Justiça determina fim da paralisação de agentes penitenciários; multa diária é de 50 mil reais

Blog do Gilberto Lima – O desembargador Jorge Rachid determinou o fim da paralisação das atividades deflagrada pelos agentes penitenciários do Maranhão. A decisão foi tomada na sexta-feira (17), em resposta a uma Ação Civil Pública ajuizada pelo governo do Estado. De acordo com a decisão, agentes estão proibidos de promover, divulgar ou incentivar medidas de paralisação ou greve.

“Defiro o pedido de tutela antecipada para determinar ao requerido que se abstenha de promover, divulgar ou incentivar medidas de paralisação ou movimento grevista, bem como determinar que os substituídos voltem a desempenhar suas funções regularmente no prazo de 2 (duas) horas, sob pena de multa diária de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais)”, ressalta a decisão.

decisao

Ao decidir pelo fim do movimento paredista, o desembargador destaca que o sistema penitenciário do Estado vem atravessando nos últimos anos uma crise sem precedentes, com várias rebeliões, fugas e mortes de detentos, o que causa uma grande instabilidade tanto dentro das unidades prisionais como na sociedade em geral.

Rachid ressalta também os atos dos grevistas, na manhã de sexta-feira (17), que, segundo ele, atentaram contra a administração da Justiça e a ordem pública, pois impediram o comparecimento dos internos nas audiências designadas pelo Poder Judiciário, bem como proibiram a entrada do caminhão que fornece alimentos aos presos e a entrada da Polícia Civil no Complexo Penitenciário.

Na ação, o governo ressalta que a maioria dos itens da pauta de reivindicação não são possíveis de serem negociados no presente momento de crise, tendo em vista a vedação da lei de Responsabilidade Fiscal e da restrição orçamentária, sendo que a categoria já fora beneficiada com recomposição salarial e benefícios no ano de 2015. Acrescenta também que os demais pleitos referentes às condições de trabalho devem ser negociados sem a suspensão das atividades, pois a categoria presta serviços essenciais para a manutenção da ordem e da segurança pública e à própria administração da Justiça, o que impede o direito de greve, conforme jurisprudência do STF e do STJ.

Agentes penitenciários fazem paralisação de advertência

Do site da TV Guará

agentespenitenciariosA paralisação acontece na tarde da próxima quarta-feira (17), em frente ao Complexo de Pedrinhas.

Duarnte assembleia geral extraordinária dos Servidores do Sistema Penitenciário do Maranhão, que aconteceu na quinta-feira (11), às 17h, na sede do Dnit, Centro, ficou definido que os agentes penitenciários que trabalham na capital maranhense vão paralisar as atividades por 24h e realizar um protesto.

A manifestação acontece na próxima quarta-feira (17), às 16h, em frente ao Complexo Penitenciário de Pedrinhas, localizado na Br-135.

Os agentes vão ocupar os dois lados da rodovia federal. Eles reivindicam melhores condições de trabalho, aposentadoria especial e outros itens.

Agentes penitenciários decidem parar por 24 horas na próxima terça

Em assembleia realizada nesta quarta-feira, o sindicato dos agentes penitenciários do Maranhão decidiu realizar uma paralisação de advertência por 24 horas na próxima terça-feira (28). Os agentes não gostaram da medida do governo do Estado que remanejou de função alguns servidores. Uma greve por tempo indeterminado não está descartada.

Os agentes estão sendo utilizados para escolta de presos e serviços fora do sistema penitenciário. A paralisação, porém, não deve afetar diretamente o funcionamento do complexo penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, que basicamente é controlado por monitores terceirizados, com reforço de homens da Polícia Militar e Força Nacional.

Hoje são 382 agentes no Estado, sendo que a maioria está tomando conta das pequenas unidades prisionais do interior. Em contrapartida, cerca de 900 servidores terceirizados atuam como monitores para dar segurança em Pedrinhas.

César Bombeiro: “peço que investiguem os agentes, e eu quero ser o primeiro”

cesarbombeiroDurante a reunião da Comissão de Direitos Humanos do Senado, o vice-presidente do Sindicato dos Agentes penitenciários, César Bombeiros, fez o mesmo questionamento que havia sido levantado por este blog: “se existe corrupção de agentes penitenciários em pedrinhas, onde estão os processos administrativos ou qualquer tipo de punição?”

Bombeiro afirmou que o sindicato de sua categoria não é atrelado a grupo político, apesar de ele ser filiado ao PT. Disse que foram feitas greves nos governos Zé Reinaldo,  Jackson Lago e Roseana Sarney. Ele pediu para que fossem investigadas irregularidades cometidas por agentes.

“Se na minha categoria tiver irregularidade, quero que os corruptos sejam presos. Peço aos senadores que acionem a Polícia Federal para que investigue os agentes, e eu quero ser o primeiro investigado. Porque se tiver agente bandido, tem que estar preso”, afirmou.

Bombeiro afirmou que os agentes não são culpados pelo fato de 90% dos serviços dentro da penitenciária de Pedrinhas foram terceirizados e cobrou concurso público para o setor.