Flávio diz que assassinato de vereador mostra que pistolagem ainda está viva

Flávio preocupado com o reforço da investigação de crimes no Maranhão

Flávio preocupado com o reforço da investigação de crimes no Maranhão

Durante o ato de posse de novos 66 Policiais Civis, o governador Flávio Dino (PCdoB) comentou o assassinato do vereador de Santa Luzia, Vavá, que foi executado com cinco tiros neste domingo (3).

“Este crime mostra que ainda temos muito a fazer. A equipe está desde ontem investigando. Uma equipe especial está em Santa Luzia com o Superintendente da Polícia Civil do interior para a rápida elucidação desta barbaridade, que mostra que o crime de pistolagem, infelizmente, ainda está vivo no Maranhão. Nós temos toda a firmeza para combater este tipo de criminalidade que ainda ocorre no interior do Maranhão”.

O governador comentou que justamente para que as investigações avancem e crimes como este possam ser elucidados, o governo está reforçando a Polícia Civil. “Já conseguimos nestes quatro primeiros meses reduzir os crimes violentos. Em abril, reduzimos os homicídios em 20% e isso significa que estamos no caminho certo. Este momento é de incorporação que vão ajudar nas investiugações e nos inqueritos. A polícia ostensiva é muito importante. Mas igualmente importante é a investigação para esclarecer crimes como o crime contra o vereador Vavá”.

A solenidade ocorreu no Palácio Henrique de La Roque, Calhau com a posse dos novos delegados de Polícia Civil, investigadores, médicos legistas, odontolegistas e peritos criminais.

Governo desmente “notícia” de falta de oxigênio em Hospital de Coroatá

hospitalcoroataPor meio de nota, o governo do estado desmentiu a (des)informação primeira dada pelo ex-secretário de saúde, Ricardo Murad, em seu Facebook e depois publicada pelo jornal O Estado do Maranhão de que teria faltado oxigênio por queda de energia no hospital Macrorregional de Coroatá.

O governo detalhou as causas das quatro mortes registradas no hospital, sendo que nenhuma teve como causa interrupção de oxigênio. O governo também repudiou as informações inverídicas com o intuito de atingir a administração estadual.

NOTA

Sobre informações divulgadas na imprensa local de mortes por falta de oxigênio na UTI do Hospital Macrorregional de Coroatá, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), esclarece que:

1- São absolutamente inverídicas as informações, posto que não ocorreu nenhum problema no fornecimento de oxigênio para a UTI do Hospital Macrorregional de Coroatá Alexandre Mamede Trovão, no dia 18 de abril (sábado);

2- Na noite de sexta-feira (17), estavam internadas 13 pessoas na UTI Pediátrica e 12 na UTI Adulto do Hospital Macrorregional de Coroatá Alexandre Mamede Trovão;

3- No sábado (18), foram registrados quatro óbitos conforme relatório médico, sendo um recém-nascido internado desde o nascimento (no dia 15 deste mês) com prematuridade extrema (abaixo de 25 semanas), septicemia (infecção generalizada) e hemorragia pulmonar; uma criança com seis meses de idade internada desde o nascimento (outubro de 2014), prematura, com quadro de desnutrição e tinha displasia bronco-pulmonar; um adolescente de 12 anos, Rogério Vieira da Silva, natural de Grajaú – que chegou ao Hospital no dia 15 deste mês com um tumor cerebral em estado terminal, em coma e intubado; e uma senhora de 77 anos, Rosa Alves de Sousa, natural de Capinzal do Norte, que sofreu aneurisma cerebral e hemorragia cerebral – cuja morte encefálica foi constatada desde o dia 15;

4- O Governo do Estado repudia a utilização de informações sabidamente inconsistentes a pretexto de atacar a gestão, que tem a reestruturação do sistema de saúde pública do Estado como uma de suas prioridades.

São Luís, 26 de abril de 2015.

ecretaria de Estado da Saúde

Filho do governador de São Paulo morre em queda de helicóptero

tomazO filho do governador Geraldo Alckmin (PSDB), Tomaz, 31, é uma das cinco pessoas que morreram na queda de um helicóptero em Carapicuíba, na Grande São Paulo, na tarde desta quinta-­feira (5).

Ele estava na aeronave que caiu sobre uma residência dentro de um condomínio na estrada da Fazendinha, em uma área nobre do município. O helicóptero estava registrado em nome da Seripatri Participações, do empresário José Seripieri Junior, também dono da empresa Qualicorp, que administra planos de saúde coletivos. Tomaz era piloto de helicóptero e muito amigo de Junior. Ele tinha duas filhas, de dez anos e um mês.

Policiais que foram ao local reconheceram as tatuagens do corpo do jovem. O helicóptero estava em fase de testes e revisão. Ele havia decolado de um heliponto em Carapicuíba e faria um voo experimental, retornando ao ponto de origem.

Com informações da Folha de São Paulo.

 

Morre Arimathéa Athayde, primeiro secretário de Comunicação do Maranhão

arimatheaAos 91 anos, faleceu, na madrugada desta terça-feira (29), no Hospital UDI, o jornalista, professor e escritor José de Arimathéa Athayde Lima, primeiro secretário de Comunicação Social do Maranhão, no governo de João Castelo (1979/1982). Arimathéa Athayde foi, também, professor de Comunicação Social na Universidade de Brasília (UNB) e correspondente do jornal O Globo. Tinha várias obras lançadas e era muito respeitado na comunidade intelectual.

O ex-prefeito João Castelo Lamentou a morte. “O Arimathéa foi meu amigo, desde quando eu tinha 8 anos de idade, em Araioses, onde meu pai foi juiz. Posteriormente, quando exerci o primeiro mandato de deputado federal. Voltamos a trilhar juntos o mesmo caminho em Brasília, onde ele foi professor e correspondente de O Globo”, assinalou o ex-prefeito.

De acordo com João Castelo, Arimathéa Athayde foi um dos profissionais da Comunicação mais brilhantes. “Ele era um grande intelectual, dono de um texto irretocável, porque tinha talento e foi um dos maiores conhecedores da língua portuguesa”, acrescentou.

Conforme o ex-prefeito de São Luís, Arimathéa Athayde sintetizou um dos momentos mais ricos da Comunicação Social na esfera pública, estabelecendo uma grande mudança no setor, durante o seu governo.

“Ele foi inovador em tudo o que fez. Na Secom, cercou-se de jovens talentos, como o Antonio Carlos Lima, que posteriormente exerceu o mesmo cargo, no governo do Lobão e que hoje é membro da Academia Maranhense de Letras. O Arimathéa tinha talento, conhecimento e era um profissional de larga visão”, acrescentou João Castelo.

A vida como ela é

Por Carlos Eduardo Lula

Alexandre

Alexandre era médico. Mais que isso, o melhor médico da cidade. Graduado aos vinte e dois anos, ao chegar aos trinta já terminava o seu pós-doutorado. Voltara à cidade onde nascera para agora poder exercer o seu ofício. Tinha orientado toda sua vida ao trabalho e aos estudos. Um cientista, incrédulo em Deus e no acaso.

E se alguém dissesse que o imponderável não é destino e nem mistério e que faz parte do jogo e da vida, logo ele retrucava. – Mas são lances corriqueiros, frequentes, não sabemos onde e quando ocorrerão. O imponderável não torce para ninguém, ele acontece simplesmente.

– Dar importância ao imponderável é trair a ciência e seus conhecimentos, afirmava.

E seguia sua vida, inteiramente absorto nos mistérios da ciência.

Camila e Fernando

Eis que na sua volta à cidade natal, se reencontra com Camila, amiga de tempos colegiais por quem fora apaixonado. E você que as paixões juvenis quando ressurgem, o fazem de modo avassalador. Mas havia um, ou melhor, dois problemas nessa relação. Camila era evangélica e seu credo era totalmente incompatível com as convicções de Alexandre.

Quanto a esse ponto, Alexandre tratou logo de resolver. Não falava de religião, não se referia a Deus e respeitava as crenças de sua amada. Por ela, inclusive jurou não cometer o pecado da carne até o casamento.

– Em três meses estarei casado. Posso aguentar tranquilamente até lá.

Mas eis que surge um segundo problema, Fernando, que passara a frequentar a mesma Igreja de Camila. Longe da cidade há tanto tempo quanto Alexandre, tinha com ele convivido na escola. Era seu perfeito oposto. Enquanto um estudava, o outro jogava bola; enquanto um tinha a companhia dos livros, o outro tinha a das meninas.

Vivendo uma vida errante, veio buscar reabilitação na Igreja. E Camila foi seu primeiro anteparo. Assim que soube do encontro entre ambos, Alexandre tratou de ter uma conversa grave com a noiva. Puxou um cigarro e disse:

— É o seguinte: de hoje em diante, ouviu? De hoje em diante, tu vais acabar com qualquer tipo de relação com o Fernando, entendeu?

Admirou-se:

— Mas por que, meu amor?

Ele explicou:

— Porque o Fernando é um cínico, um crápula, um canalha abjeto. Um sujeito que não respeita ninguém, dá em cima de cunhada, de sogra, de nora, de quem quer que seja. Afaste-se dele!

A obsessão                                                   

Camila ficou impressionadíssima. Dava-se com o Fernando, sem intimidade, mas cordialmen­te. De fato ele era simpático, mas ao saber que ele era capaz de “dar em cima de uma cunhada”, igual os canalhas de Nelson Rodrigues… Sentiu algo diferente.

O assunto virara uma obsessão a Alexandre. A cada oportunidade ele reafirmava o seu asco ao colega de infância.

— Meu amor, tu sabes que eu não tenho ciúmes. Não sabes? Só tenho ciúmes do Fernando, o maior canalha, talvez o único canalha vivo do Brasil.

— É verdade isso mesmo?, perguntava a inocente noiva.

— Você é muito boba, muito inocente, nunca teve outro namorado senão eu. Queres um exemplo? Sou teu noivo, vou casar contigo. Muito bem. O que é que houve entre nós dois? Uns beijinhos, só. É ou não é? E você acha que o Fernando te respeitaria? Nunca! Jamais! O Fernando avista uma mulher e já tira sua roupa com os olhos.

Não pode existir homem assim, pensava Camila.

O Casamento

E na véspera do casamento, Alexandre revela finalmente o motivo de tanta obsessão. – Meu bem, Fernando me roubou todas minhas namoradas, menos você. Deu um beijo na testa da noiva e saiu. Mal sabia ele que Camila tinha já deixado se envolver, às escondidas, com Fernando. E naquele dia, véspera do casório, sairia com ele.

O Acaso

E Camila, a intocada, encontra-se finalmente com Fernando, às pressas, num motel da cidade. Não querendo que ninguém a veja ou saiba o que aconteceu, apressa o amante que pega sua moto e sai do estabelecimento em desabalada carreira. É abalroado por um carro ao sair do motel.

Ao chegar no local do acidente, diante dos corpos, Alexandre senta-se no meio-fio e põe-se a chorar.

Carlos Eduardo Lula é Consultor Geral Legislativo da Assembleia do Maranhão, Advogado, Presidente da Comissão de Direito Eleitoral da OAB/MA e Professor Universitário. e-mail:[email protected] . Escreve às terças para o Blog do Clodoaldo Corrêa

Estado é condenado a pagar R$ 100 mil para vítima de erro médico

 

Jamil Gedeon disse que os autos comprovam que  a paralisia cerebral deu-se em decorrência da má condução do parto

Jamil Gedeon disse que os autos comprovam que a paralisia cerebral deu-se em decorrência da má condução do parto

A 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA) manteve sentença do Juízo de 1º grau que condenou o Estado do Maranhão a pagar indenização de R$ 100 mil, por danos morais, à família de uma criança que sofreu paralisia cerebral e epilepsia durante o nascimento, devido a erro médico no atendimento.

A decisão, unânime, reconheceu a responsabilidade civil do Estado, visto que o parto ocorreu em unidade de saúde pública (Hospital Regional Infantil Dr. Carlos Macieira de Colinas). A paralisia cerebral e epilepsia foram provocadas pela falta de oxigenação no cérebro, em face da escolha equivocada do procedimento do parto normal, caracterizando negligência da administração e servidores da instituição de saúde.

De acordo com o desembargador Jamil Gedeon Neto (relator do processo), o valor fixado pelo Juízo de origem, a título de danos morais, levou em conta as circunstâncias da causa, bem como a condição sócioeconômica do ofendido e do ofensor, não constituindo o valor enriquecimento sem causa da vítima.

Segundo o magistrado, nos autos há elementos probatórios suficientes de que a paralisia cerebral deu-se em decorrência da má condução do parto. O voto do relator foi seguido pelos desembargadores Lourival Serejo e Raimundo Barros.

ENTENDA O CASO – No dia 22 de agosto de 2000, às 7h, a paciente Soraia Félix de Sousa deu entrada no hospital com contrações uterinas para o parto do seu filho. Inicialmente, os procedimentos foram feitos por enfermeiras da unidade. A avaliação médica foi feita por volta das 9h30, resultando na escolha pelo parto normal, inclusive com prescrição de medicamento para aumentar as contrações.

Segundo o relatório, a equipe médica não obteve sucesso na tentativa do parto normal e optou pela realização de cirurgia cesariana. Após o procedimento, a mãe da criança, por meio de exames e investigação médica, tomou conhecimento de que a criança era portadora de paralisia cerebral e epilepsia, com problemas de desenvolvimento físico e motor, causado por trauma durante o parto, gerado por negligência do médico responsável e imperícia dos assistentes. (Processo Nº.0580752013).

Cabos de rede de alta tensão caem e matam dois jovens que voltavam da igreja

Depois de participarem de um culto evangélico, dois adolescentes retornavam para casa em uma bicicleta, eles não perceberam que os cabos da rede de alta tensão estavam caídos no meio da estrada e ao entrar em contato com os cabos que estavam energizados foram eletrocutados.
A tragedia aconteceu por volta das 23h desta sexta-feira (21), no município maranhense de Presidente Vargas localizado a 165 quilômetros de São Luis. Os dois adolescentes vinham do povoado Ponte onde tinham participado de  um culto e ao chegarem  no povoado Morada Nova colidiram com na rede de alta tensão que estava atravessada no meio da estrada.

Devido a falta de iluminação no local, adolescentes não perceberam que os cabos de alta tensão estavam caídos no meio da estrada. eles estavam acompanhados de um maior de idade que nada sofreu.

Revoltados, parentes e amigos das vitimas reclamam que até por volta das 10h45 da manha deste sábado (22), os corpos dos adolescentes continuam no local do acidente, já que nem Policia, Cemar ou Conselho Tutelar estiveram no local para tomar as devidas providencias.

Tocou fogo no Fusca e foi ao cinema

Carlos Eduardo Lula

 

Aquilo que chamam “morrer” não é senão acabar de viver e o que chamam “nascer” é começar a morrer. E aquilo que chamam “viver”é morrer vivendo. Não esperamos pela morte: vivemos com ela perpetuamente. Jean Baudrillard

 

06/05/2011. Crédito: Neidson Moreira/OIMP/D.A Press. Brasil. São Luís - MA. Carlos Eduardo Lula, advogado.“Não chegamos a viver durante a maior parte da nossa vida. Desperdiçamo-nos numa espraiada letargia a que, para nosso próprio engano e consolo, chamamos existência. No resto vamos vagalumeando, acesos apenas por breves intermitências. Uma vida inteira pode ser virada do avesso num só dia por uma dessas intermitências. Para mim, Mwanito, aquele foi o dia”.

Lia Mia Couto, mas podia ser comigo. Tal como nos outros dias de minha vida, tudo me era indiferente. A cada discussão, a cada debate, a cada festa ou comemoração, o máximo em que conseguia pensar era sobre o que comeria mais tarde. A vida, para mim, era um tédio.

Mas aquele foi meu dia. Começou de manhã logo cedo, quando saí de casa para enfrentar o calor escaldante daqueles dias do Rio de Janeiro. Por conta de uma tal lei da copa, o semestre letivo havia se iniciado com alguma antecedência. Isso era sinal de que finalmente naquele ano teríamos aulas antes do carnaval.

Bem, nem tanto assim. Nas primeiras duas semanas, não havíamos tido aulas ou porque os professores ainda se encontravam de férias ou porque não davam mesmo a menor satisfação. – O professor Jorge ainda está em Miami, era a resposta que tínhamos. Isso porque fazia meu curso numa instituição privada, graças a um dos tantos programas de bolsa do governo.

Nunca entendi muito bem como aquilo funcionava, mas lá estava, numa grande universidade particular brasileira, sem nada pagar. Mas aquele nunca foi o meu lugar. Nunca tive vontade mesmo de estar ali. Nunca tive. Mas minha mãe sempre insistiu: – vá, meu filho, estude e tenha um futuro melhor para a nossa família. E não respondia, mas sempre pensava: – que porcaria de família se nem sei quem é meu pai?

Não vivia, sobrevivia. Percorria as horas numa letargia sem fim. Todos os dias pareciam anos a se passar e aquele janeiro não tinha nunca fim. Havia sido despedido do emprego no Bob’s. O gerente de lá vivia dizendo que tínhamos de ter alegria ao atender os clientes, ao entregar o produto, ao limpar as mesas. Nunca entendi tamanha satisfação ao embalar um sanduíche plastificado ou ter de limpar a nojeira das dondocas que não tinham o trabalho sequer de levar seus pratos até a lixeira. Isso quando as dondocas não eram minhas colegas de turma. Tinha vergonha.

No dia que o gerente reclamou de mim e de minha apatia, não tive dúvidas. Postei a foto do meu salário no facebook e no instagram. Menos que o mínimo. A fama momentânea me gerou uma euforia que eu nunca havia experimentado. Fui parar na capa do Extra, um desses tabloides sensacionalistas que vendem desesperadamente. Fui demitido, obviamente, mas durante alguns dias saí da escuridão. Tornei-me famoso. Nunca tinha vivido aquela experiência. Gostei.

Mas o passo que daí sobreveio foi pior. Aterrorizante. De trend topic no Twitter, voltei à minha insignificância. E agora sem emprego e sem nenhuma chance de ter meu currículo aceito em outra empresa. E então mamãe morreu. Ontem. Talvez anteontem, não sei bem. Cheguei à minha casa de mais um dia sem aulas com a notícia: – sua mãe faleceu, assalto no ônibus. E a família que sempre achei que não tivesse, acabava de perder.

No outro dia, eu mesmo tratei de fazer a cova para enterrar a minha mãe. Não quis coveiro. Mas “enterrar” é apenas modo de dizer. Afinal, nunca haverá terra suficiente para enterrar uma mãe. E eu só entendia aquilo naquele exato momento em que, por mais que cobrisse o buraco de areia, o vento soprava em fúria, retirando-a da cavidade. Foi preciso um coveiro profissional terminar o serviço de fechar a sepultura.

Saí de lá sem rumo, mas aquele seria meu dia. Tinha uma necessidade imensa dentro de mim de tudo destruir à minha volta. Detestava aquela vida de ser um desconhecido no meio da multidão. Queria fama, dinheiro, riqueza, poder. Queria comprar um tênis de marca, ter um iphone branco da última geração, passear por aí com meu carro. Ter o mundo a meus pés.

Chegando à praia, vi uma multidão de preto avançando contra a polícia. Não sabia direito do que se tratava, mas a quantidade de jornalistas que cobriam o evento me permitiu uma ideia. Tinha de chamar a atenção e voltar a ser famoso. Entre pedradas e empurra empurra, nada de novidade. Quando vi então o Fusca andando lentamente ao lado do protesto.

Não pensei duas vezes. Peguei o colchão de um dos manifestantes, pus fogo nele e joguei embaixo do automóvel. Não vi se a família conseguiu sair do carro, mas isso pouco importa. De um jornal de subcelebridades, agora viraria destaque no Jornal Nacional. Certeza. Tinha ateado fogo a um carro. Era questão de tempo.

Virei as costas e saí tranquilamente, sem ninguém a me incomodar. Encontrei Marie, colega de curso. Perguntei-lhe se queria ir ao cinema. Ela sorriu e disse que sim. Ambos de preto, perguntou-me se estava de luto ou se participava também do protesto, às risadas.

Disse-lhe que mamãe tinha morrido. Como quisesse saber há quanto tempo, respondi:

– Morreu ontem.

 

Carlos Eduardo Lula é Consultor Geral Legislativo da Assembleia do Maranhão, Advogado, Presidente da Comissão de Direito Eleitoral da OAB/MA e Professor Universitário. e-mail: [email protected] . Escreve às terças para O Imparcial e Blog do Clodoaldo Corrêa

Mulher grávida morre em abordagem policial no Bairro de Fátima

De O Imparcial Online

Um mulher, identificada como Liliane Silva Vilas Boas, morreu durante uma abordagem policial na noite desta quinta-feira (23), no Bairro de Fátima em São Luís. De acordo com as informações, os policiais da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), estavam a procura de um homem suspeito de integrar uma facção criminosa de São Luís.

De acordo com o delegado-adjunto da Seic, Marcos Afonso, a polícia recebeu uma denúncia anônima de que um homem identificado como Márcio de Jesus Mendes, conhecido como “Márcio Patrão”, estaria com várias pistolas ponto 40 e que as armas seriam fornecidas para uma facção criminosa que atua na capital.

Ao se dirigirem para o endereço informado na denúncia, os policiais encontraram Márcio saindo de casa em um veículo Hillux de cor preta. Ao ser abordado pela polícia, segundo o delgado, o suspeito teria efetuado alguns disparos, que foram revidados pelos policiais. Na troca de tiros, Márcio e mais dois ocupantes do veículos, a esposa do suspeito, que estava grávida e um adolescente que seria filho dele, foram baleados.

“A informação que foi repassada pelos policiais que estavam na operação, foi de que o carro estava com os vidros fechados e eles não viram que havia outras pessoas no veículo. Ao serem recebidos com tiros pelo suspeito, eles revidaram e acabaram baleando os outros ocupantes”, explicou o delegado.

Ainda de acordo com Marcos Afonso, uma cópia do flagrante já foi encaminhada para o Ministério Público e será feita uma perícia no carro onde o suspeito estava.