudo tentar identificar os “testas de ferro” da organização que adquiriam emissoras de rádio e televisão.

“Recentemente a seita tem adquirido emissoras de radiodifusão através de testas de ferro e ao custo de milhões de dólares de procedência desconhecida”, diz documento da Polícia Federal. Outro trecho afirma que a Universal comprou naqueles anos dez emissoras de rádio ao custo de US$ 6 milhões.

Os relatórios, elaborados em 1989, listam ainda excentricidades da igreja, que completara naquele ano pouco mais de dez anos de fundação.

A Folha teve acesso aos relatórios e documentos sobre Edir Macedo e a Universal, desclassificados recentemente pelo Arquivo Nacional na esteira da Lei de Acesso à Informação.

A investigação, que nunca foi oficializada, lista que a igreja estimulava o pagamento de dízimo em dólares, a fama de ter fiéis arruaceiros, a primeira sede que ficava junto a uma funerária na zona norte do Rio e a prática de charlatanismo. Fundada no final da década de 1970, a Universal teve rápido crescimento na década de 80, o que motivou a investigação.

Para o primeiro governo civil após 21 anos de ditadura, a igreja era uma “seita” que merecia controle e atenção dos órgãos de vigilância.

À época, segundo os documentos, a Universal tinha mais de 500 templos em todo o país, com presença também nos EUA e Uruguai. Hoje a organização conta com mais de 6 mil templos em 200 países.

PEDIDO DE BUSCA

Em documento de junho de 1989, a Divisão de Segurança e Informações do Ministério da Justiça distribui a órgãos de segurança do governo federal, entre eles Polícia Federal e SNI, um pedido de busca com seis tópicos sobre a Universal.

Entre outras coisas, buscava-se o fundamento legal para a instalação da igreja no Brasil, os objetivos da “seita”, o apoio financeiro de pessoas e entidades (a maioria do dinheiro chegava pelas contribuições dos fiéis) e os “testas de ferro”, que não foram identificados.

Conforme o dossiê, agências do SNI e da PF em todo o país se mobilizaram para levantar informações. Até em Estados onde não havia a presença da igreja à época, como Goiás.

Os órgãos de inteligência do governo Sarney também levantaram a relação dos pastores com políticos, fraudes e casos de charlatanismo.

Paralelamente à investigação do governo Sarney, estava em curso uma outra apuração, a cargo do Ministério Público, que levaria Edir Macedo à prisão, em 1992. O criador da Universal passou 15 dias preso pelos “delitos de charlatanismo, estelionato e lesão à crendice popular”.

Ele atribuiu sua prisão à Igreja Católica.

OUTRO LADO

Em nota enviada à Folha, a Universal afirmou que os documentos sobre Edir Macedo e a atuação da igreja mostram “práticas condenáveis que o extinto aparelho repressivo praticou” e que a “perseguição religiosa foi somente mais um capítulo” daqueles anos.

A Universal disse que nunca soube que fora monitorada pelo Serviço Nacional de Informações e Polícia Federal. Tampouco tomou conhecimento da investigação do governo Sarney.

Sobre os “testas de ferro” e as aquisições de emissoras de rádio e TV citadas nos documentos, disse que a “afirmação é falsa”.

“O bispo Edir Macedo, ao longo de toda a sua trajetória, já teve sua atuação religiosa questionada em mais de 30 procedimentos investigatórios. Muitos aventaram eventuais práticas de estelionato, charlatanismo e curandeirismo. Em todos esses procedimentos foi reconhecida sua inocência”, afirmou a organização.

Com relação à prisão de Macedo, ele mesmo atribuiu, no livro “Nada a Perder”, a culpa à Igreja Católica.

“A cúria não admitia o surgimento de um povo livre da escravidão religiosa imposta por eles”, escreveu. “Para quem me odiava, bispo Macedo era sinônimo de bandido. Isso é assim até hoje.”