Enchentes: Jornal dos Sarneys usa documento de 2010 para tentar encobrir parecer de 2016 do Ministério

Roseana tenta se esconder a todo custo das graves acusações

O escândalo do desvio de verbas que seriam destinadas para obras emergenciais após enchentes ocorridas no Maranhão, em 2009 – que envolvem a ex-governadora Roseana Sarney e o ex-ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima – deixou mesmo desnorteado o Clã. O jornal dos Sarneys faz um esforço hercúleo para tentar provar que não houve uma série de irregularidades que culminaram na suspeita de desvio de R$ 18 milhões em recursos federais.

Mesmo o parecer técnico nº 2016-460-KLV/2016/SEDEC/DRR – assinado pelo engenheiro da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil do Ministério da Integração, Kahlil Lacerda de Vasconcelos – sendo do ano de 2016, o jornal dos Sarneys foi buscar uma denúncia de 2010, do vereador Antônio Ximenes, de Caxias, que à época já apontava as irregularidades nas obras de recuperação de pontes e estradas após as enchentes.

Parecer do Ministério da Integração de 2016 atesta irregularidades das obras.

A tática utilizada pelos sarneysistas é mais uma prova do desespero oligárquico com o assunto. A exemplo do ofício enviado por Hélder Barbalho, ministro da Integração Nacional e filho de Jader Barbalho, parceiro de José Sarney no “quadrilhão do PMDB”, dando conta de que a aplicação da verba de R$ 35 milhões destinada por Geddel para o Maranhão não é alvo de auditoria e não consta no processo nº 59050.001-042,2009-61 qualquer irregularidade a pessoa da ex-governadora.

Na última quarta-feira, o blog já havia divulgado um ofício do próprio ministério que desmente o ministro aliado dos Sarney. No dia 10 de março de 2017, ofício assinado pelo coordenador-geral de Prestação de Contas e Convênios, Bruno Dourado, endereçado a José Miguel Lopes Viana, diretor do Departamento Estadual de Infraestrutura e Transporte do Maranhão (Deint-MA) do governo Roseana Sarney, prova que o Ministério da Integração Nacional instaurou um processo de fiscalização com pedido que orienta a glosa de R$ 18 milhões – com valores atualizados – em contrato realizado pelo Ministério e o governo do Estado.

O ofício faz parte do processo de nº 59050.001042/2009-61 e deixa claro que “não havendo regularização da Avença, o Estado será inscrito como inadimplente no SIAFI, tornando obrigatório o encaminhamento do processo para instauração da Tomada de Contas Especial”. Ou seja, diferente do que o ministro Hélder Barbalho afirmou, o Ministério está apurando irregularidades na aplicação das verbas destinadas às enchentes do Maranhão no governo Roseana Sarney.

É por isso que a mídia sarneysista está tão preocupada em tentar justificar o injustificável. O escândalo pegou o clã em cheio e pode resultar em consequências graves para Roseana Sarney e seus auxiliares.

Flávio Dino fala sobre desvio do dinheiro de enchentes: “Repugnante”

Enchentes de 2009 castigaram o Maranhão. Ainda assim, recurso foi desviado, segundo auditoria

Através das redes sociais, o governador Flávio Dino se manifestou sobre a suspeita do governo Roseana Sarney ter desviado recursos destinados à recuperação de rodovias destruídas por enchentes.

“Registro minha indignação com aqueles que no Maranhão tiveram a coragem de roubar dinheiro destinado a vítimas de enchentes. Repugnante. Infelizmente não devemos nos surpreender com o que essa gente é capaz. Mas até dinheiro de vítimas de enchentes é realmente abjeto”, afirmou o governador.

O recurso teria sido desviado justamente por um esquema entre o governo Roseana Sarney e o então ministro da Integração Nacional Geddel Vieira Lima, aquele preso por esconder R$ 51 milhões em espécie em um apartamento.

Roseana Sarney e Geddel Vieira Lima

Uma investigação do governo federal apura o destino de parte dos recursos repassados ao Governo do Maranhão em 2009 para recuperar rodovias em quase 70 municípios do estado. Os recursos deveriam ter recuperado rodovias após uma enchente no estado. Uma auditoria interna do Ministério da Integração Nacional mostra que  R$ 18 milhões – com valores atualizados – teriam sido desviados em contrato realizado por aquele órgão e o governo do Estado.

No relatório, a auditoria do Ministério da Integração é taxativa quanto ao estado da obra de uma ponte entre Fortaleza dos Nogueiras e São Pedro dos Crente que deveria estar concluída: “Estrutura totalmente deteriorada, está sendo recuperada de forma indevida para reaproveitamento, o que caracteriza má fé por parte do construtor”. Em outro trecho do relatório, realizado em 2010, o auditor afirma que a obra que deveria ser recente à época tem “estrutura antiga, construída há mais de 30 anos, sendo rebocada para aparentar ser nova”.

Evitar alagamentos é dever de todos

Lixo obstruiu passagem da água no Rio Calhau e causou alagamentos e erosão

A forte chuva que caiu em São Luís na última quarta-feira (1º) reascende o debate sobre os problemas estruturais e comportamentais em São Luís. A cidade nasceu de forma desordenada e a cada nova construção autorizada, como os grandes prédios do Renascença, não foram previstos os sistemas de drenagem.

Na última quarta, choveu 16,5% do previsto para todo o mês de março. Ou seja, ainda teremos muita chuva este mês. Após as chuvas da quarta, as equipes da prefeitura trabalharam para desobstruir os canais e galerias no Coroado, no Cohafuma, São Francisco, Holandeses entre outros. O problema é a enorme quantidade de lixo tapando os bueiros e bocas de lobo.

Um grande exemplo se dá na rua Santo Antônio, no Calhau, onde a enorme quantidade de lixo descartado de forma irregular obstrui a passagem de água provocando inundações e erosão na pista (fotos que ilustram o Blog).

Máquinas limpam e, logo após, todo tipo de lixo é jogado de forma irregular. Assim é impossível evitar enchentes

É fato que em lugares de alagamento histórico onde a prefeitura fez intervenções, o serviço deu resultado. Não foram registrados alagamentos na Apaco, Santa Clara, Curva do Noventa, elevados, Gangan, Cohatrac e Coroadinho.

Agora, com tantos problemas já históricos e que a prefeitura precisa resolver, a população tem que ajudar não descartando lixo de forma irregular, obstruindo a drenagem. As carretas da prefeitura recolhem de 250 a 300 toneladas somente de lixo descartado irregularmente. Essa enorme quantidade não diz respeito a coleta normal de lixo. Imaginem o quanto de lixo irregular que a prefeitura não dá conta de recolher. A cidade tem um sério problema de descarte irregular que só se resolve com conscientização das pessoas.

Enquanto não houver consciência disso, a cada período chuvoso vamos conviver com as enchentes.

Máquina retira o lixo irregular em pontos do Contorno do Sá Viana. Falta de conscientização

Trabalho de retirada de lixo ao lado da Funasa, no Centro