Por Wellington Reis*
A democracia nada mais é do que a participação constante do cidadão em construir e influenciar a estrutura política entre o governo municipal, estadual e federal. Ela estabelece certos direitos e deveres que ora são universais e ora são específicos no relacionamento da sociedade com os citados entes públicos.
Concatenando com a participação do povo, a democracia possui um manto sagrado que é a liberdade de expressão que deságua no pensamento livre e no poder de alterar qualquer decisão que não é mais conveniente aos anseios da sociedade pluralista. É evidente que há “choques” de ideologias na arena democrática que podem ser resolvidos com o bom senso, acordos ou mitigação de direitos. A desigualdade e a tirania somente ocorrem quando existe a prevalência ou a dominância da coletividade (neste caso: grupo restrito de indivíduos – constituído por elite e/ou patriarcal) e não da comunidade, principalmente quando coroada com o poder econômico, algo típico do capitalismo selvagem.
Então como fica a sociedade pluralista num ambiente de disputas sociais, éticas e comportamentais, e, sobretudo, político? Geralmente a sociedade fica refém de uma determinada ação impositiva – mascarada de democrática – pelo poder lobista, monopolista, oligárquico e opressor fomentado pela mídia e a degeneração educacional. Que acabam direcionando como a única via de desenvolvimento humano, massacrando as ideologias, opiniões e participações da população que apresentam outros caminhos legítimos de acesso ao bem comum.
Nas últimas décadas o Maranhão tem sido o contraste do que é ser um Estado-membro democrático e produtivo. Cerceado dos seus direitos básicos, o nosso Estado tem amargado os piores índices da federação em detrimento de um grupo político, que persiste em implodir qualquer alternância de poder através da imposição política, econômica, comunicação e do clientelismo no seio do setor público e privado. Apesar de sermos o 4º PIB do Nordeste e o 16º do país (R$ 52,1 bilhões) estamos entre os menores PIB per capita da nação no valor de R$ 7.852,71 ganhando apenas do Piauí R$ 7.835,75, além de sermos o 26º IDH do Brasil.
É nítido que há algo extremamente errado e podre na atual conjuntura política do Estado, arregimentado por uma oligarquia das mais predadoras da República. O fator democrático patriarcal já demonstra a degeneração, o desgaste e putrefação desse grupo dominante que precisa ser vitimado pela democracia real promovida pela alternância de poder. O estrangulamento social, econômico e político só cessarão quando a população maranhense assumir a sua responsabilidade de que a força democrática é promovida pela união regional e política em prol que uma alternância de poder participativa.
O momento é propício e o Maranhão clama por mudança. O povo sofrido, esquecido e privado dos seus direitos básicos, brada por dignidade, respeito e cidadania. Pulsa no coração de cada maranhense dias melhores, um ambiente de esperança e ventos de mudança com um ar de cidadania e solidariedade – é o Maranhão democrático pluralista e participativo que está às portas! Que venha a democracia real.
*Economista e Desportista