Honestidade e austeridade na aplicação do dinheiro público

Por Flávio Dino (governador do Maranhão)

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Para ampliar o acesso a direitos para um número cada vez maior de maranhenses, é preciso que o Estado utilize de forma racional e transparente os recursos disponíveis, trate a coisa pública com seriedade e com respeito às leis. É o que temos feito desde janeiro, à frente do governo do Maranhão. Assim, os recursos oriundos da contribuição de todos os maranhenses estão se transformando em benefícios para todos, sobretudo aos que mais precisam. Cito como exemplos a construção de novas escolas, o apoio à agricultura familiar, o Bolsa-Escola, o funcionamento de hospitais e a valorização dos servidores públicos.

O cumprimento do dever de zelo com a coisa pública é ainda mais relevante na atual quadra histórica que o Brasil atravessa. Como todos sabem, o nosso país passa por uma fase de graves dificuldades econômicas e, para superá-las, é necessário que o conjunto da sociedade e, em especial, as administrações públicas empreendam maiores esforços, com foco e determinação.

Para que se tenha uma ideia do alcance desses problemas, somente no mês de setembro deste ano o Maranhão sofreu uma perda de R$ 16 milhões no repasse mensal feito pelo Fundo de Participação dos Estados. Essa transferência federal é, para estados e municípios, imprescindível na manutenção de obras e serviços públicos, já que é de onde advém aproximadamente metade da nossa receita orçamentária.

Temos sido firmes no corte de gastos, e é por isso que conquistamos êxitos como concluir, equipar, contratar recursos humanos e colocar para funcionar no mês de setembro o Hospital Jackson Lago, que começou a atender toda a região da Baixada Maranhense com serviços de alta complexidade. A conclusão dessa obra se arrastava há anos, apesar do financiamento do BNDES, porque quem governava pensava não ter dinheiro para o custeio mensal do hospital.

Conseguimos dinheiro reduzindo despesas com diárias, aluguel de veículos, compra de combustíveis, telefonia, terceirizações, flores e eventos, entre outros itens. No nosso governo, o dinheiro público não é usado para compra de produtos de luxo, uísque, champanhe, lagosta e caviar. No primeiro semestre, esse esforço da nossa equipe significou uma economia de R$ 60 milhões aos cofres públicos, se compararmos com as despesas de períodos governamentais passados. Até o fim do ano, a nossa meta é economizar cerca de R$ 200 milhões com cortes de despesas de custeio em todo o Governo.

A proteção aos cofres públicos também deriva do rigoroso respeito às leis. Cancelamos benefícios tributários ilegais ou que não agregavam nenhuma vantagem competitiva ao Estado. E estamos reavendo espaços públicos indevidamente ocupados por particulares, a exemplo do Parque da Vila Palmeira e do Porto Grande. Neste último caso, tratava-se de um inusitado caso de um equipamento público utilizado para auferir lucro a uma empresa, sem que houvesse nenhuma renda para os cofres públicos.

Essa gestão austera e eficiente é um dos fatores para que o Maranhão tenha sido, nos últimos meses, um dos pouquíssimos Estados a manter saldo positivo na geração de empregos, mesmo com o cenário nacional apontando para o inverso. Isso se deve, em larga medida, ao nosso empenho nas medidas anticíclicas que corajosamente implementamos: aumento de salários dos servidores públicos, chamamento de concursados, benefícios tributários para micro e pequenas empresas, programa de obras públicas (a exemplo do Mais Asfalto). Para fazer tudo isso, em tão pouco tempo, necessitamos fazer o aludido corte de despesas e aumentar a arrecadação sobre aqueles que têm maior capacidade contributiva, outra medida que implementamos com o apoio da Assembleia Legislativa, a quem mais uma vez agradeço.

É assim que, em apenas 9 meses, o nosso programa de governo já mostra resultados concretos, e muitos mais virão quando completados os 4 anos do mandato que me foi confiado por milhões de maranhenses movidos por esperança e coragem.

Avante.

Fundação José Sarney já consumiu R$ 8 milhões dos cofres públicos

Busto de Sarney na entrada da Fundação da Memória Republicana

Busto de Sarney na entrada da Fundação da Memória Republicana

Chamo a hoje Fundação da Memória Republicana de Fundação José Sarney porque é o que ela permanece sendo: um espaço de culto ao ainda senador amapaense, José Sarney (PMDB-AP), com a guarda de acervo de cerca de 40 mil itens doados  pelo ex-presidente e bancada pelo governo do estado do Maranhão. Em seu artigo dominical, Sarney fez uma súplica pela manutenção de seu acervo. São medalhas, condecorações, presentes dados por populares a José Sarney durante os quatro anos que governou o país, além de documentos e peças de arte.

O problema é que diferente das Fundações citadas por Sarney, Instituto Lula e Fundação FHC, a Fundação da Memória Republicana não é privada, mas custa caro do dinheiro do contribuinte. Os acervos dos ex-presidentes Lula e FHC são mantidos por doações de empresas e pessoas que acreditam nas missões.

A Fundação José Sarney é mantida com recursos da secretaria estadual de Educação e já consumiu R$ 8 milhões entre 2012 e 2014. Para 2015, a previsão  de despesas é de R$ 3.059.118,00. FMRB consumiu entre recursos de despesa corrente (folha de pagamento, serviços de manutenção e material, por exemplo) e de despesa de capital (investimentos) exatos R$ 8.089.767,55 milhões ao longo de 2012, 2013 e 2014.

Com o gasto superior a R$ 3 milhões anuais, os recursos da Fundação poderiam ser utilizados para a construção de três escolas por ano. E uma escola de R$ 1 milhão seria bem estruturada, com capacidade acima de 800 alunos, sala de informática, quadra poliesportiva e material pedagógico de primeira linha.

Segundo documento da Secretaria de Gestão e Previdência, a FMRB conta com 48 funcionários, todos comissionados e comandados pela ex-chefe da Casa Civil do último ano do governo Roseana Sarney, Anna Graziella Santa Neiva Costa, que tem mandato de 6 anos por uma tal de “eleição pelos servidores”. Mesmo após a renúncia de Roseana Sarney no dia 10 dezembro, Graziella que acumulava os dois cargos, manteve-se presidindo a Fundação.

A folha de pagamento mensal da Fundação José Sarney gira em torno de R$ 174 mil reais  e inclui vantagens como “hora extra especial”.

A Fundação

A Fundação da Memória Republicana Brasileira (FMRB) foi criada pela Lei Nº 9.479, de 21 de outubro de 2011, sancionada pela governadora Roseana Sarney. A fundação tem personalidade jurídica de direito público e duração ilimitada, com sede e foro na cidade de São Luís e jurisdição em todo o Estado do Maranhão, sem finalidade lucrativa, dotada de autonomia administrativa e financeira, e de patrimônio próprio, vinculada à Secretaria de Estado da Educação.

Imagem do dia: carrões para campanha com dinheiro público

No pátio do Palácio Henrique de La Rocque, estão estacionadas nada menos que oito carros Amarok - Volkswagen. Os carrões foram alugados com diferentes prazos pela Casa Civil. Sem nenhuma utilidade prática para a pasta, foram alugados e utilizados para campanha eleitoral e o transporte de figurões.

No pátio do Palácio Henrique de La Rocque estão estacionadas nada menos que oito carros Amarok – Volkswagen. Os carrões foram alugados com diferentes prazos de entrega pela Casa Civil estadual. Sem nenhuma utilidade prática para a pasta, foram alugados e utilizados para campanha eleitoral e o transporte de figurões.

Obra de 1,8 milhão na estrada da Raposa não resiste à primeira chuva

Festa que fez Luís Fernando  quando assinou a ordem de serviço em setembro do ano passado.

Festa que fez Luís Fernando quando assinou a ordem de serviço em setembro do ano passado.

O serviço da secretaria de Infraestrutura do estado na estrada da Raposa (MA-203) não resistiu à primeira chuva. O governo prometeu duplicar a MA-203, no entanto o serviço foi apenas uma colocação de asfalto para o acostamento e não duplicação. Pior ainda, o asfalto não resistiu à chuva da semana passada e as placas se soltaram ao longo da rodovia. A obra custou  R$ 1.812.951,46 para 7,5 quilômetros.

Agora, o governo já começou a fazer a recuperação da recuperação. Homens já estão recolocando asfalto onde a chuva levou. Gasto duplo do dinheiro público. Desde a manhã da última terça-feira (21), ao longo da MA 203, operários estão tirando parte do asfalto onde cedeu e implantado nova recapagem, com a mesma técnica que deverá ser novamente levada pela chuva.

“Vamos fazer o alargamento da pista, com 1,5 metro de cada lado, para que ciclistas e motoqueiros possam trafegar com tranquilidade e, também, vamos fazer o canteiro central”, prometeu o secretário de Infraestrutura Luís Fernando Silva durante assinatura da ordem de serviço, em setembro do ano passado (veja aqui). Foi feita uma festa daquelas na assinatura do contrato do “serviço”. Do canteiro central, ainda nem sinal.

As imagens não mentem (fotos: Blog do Domingos Costa).

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