Mudança Litorânea-Holandeses e VLT em debate na Câmara

Projetos estruturantes de trânsito foram muito debatidos na Câmara Municipal de São Luís nesta terça-feira (14). Um com projeto viável e que está próximo de se tornar realidade e outro um grande engodo da gestão do ex-prefeito João Castelo (falecido) e que se tornou um problema que vem sendo empurrado.

O vereador Pedro Lucas Fernandes (PTB) apresentou requerimento solicitando audiência pública para discutir sistema de tráfego binário, fazendo com que as avenidas dos Holandeses e Litorânea tenham vias de mão única em sentido oposto. O requerimento foi aprovado por unanimidade e a audiência será realizada dia 9 de março. Também serão convidados representantes de São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa, já que o projeto atinge todos os municípios da Ilha.

“Já havia conversado com o presidente da Agência de Mobilidade (MOB), Artur Cabral, que se comprometeu de vir discutir. Acho que é um projeto de grande impacto que deve ser apresentado aos representantes da cidade de São Luís e demais municípios”, afirmou Fernandes.

Orçada em R$ 59 milhões, a obra prevê a implantação do sistema de tráfego binário e transporte tipo BRT (Transporte Rápido por Ônibus), que passarão a funcionar somente após o término das intervenções nas vias. Por meio do sistema de tráfego binário, as avenidas dos Holandeses e Litorânea serão vias de mão única. A Holandeses funcionará no sentido Centro/Bairro e a Litorânea Bairro/Centro. O transporte tipo BRT interligará os municípios da Ilha e dinamizará a circulação de transporte coletivo metropolitano, dispondo de dois Terminais de Integração. A previsão do governo é que a obra fique pronta até o final de 2018. 

VLT

O famigerado VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) também voltou a ser pauta na Câmara Municipal de São Luís. O vereador Ricardo Diniz (PCdoB) apresentou requerimento pedindo explicações sobre a destinação dos vagões que estão guardados pela prefeitura de São Luís. E os novos vereadores se mostraram muito interessados no assunto, pois gerou muito debate.

Recentemente, o prefeito de Santa Rita, Hilton Gonçalo, propôs interligar São Luís a Santa Rita pelo veículo. E foi alfinetado por tentar tratar de maneira tão simples um problema tão complexo. “O prefeito de Santa Rita, que seria altamente beneficiado, deveria pelo menos bancar o projeto técnico e dividir o aluguel do galpão com São Luís. Nós temos um problema muito grave e que se não se apresentar projeto técnico consiste, não adianta jogar palavras ao vento”, afirmou Lucas Fernandes.

Até a venda dos vagões é difícil. Já foi oferecido a Fortaleza, mas ninguém quer o VLT, que custou R$ 7 milhões. Nem se todos os vereadores destinassem toda sua emenda parlamentar para que o VLT fosse ligado somente até a zona rural seria possível. Cada quilômetro de malha viária do Veículo custa em torno de R$ 9 milhões.

Quanto mais se discute, mais se vê o quanto é difícil uma solução para esta grande irresponsabilidade que foi comprar estes vagões.

A grande maioria dos vereadores concordou que o parlamento deveria se mobilizar junto ao Ministério Público Federal para que os envolvidos na compra do VLT em 2012 que ainda estão vivos fossem mais rapidamente penalizados pelo grande prejuízo aos cidadãos ludovicenses.

Wellington é o candidato das propostas mirabolantes

Wellington queria colocar o VLT na Litorânea para passeio de turistas

Nada de povo! Wellington queria colocar o VLT na Litorânea para passeio de turistas

Todo eleitor espera que um prefeito seja experiente e apto para enfrentar o desafio de gerenciar uma cidade. Partindo desse pressuposto, o candidato da Coligação “Por Amor a São Luís”, Wellington do Curso (PP), tem usado em seu discurso, de forma maçante, que é o mais preparado para assumir a prefeitura da capital maranhense. Nos programas eleitorais, o pepista tenta demonstrar, através de um roteiro preparado pela coordenação de campanha, conhecimento e domínio sobre mobilidade urbana, geração de empregos, saúde, segurança e educação.

Mas a tentativa de “ensaiar” o candidato tem sido frustrada, talvez pela própria coordenação da campanha, que desconhece a realidade da cidade, ou pela ousadia de Wellington de querer mostrar atitude para trabalhar. Algumas de suas propostas são inviáveis, beiram o ridículo, e podem custar caro à sua campanha.

Uma das pérolas de Wellington do Curso é a solução para o destino do VLT de Castelo. Em sua fala, durante sabatina promovida por um jornal local da cidade, o prefeiturável afirma que é possível instalar o VLT na avenida Litorânea. O veículo, que custou aos cofres públicos R$ 7 milhões, não pode ser transformado em uma espécie de trenzinho na avenida litorânea. Até os mais leigos no assunto, sabem que colocar o VLT na orla de São Luís não seria eficiente. Um investimento de milhões em benefício de poucos. Mal assessorado e demonstrando falta de conhecimento, Wellington deveria ter a consciência de que o VLT seria um importante meio de integração dos transportes, solucionando problemas de quem realmente precisa.

Também na área da mobilidade urbana,  Wellington do Curso comete outra gafe, ao prometer realizar um estudo de viabilidade da implantação do passe livre estudantil. Se com o preço da passagem a R$2,90, os empresários do setor já alegam dificuldades para administrar, imagina  com o passe livre estudantil. Seria um colapso no Sistema de Transporte Público da capital. Não é falta de disposição e boa vontade, trata-se de inviabilidade financeira. Tudo é um custo. Combustível, manutenção dos veículos, salário dos rodoviários, planos de saúde, ticket alimentação, renovação da frota, entre outros gastos. Se a prefeitura fosse arcar, teria que tirar milhões de outra área. O que não tem viabilidade.

Noutra proposta de campanha, Wellington do Curso promete abrir muitos postos de trabalho, facilitando a implantação da Zona de Processamento de São Luís. Além disso, o pepista garante que vai trabalhar na revitalização do Porto do Itaqui. Só não explicou como. Será que o candidato não sabe que o porto não é da competência da gestão municipal?!

Wellington do Curso não passa de um candidato com propostas mirabolantes, pois não tem a exata noção do que um prefeito faz e das responsabilidades das esferas estadual e privada. Sua falta de conhecimento na área administrativa é surpreendente. Parece que nem os vários anos de trabalho, como administrador de curso preparatório e deputado estadual, serviram para alguma coisa.

SMTT rebate Neto Evangelista e confirma não existência de projeto do VLT

Carlos Rogério diz que só existiam estudos simplificados e VLT será instalado em área viável.

Carlos Rogério diz que só existiam estudos simplificados e VLT será instalado em área viável.

O secretário municipal de Trânsito e Transporte, Carlos Rogério Araújo, assegurou, nesta quinta-feira (12) que a administração anterior não produziu qualquer projeto executivo de implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Após diligências nos arquivos da Prefeitura, foram localizados apenas estudos simplificados de concepção e que foram prontamente questionados por conterem equívocos graves.

O secretário disse que a proposta de VLT sugerida pela administração anterior, passaria sobre a rede adutora do sistema de água do Italuís, o que provocaria o deslocamento dessa rede. O mesmo ocorreria com a rede de iluminação pública.

O conjunto desses equívocos provocaria elevados custos na obra. Na concepção do governo municipal anterior, a linha do VLT sairia do Terminal da Praia Grande com destino ao Tirirical, passando por trechos das avenidas dos Africanos e dos Franceses. Outro aspecto negativo do estudo foi direcionar o VLT para o Tirirical, área de menor adensamento populacional que a Cidade Operária, Cidade Olímpica ou Cohab/Cohatrac.

Carlos Rogério Araújo disse que, por determinação do prefeito Edivaldo Holanda Júnior, haverá o reaproveitamento dos veículos adquiridos pela Prefeitura de São Luís, apresentando um novo traçado, que será a ligação da área do Itaqui-Bacanga com o Terminal da Praia Grande. A linha terá uma distância de 6,4 quilômetros e atenderá a uma demanda bem maior concentrada no eixo Itaqui-Bacanga, que reúne bairros como Vila Embratel, Vila Nova, Sá Viana, Anjo da Guarda e outros núcleos habitacionais.

LICENCIAMENTO

Em março, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmam) cancelou o licenciamento ambiental, concedido na gestão anterior, para instalação do VLT após serem detectadas uma série de irregularidades na concessão da licença. Os problemas foram descobertos após a análise e revisão do procedimento administrativo que concedeu a Licença de Instalação nº 35/2012.

Durante o levantamento dos dados, não foram localizados os autos do processo administrativo de licenciamento e nem os estudos técnicos que teriam embasado a emissão do documento. Os trabalhos da comissão de sindicância foram iniciados no dia 25 de janeiro e concluídos com a entrega do relatório que atestou a existência de irregularidades insanáveis na emissão da Licença de Instalação nº 35/2012. Os principais problemas detectados foram a ausência de estudos técnicos idôneos e a supressão de etapas do regular processamento da licença.

O cancelamento da licença ambiental para instalação do VLT tem como base a Resolução nº 237/97 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e a Súmula 473 do Supremo Tribunal Federal (STF).

Na época, a Semmam encaminhou ao Ministério Público Estadual (MPE) cópia integral do processo, para conhecimento e adoção das providências que sejam de competência do órgão. Entre elas está a apuração para descobrir se houve crime de improbidade administrativa e instauração de uma ação civil pública contra os gestores anteriores se for constatado o crime.

CONSERVAÇÃO

Os vagões e demais componentes do VLT, atualmente em área do Terminal da Praia Grande, serão transportados para um galpão da empresa Transnordestina Logística S.A (antiga Reffsa), situada no bairro Tirirical, local apropriado para abrigar o equipamento.