Nova fase da Lava Jato pode complicar Lobão

Blog do John Cutrim

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Empreiteiro Ricardo Pessoa e Edison Lobão

A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira, 28, a 16ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Radioatividade. Cerca de 180 agentes cumprem 30 mandados judiciais em Brasília, Rio de Janeiro, Niterói, São Paulo e Barueri.  O foco das investigações são contratos firmados por empresas como a Eletronuclear, uma subsidiária da Eletrobrás.

A operação investiga formações de cartel e ajuste prévio de licitações nas obras da usina de Angra 3, além de pagamento de propinas a funcionários da estatal. O dono da construtora UTC, Ricardo Pessoa, afirmou em sua delação premiada homologada na semana passada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que acertou diretamente com o ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão (PMDB-MA) o pagamento de propina para a obtenção de obras em Angra 3, no Rio de Janeiro.

De acordo com o depoimento de Pessoa aos investigadores da força-tarefa da Operação Lava Jato, ele fechou com o hoje senador Lobão o pagamento de R$ 1 milhão em propina, mais o pagamento de doações eleitorais a a caciques do PMDB no Senado. Um dos beneficiados, neste aspecto, teria sido o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

As obras de Angra 3 são executadas pelo consórcio formado pela UTC, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e Odebrecht. Todas são investigadas pela Lava Jato. O grupo venceu uma concorrência em 2013 para executar as obras. A usina está orçada em R$ 3,1 bilhões.

Sem força, Sarney perde espaços no governo federal

Sarney e Lobão: fora do governo Dilma

Sarney e Lobão: fora do governo Dilma

A presidente Dilma Rousseff decretou de vez o ponto final de Sarney em seu principal feudo no governo federal: o ministério de Minas e Energia, alvo das denúncias do escândalo do Petrolão. A petista anunciou 13 ministérios, dentre eles, o Minas e Energia, substituindo Edison Lobão pelo Senador Eduardo Braga (PMDB-AM).

Lobão retorna para o Senado para o restante do mandato (ainda mais quatro anos) e Edinho volta a condição de suplente.

No Turismo, permanece o atual ministro Vinícius Lages, que também é filiado ao PMDB e está no posto desde março. Outro aliado de Gastão Vieira, ainda nutria esperança de ser realçado ao posto.

Dilma dá o troco em Sarney após o flagra do voto em Aécio e a perda de força dentro do próprio PMDB.

Zé Reinaldo será secretário de Minas e Energia; Luana Alves assume na Câmara

Zé Reinaldo vai para o governo

Zé Reinaldo vai para o governo

O governador eleito, Flávio Dino, anunciou mais três secretários estaduais na tarde desta segunda-feira (24). Destaque para o nome do deputado federal eleito e ex-governador, Zé Reinaldo Tavares, que será secretário de Minas e Energia do governo Flávio.

A saída de Zé Reinaldo da Câmara federal abre vaga para Luana Alves no parlamento.

O governador também anunciou Delma Pereira para a secretaria de Turismo e Tatiana de Jesus Pereiria para a secretaria de Juventude.

Lobão também vai entregar o cargo à presidente Dilma

O Globo

edisonlobaoBRASÍLIA – O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, também entregará uma carta de demissão à presidente Dilma Rousseff nos próximos dias, como alguns colegas. Aliados da presidente veem a saída de Lobão do ministério como certa.

— Não entreguei ainda, vou entregá-la, até porque é uma recomendação para todos fazerem. Não entreguei ainda. Entregarei amanhã, ou na segunda-feira, ou terça — disse Lobão ao GLOBO nesta quinta-feira.

Em discurso a agentes do setor elétrico em Brasília, Lobão disse ter orgulho do corpo técnico e das instituições integrantes do ministério, do qual está à frente, de maneira intermitente, há seis anos.

— Eu, amanhã, posso sair daqui, outro virá, outro pode sair, e o sistema prosseguirá, porque está estruturado em bases realistas e responsáveis — disse ele no evento de lançamento do Plano Nacional de Energia 2050, que visa a expansão do setor até aquele ano.

Em tom de despedida, Lobão ressaltou que, a despeito de visões pessimistas e da situação hidrológica de poucas chuvas, não houve racionamento de energia elétrica em 2014.

Ele disse ainda que sentia como uma “agressão” as críticas de que não havia planejamento no setor elétrico, uma vez que o governo estava apresentando um plano para daqui a 36 anos.

— Temos aperfeiçoado esse modelo (energético). Oxalá os próximos também o façam — disse Lobão.

Lobão sai de cena do Ministério de Minas e Energia

lobao

Júlia Borba, de Brasília

Folha de São Paulo

O Ministério de Minas e Energia está praticamente sem comando. Nos últimos dois meses, o titular da pasta, Edison Lobão, tem ocupado seu posto apenas ocasionalmente, mas sem assumir compromissos públicos.

Durante sua ausência, cada vez mais comum, quem o representa na maioria dos eventos é o secretário-executivo Márcio Zimmermann.

Esse arranjo tem vigorado desde o início de setembro, quando Lobão foi citado na denúncia do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa como um dos beneficiados por esquema de desvio de recursos da empresa.

Desde então, Lobão saiu de férias quatro vezes, sempre por períodos curtos, de três a cinco dias. Compromissos de trabalho em sua agenda oficial foram apenas cinco.

Quatro deles mencionavam sua participação em reuniões -uma delas nem sequer foi presencial. O quinto compromisso foi uma visita a empresas de energia no Maranhão, sua terra natal.

Fora essas situações, Lobão teve apenas “despachos internos” no período. Em uma sexta-feira de setembro (19), sua ausência de Brasília foi justificada por “compromissos familiares”.

A saída de Lobão do ministério é dada como certa. Segundo a Folha apurou, a tendência é que ele seja substituído em janeiro. O nome do novo ministro ainda está em discussão no governo.

Enquanto isso, agentes do setor elétrico, como empresários, associações e especialistas, acumulam pendências para tratar com a pasta. As questões em aberto se espalham por todos os segmentos e incluem de indenizações às empresas de transmissão à falta de regras para renovação dos contratos de concessão das distribuidoras.

Até mesmo a presença do ministro em eventos do setor se tornou rara. No último mês, o ministério convocou a imprensa para explicar o esquema de segurança que seria montado para garantir abastecimento nas eleições. Mas o ministro, segundo assessores, estava em viagem.

Anteontem, quando o governo elevou o risco de desabastecimento de energia nas regiões Sudeste/Centro-Oeste para 2015, Lobão também se negou a dar explicações.

O ministério afirma que “como todo servidor público, o ministro tem direito a férias anuais de 30 dias e que sua opção foi por tirá-las no segundo semestre” para poder dedicar-se à campanha eleitoral de seu filho, o senador Lobão Filho, candidato ao governo do Maranhão.

O ministério afirma ainda que é “uma ilação equivocada” relacionar as férias do ministro com a menção de seu nome “ao lado de dezenas de outros em reportagem sobre denúncias envolvendo a Petrobras, sem que nada de concreto tenha sido contra ele apresentado”.