Uma outra preocupação ronda o núcleo da família Sarney: a possibilidade de uma deleção premiada do ex-chefe da Casa Civil, João Guilherme Abreu. O medo da família Sarney é que João Abre, abandonado após o escândalo, para aliviar sua situação no processo que investiga o pagamento da propina pelo pagamento do precatório da empreiteira Constran, resolva falar tudo que sabe e entregar a ex-governadora suspeita de ter embolsado a grana na reta final do seu desastroso mandato. Comentam nos bastidores da política, por exemplo, que Abreu não estaria disposto a pagar o preço do silêncio e arcar com sozinho com as consequências.
A ex-governadora, além de ter sido citada nos depoimentos do ex-diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e do doleiro Alberto Youssef, como beneficiária do roubo de R$ 88 bilhões que quase quebrou a estatal do petróleo, pesa também contra ela o fato do secretário Chefe da Casa Civil, João Abreu, ser acusado pelo doleiro de ter recebido R$ 4 milhões de propina como pagamento pela liberação de um precatório da Constran, no valor de R$ 120 milhões.
Preso na operação Lava Jato, Youssef, afirmou em delação premiada que o pagamento da propina foi feito em três parcelas. Uma delas, no valor de R$ 1,4 milhão, teria sido paga pelo próprio doleiro no dia em que foi preso pela Polícia Federal, em março de 2014, em um hotel da orla de São Luís. Á polícia, o doleiro confessou que entregou o dinheiro a João Abreu e que o Chefe da Casa Civil agia em nome da ex-governadora.
A situação da João Abreu após o final do governo Roseana parece não ser das melhores. Diante da nova realidade reabriu o Armazém Abreu no shopping em que é sócio de Jorge Murad, no Jaracaty. Conforme colheu o blog, ele teme ser preso toda vez que algum empreiteiro concorda em abrir o jogo e informar como funcionava o propinoduto. E por conta desta real possibilidade passou a dormir no apartamento 202 do Flat Number One, na Ponta D’areia.