Nem mesmo a chuva que caiu forte no início da noite foi capaz de parar a animação dos foliões. No terceiro dia da programação do ‘Carnaval de Todos’, realizado pelo governo do Estado e prefeitura de São Luís, os brincantes tiveram uma programação cheia de atrações nos quatro circuitos – Seu Roseno, Antero Viana, Dona Teté e Chico Viana –, além de 12 palcos de rua e três tendas para apresentação de grupos de tambor de crioula.
A folia começou com tudo na Vila Gracinha. Era de lá que vários grupos iniciaram as apresentações que “arrastaram” o público para palcos na Praça da Saudade e Largo do Caroçudo. Nessa animada peregrinação, passaram pelo Circuito Seu Roseno os blocos tradicionais Os Baratas, Os Tradicionais do Ritmo, Gaviões do Ritmo, Vinagreira Show, Companhia do Ritmo, Os Coringas, Alegria do Ritmo, Guerreiros do Ritmo, Os Trapalhões, Tropicais do Ritmo, Fênix, Os Brasinhas, Os Foliões, Os Gladiadores, Os Fenomenais, Os Tremendões, Os Vampiros, La Boêmios de Fátima, Os Feras e os blocos afro Akomabu e Abiyeyê Mailô.
Foi no Akomabu que a cuidadora de idosos carioca Maria de Jesus Lima, 51 anos, reviveu a emoção de aproveitar o carnaval com os ritmos de mina e de afoxé após 23 anos afastada da folia de momo maranhense. Ela pulou, brincou, tomou chuva e saiu satisfeita. “Essa chuva limpou a minha alma, é muita emoção. Ontem eu chorei quando começaram a tocar e estou aqui arrepiada de novo. É muito gratificante, não tenho nem como explicar”, exaltou.
No meio da multidão, entre uma apresentação e outra, havia um aniversariante que marcou gerações da Areinha, Bairro de Fátima, Monte Castelo e Madre Deus: Romualdo José Rabelo Azevedo, mais conhecido como Palhaço Pipoca. Com 28 anos como pipoqueiro, Romualdo completou 57 anos no último domingo fazendo o que mais gosta, trabalhando com um sorriso no rosto e vestido de palhaço. Sua marca, o carrinho-de-pipoca-alegoria foi novamente montado para o carnaval com máscaras e indumentárias remanescentes de outros carnavais da Passarela Chico Coimbra.
Ele aproveitou ao máximo a festa de carnaval e explicou que devido a uma questão de saúde deve mudar de ofício, sendo o último ano que curte o carnaval como vendedor de pipoca. “Vou ter que parar de sair pela rua e inventar outro ofício, mas ainda vestido como Palhaço Pipoca. Mas tudo bem, minha maior alegria foi formar minha filha e meu filho, em contabilidade e técnico em informática”, disse Romualdo Azevedo.
Os foliões da Madre Deus também foram embalados com os shows de Rosa Reis, Teresa Canto, Zé Paulo, Zé Lopes e Carlinhos Veloz. Teresa Canto destacou o carnaval do Maranhão e sua satisfação por estar em mais uma folia de momo. “Já é minha quinta vez aqui na Praça da Saudade e são 18 anos de shows no carnaval. Quando me apresento, acontece uma sinergia comigo, os músicos e público. É uma alegria, emoção e satisfação”, disse.
Bem pertinho, no Circuito Antero Viana, com pontos no Largo Santiago, Rua São Pantaleão e Ceprama, os foliões se movimentaram com 10 blocos alternativos, duas alegorias de rua – a tradicional Casinha da Roça e o charmoso Corso da Melhor Idade – e o show da Banda Verdura. O arrastão do Bicho Terra pela Madre Deus em direção ao Ceprama foi um dos mais acompanhados. No final da noite, um grande público foi contagiado com o Bloco do Reggae e Bloco Confraria do Copo, que se concentraram na Rua São Pantaleão.
No Circuito Dona Teté, na RFFSA, os foliões se divertiram com 16 blocos tradicionais, as trupes de Gilson César e de Silvana Catágenes e os shows de Patativa, Joãozinho Ribeiro, Josias Sobrinho, Célia Maria e Tião Carvalho, além dos tambores de crioula Manto de São Benedito, Arte Mirim, Glória de São Benedito, Dona Roxa, Fé de São Benedito e Santa Fé, no Laborarte.
As festividades de carnaval também atraíram foliões ao Circuito Chico Coimbra, na Casa do Maranhão, Rua Portugal e Praça Nauro Machado, onde 15 blocos tradicionais, dois blocos alternativos, um bloco afro e um bloco organizado fizeram a festa do público, que também curtiu os shows do Bando de Bobo, Banda Bandida, Te Gruda no Meu Fofão, Deusas de Olorum, Batuka Nego e da Trupe de Gilson César. Ainda houve doze apresentações de tambor de crioula na Tenda da Faustina e na Tenda Mestre Felipe e shows da Banda Zero e de Didã, Herivelto Nunes, Carol Cunha, Zeca Barbosa e Smith Júnior no Palco Ceprama.