Escandalizar lista de doações da JBS é misturar “alhos” com “bugalhos”

O jornal O Imparcial entrou na esparrela de alguns Blogs e publicou em sua manchete principal que “Políticos do Maranhão receberam doações do JBS” como se novidade fosse e algo de escandaloso existisse no fato das doações registradas na Justiça Eleitoral.

A doação por si só não tem nenhuma relação com o escândalo da JBS envolvendo Michel Temer, Aécio Neves e Guido Mantega. Não se pode confundir doação legal, registrada (na época era permitida doação empresarial) com pagamento de propina e suborno como nos casos em que a JBS está envolvida no escândalo das delações de Joesley Batista.

Se não há nenhuma evidência de que deputados citados que receberam doação atuaram de alguma forma para beneficiar a doadora durante o exercício do mandato, não tem valor jornalístico o simples fato de ter recebido a doação legal. Se houvesse a descoberta de pagamento por Caixa 2, aí sim teria um fato de relevância.

Assim como a JBS, a Odebrecht, a OAS, Queiróz Galvão e tantas outras empresas doaram para políticos e partidos de A a Z. De PSOL a PMDB, todos os políticos eleitos de 2014 receberam alguma doação de empresa envolvida em algum escândalo.

Listar quem recebeu uma doação legal e registrada de apenas uma empresa porque esta empresa agora em evidência é uma deturpação do valor de noticiabilidade.

Flávio regulamenta Lei Anticorrupção e manda recado a agentes públicos e empresários

Governador edita decreto da lei Anticorrupção e avisa que seu governo tem

Governador Flávio Dino avisa que seu governo tem compromissos éticos irrecusáveis

Agora é Lei. O governador Flávio Dino assinou o decreto na manhã desta terça-feira (27) que aplica a Lei Anticorrupção no Maranhão. Flávio afirmou que preferiu assinar o decreto em ato público para mandar recado a todos sobre o  novo momento do Maranhão, que não admite desvios de conduta ética nem para servidores públicos, nem para empresas que contratam com o governo.

“Poderia ter assinado o decreto dentro do gabinete. mas preferi o ato público para transmitir a mensagem que não se faz justiça social sem combate à corrupção. Nosso governo tem compromissos éticos irrecusáveis”, afirmou.

O governador falou das medidas que adotou não só para combater a corrupção, como para minimizar gastos desnecessários, gerando economia e boa aplicação dos recursos. “É imprescindível que os recursos públicos sejam bem aplicados para assegurar plenos direitos para todos. Com cortes de gastos dispensáveis, este ano, chegaremos à economia de R$ 300 milhões que estão se transformando em poços, estradas, escolas e restaurantes populares para aqueles que mais precisam”, pontuou.

Com a Lei, a Administração Pública poderá apurar diretamente o ato de corrupção, punir com multa e determinar que a própria empresa patrocine a publicação da decisão em meios de comunicação, remetendo as provas para a Advocacia Pública ou para o Ministério Público, para que possa ser ajuizada ação buscando punições mais severas.

Outro avanço trazido pela lei é que a responsabilidade das empresas passa a ser objetiva, não necessitando ser provado o dolo ou a culpa pelo benefício recebido indevidamente. A condenação judicial pode impedir que a empresa participe de processos licitatórios em todo o país, podendo, inclusive, ter as suas atividades encerradas.

O governador enalteceu o trabalho que vem sendo realizado pelo secretário Rodrigo Lago e a equipe da secretaria de Transparência e Controle.

Senado contraria Câmara e põe fim às doações empresariais de campanha

Por 36 votos a 31, senadores aprovaram nesta quarta-feira (2) o projeto de lei que, caso entre em vigor, eliminará o financiamento privado de campanha. A mudança na legislação foi aprovada por meio de emenda apresentada em Plenário pelo relator da matéria, Romero Jucá (PMDB-RR). O texto permite doações apenas a pessoas físicas, desde que o montante não ultrapasse os rendimentos tributáveis acumulados pelo doador no ano anterior ao da eleição. Senadores ainda discutem emendas e destaques para votação em separado.

Momentos antes, o Plenário do Senado já havia aprovado o texto-base da proposta de reforma eleitoral, fixando limite de financiamento eleitoral privado a R$ 10 milhões por doador. A mudança contraria a proposta de reforma política aprovada em dois turnos na Câmara, em deliberação finalizada em 15 de julho, quando deputados avalizaram a constitucionalização das doações empresariais de campanha e estipularam limite de R$ 20 milhões.

Concluída o conjunto de votações referentes à chamada reforma política, o projeto seguirá para nova análise na Câmara, uma vez que o PLC 75/2015 foi alterado em seu conteúdo.  Durante a votação entre os deputados, a matéria foi aprovada como complemento à proposta de emenda à Constituição (PEC 5735/2013) que promoveu uma espécie de minirreforma eleitoral, com apoio do presidente daquela Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em favor das doações privadas.

Com informações do Congresso em Foco.

Governador Flávio Dino reduz impostos de micro e pequenas empresas

flavioempresasO governador Flávio Dino assina nesta quarta-feira (29), no auditório da FIEMA, o anteprojeto de lei reduzindo a carga tributária das micro e pequenas empresas, incidente no pagamento da diferença entre a alíquota interna e a interestadual do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), nas aquisições de mercadorias realizadas em outros estados.

A lei vai beneficiar milhares de empresas enquadradas no Simples Nacional que ofertam milhares de empregos no Maranhão, reduzindo o percentual da cobrança da diferença de alíquota de ICMS nas aquisições interestaduais de mercadorias.

De acordo com o governador Flávio Dino, a lei vai gerar tranquilidade para os empreendedores e maiores oportunidades comerciais e industriais para micro e pequenas empresas, além de influenciar positivamente todo o ambiente econômico do Estado.

Segundo o governador Flávio Dino, o incentivo fiscal para este segmento econômico constitui-se em uma importante ferramenta para o desenvolvimento dos respectivos municípios onde as microempresas estão instaladas, com o incremento no nível do emprego e da renda das regiões menos desenvolvidas do Estado, onde estão a maioria dos pequenos empreendedores

A redução no pagamento da diferença de ICMS nas operações interestaduais alcança também as empresas com faturamento anual entre R$ 720 mil até R$ 2.520.000,00, para as quais serão aplicadas alíquotas entre 2,84% e 3,95%, ao invés de 5% ou 10%, atualmente praticadas.

O secretário da Fazenda Marcellus Ribeiro explica que com esta medida, implanta-se um benefício fiscal justo e equitativo, ao considerar a capacidade contributiva de cada empresa com base em suas receitas anteriores, para a aplicação de um percentual proporcional a sua faixa de faturamento, potencializando-se as condições de crescimento da atividade econômica como um todo.

“A proposta representa o maior benefício concedido pelo Estado do Maranhão às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte optantes pelo Simples Nacional e está assentada no princípio da justiça fiscal, beneficiando todas as empresas do Simples, com ênfase nas de menor porte”, afirmou o secretário Marcellus Ribeiro Alves.

Com o projeto ficam estabelecidos percentuais reduzidos de ICMS para a cobrança das empresas do Simples quando da realização de aquisições interestaduais de mercadorias para revenda, mantendo-se a carga tributária do anterior sistema, apenas para as empresas que faturarem acima do sublimite anual de enquadramento do Simples, que é de até R$ 2 milhões e 520 mil.

Redesim: menos burocracia e mais incentivos aos empresários maranhenses

Por Sérgio Sombra*

sergio_sombra_2Já virou lugar comum a máxima segundo a qual abrir uma empresa no Brasil é difícil, fechá-la é praticamente impossível, devido ao excesso de burocracia e a quantidade de órgãos que o empresário ou contador tem que percorrer para abrir um negócio, tornando-se uma verdadeira via crucis. Mas nem tudo está perdido. Nos últimos anos o Governo Federal, o SEBRAE e alguns órgãos responsáveis pelo registro mercantil tem se empenhado no sentido de melhorar a vida de quem quer empreender e crescer com os seus negócios.

Foi assim que em 2006 houve uma mobilização para aprovação da Lei Geral da MPE, que representa um divisor de águas para os micros e pequenos negócios, pois dá um tratamento jurídico diferenciado a esses pequenos negócios, simplificando as obrigações tributárias e previdenciárias. Outro avanço foi a lei complementar Nº 128 de 19/12/2008 que criou condições para que os micro empreendedores que estavam na informalidade pudessem se formalizar e virarem um Microempreendedor Individual, o chamado MEI.

Os pequenos negócios tem ganhado uma importância muito grande na economia brasileira, representando mais de 90% das empresas, são responsáveis por 52% de todos os empregos com carteira assinada e por 27% do PIB ( Produto Interno Bruto), portanto são fundamentais para o desenvolvimento do país, responsáveis por uma economia forte e saudável.

Apesar de termos avançados com o Simples Nacional, precisamos caminhar no sentido de desburocratizarmos o processo de criação e fechamento de empresas, pois relatório do Banco Mundial (Doing Business 2013) coloca o Brasil em 123º (centésimo vigésimo terceiro) lugar dentre 189 ( cento e oitenta e nove) economias analisadas quanto ao critério de abertura de empresas. Carregamos uma marca histórica de morosidade e de excesso de burocracia para o registro e formalização de empresas.

No intuito de tornar mais ágil os registros mercantis (abertura, alterações e baixas de empresas) foi criada a Lei Nº 11.598 de 3 de Dezembro de 2007, que estabelece as diretrizes e procedimentos para a simplificação e integração dos processos de registro e legalização de empresários e cria a Rede Nacional para Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios – REDESIM.

Trata-se de um projeto que integra todos os órgãos responsáveis pelo processo de registro e licenciamento de empresas, colocando-os em um portal da REDESIM acessados pela internet. O objetivo é que o empreendedor informe os dados necessários para formalizar uma empresa em um único local pela internet e a informação circule entre os órgãos intervenientes no processo. Fazem parte dessa Integração: Junta Comercial; Receita Federal; Secretaria da Fazenda Estadual e Municipal; Prefeitura; Meio Ambiente Estadual e Municipal; Corpo de Bombeiros.

Não podemos deixar de destacar o papel do SEBRAE, que é um parceiro que contribui fortemente na com o processo de articulação, alinhamento e aproximação dessas instituições. No Maranhão a instituição alocou recursos para digitalização do acervo de registros da JUCEMA (Junta Comercial do Estado do Maranhão), coordena a execução do projeto, articula junto aos municípios consultoria e capacitação.

As Juntas Comerciais são responsáveis pela consolidação das informações oriundas dos órgãos do Estado e envio ao integrador nacional, na REDESIM as JUNTAS tem papel fundamental, pois tem função executora e administradora dos serviços de registro mercantil.

Na JUCEMA trabalhamos com as diretrizes apresentadas ao Governador Flávio Dino. A meta é implantarmos a REDESIM em 90 municípios até o final de 2016, primeiramente faremos um piloto em 15 municípios e posteriormente avançaremos até que todo o Estado esteja Integrado. Com a implantação do projeto, haverá um aumento na formalização de empresas e negócios no Maranhão, temos o exemplo de Alagoas que aumentou em 17% a formalização de empresas.

A REDESIM vai proporcionar às prefeituras do Maranhão transparência, agilidade, possibilidade de gerar emprego e renda, consequentemente aumentando a arrecadação de impostos, eliminação de empresas fantasmas e possibilidade de controle efetivo do quantitativo das empresas por segmento, que atuam no município.

No Maranhão já demos passos importantes no projeto do REDESIM, mas existe um longo caminho a ser percorrido. No final do ano passado foi assinado um termo de cooperação técnica com o SEBRAE, os recursos da digitalização já alocados, foi feita a primeira tentativa de reunir todos os órgãos responsáveis por essa integração, porém nem todos compareceram a esse primeiro encontro.

Nesse primeiro mês da minha gestão, já nos reunimos com a SEINC (secretaria de indústria e comércio), com o SEBRAE, com a SEFAZ e com a Receita Federal. Vamos visitar o Corpo de Bombeiros, Vigilância Sanitária, Meio Ambiente e outros órgãos envolvidos no projeto. Vamos instalar o CGSIM, comitê que tem como finalidade estimular e desenvolver ações direcionadas à implantação da REDESIM, vamos também organizar seminários juntamente com as entidades empresariais.

É determinação do Governo do Estado promover o desenvolvimento econômico no Maranhão, incentivando principalmente os pequenos negócios e o empreendedorismo que são a engrenagem responsável pela dinâmica da economia, portanto se faz necessário promovermos um ambiente de negócios favorável para que as empresas aqui se estabeleçam e se desenvolvam, temos que caminhar no sentido de diminuirmos o excesso de burocracia que dificulta a vida do empreendedor maranhense, incentiva a informalidade e compromete o desenvolvimento, sendo portanto a implantação da REDESIM um projeto fundamental para diminuirmos o excesso de formalismo, de exigências documentais e de controles. O Maranhão tem pressa, avante!

*Presidente da Junta Comercial do Maranhão (JUCEMA)

Arnaldo Melo pagou mais de R$ 1 milhão para empresas de sua família no fim de dezembro

arnaldoDo Jornal Pequeno

Nos últimos dias de governo interino, o deputado Arnaldo Melo (PMDB) pagou a empresas de sua família um valor que ultrapassa a cifra de R$ 1 milhão. Dados fornecidos pelo Portal da Transparência do Governo do Estado mostram que no dia 30 de dezembro, o deputado que respondia pelo Governo do Estado depositou na conta de dois hospitais particulares de propriedade de sua família um montante de R$ 1.081.926,88.
No apagar das luzes do Governo, um dos grandes beneficiados com pagamentos feitos a toque de caixa foi o próprio governador interino. Através da Clínica do Coração Ltda (localizada em Colinas), da Clínica São Sebastião Ltda (em Passagem Franca) e do Hospital Santa Luzia, Arnaldo Melo transferiu para empresas de sua família valor que ultrapassou a cifra do milhão em apenas 3 dias.
A primeira clínica pertence a Nina Ceres de Couto Melo Aroso, filha de Arnaldo Melo e deputada estadual eleita pelo PMDB. Como seu pai deixou de concorrer ao cargo de deputado para compor a chapa de Edinho Lobão nas disputas pelo governo, sendo derrotado por Flávio Dino. Ela recebeu um total de 871.257,85 no dia 30 de dezembro. O valor foi dividido em três parcelas, todas pagas no mesmo dia.
A clínica localizada em Passagem Franca pertence a Valderes Maria Couto de Melo, esposa do deputado que exerceu o governo para substituir Roseana Sarney por 21 dias. A parcela depositada tem valor de R$ 111.136,49, realizada também nos últimos dias de governo.
Já o hospital Santa Luzia (localizado no município de Santa Luzia do Paruá) que pertencia à mãe de Arnaldo Melo e hoje é propriedade de seus sobrinhos (Rafael Damasceno Melo) recebeu também no apagar das luzes a soma de R$ 99.532,54. Todos os valores estão disponíveis no Portal da Transparência do Governo do Estado.

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Flávio Dino suspende pagamentos no apagar das luzes

Roberto Rocha Jr. propõe criação de Frente Parlamentar das micro e pequenas empresas de São Luís

robertorochajrFoi aprovado nesta terça-feira (01), na Câmara Municipal, o projeto de resolução 009/13, de autoria do vereador Roberto Rocha Júnior (PSB), que visa instituir uma frente parlamentar em defesa das micro e pequenas empresas de São Luís. Seu principal objetivo é unir os demais parlamentares em torno do debate de propostas que possam trazer avanços sociais, econômicos e políticos mais eficazes para a população que eles representam.

Segundo Roberto Rocha Júnior, essa Frente parlamentar vai promover ainda a adoção de políticas públicas com o intuito de estimular o empreendedorismo e aumentar os postos de trabalho. “Isso irá ajudar a dinamizar a economia do município, com impactos significativos na geração de emprego e renda e, consequentemente, na redução da pobreza”, disse.

Todas as estratégias adotadas pela Frente Parlamentar serão discutidas por meio de debates, audiências públicas, bem como outros instrumentos de participação popular, desenvolvidas durante todo o exercício parlamentar.

Prefeitura de São Luis tem permissão judicial para suspender contratos com empresários

Do site Maranhão da Gente

onibusCom o impasse estabelecido por conta da greve dos rodoviários decretada ilegal pela Justiça do Trabalho, um aspecto relevante da decisão proferida pela desembargadora Solange Cristina Passos de Cordeiro que determinou o retorno dos ônibus às ruas da capital maranhense, é o aval para que a prefeitura de São Luis  suspenda todas as permissões/concessões ou qualquer outro tipo de contrato firmado com o sindicato dos empresários, caso ainda persista a mesma situação registrada nos últimos dias, com a paralisação de 100% da frota de ônibus que prestam serviço de transporte coletivo em São Luís.

Este aspecto da decisão onde  também determinada,  uma pericia contábil na planilha de custos dos empresários,  que já declararam  em matéria divulgada pelo site Imirante, de que  estão operando no vermelho, coloca a prefeitura de São Luís, respaldada juridicamente para tomar qualquer medida destinada a reestabelecer o funcionamento do sistema de transporte coletivo na capital maranhense.

Apesar do sindicato dos rodoviários, ter reduzido a proposta de reajuste salarial, os empresários insistem no aumento da tarifa e em já pediram um valor similar ao cobrado em Curitiba, cidade detentora de um dos melhores serviços de transporte coletivo do mundo.

A proposta de reajuste do preço da passagem, é considerada fora de cogitação pela prefeitura que por conta do impasse recorreu a Justiça do Trabalho e obteve a decisão que não apenas decreta a ilegalidade a abusividade da greve, como dá sinal verde para a suspensão das concessões  feitas as empresas prestadoras de serviços de transporte coletivo na capital Em editorial publicado hoje o Jornal Pequeno diz que a greve é politica e critica os empresários pela intransigência nas negociações.

Doações de empresas garantem 2/3 das receitas de PT, PMDB e PSDB

Daniel Bramatti, de O Estado de São Paulo

A eventual proibição do financiamento empresarial ao mundo político, cuja votação deve ser concluída ainda neste ano pelo Supremo Tribunal Federal, afetará não apenas as campanhas eleitorais, mas a própria manutenção das máquinas partidárias. PT, PMDB e PSDB, as três maiores legendas do País, receberam pelo menos R$ 1 bilhão de empresas entre os anos de 2009 e 2012, o que equivale a quase 2/3 de suas receitas, em média.

Quatro dos 11 ministros do STF já votaram pela proibição de doações de empresas a candidatos e partidos, no ano passado – o julgamento foi suspenso por um pedido de vista. Com mais dois votos na mesma linha, o Judiciário, na prática, forçará a realização de uma reforma política que provavelmente multiplicará a destinação de recursos públicos às legendas, para compensar a perda de seus principais financiadores.

O principal afetado pela eventual proibição será seu maior defensor: o PT é quem mais recebe recursos privados e deveu a essa fonte 71% de suas receitas nos quatro anos analisados pelo Estadão Dados. As doações de pessoas físicas equivalem a apenas 1% do total. O restante vem do Fundo Partidário, formado por recursos públicos, e de contribuições de filiados – principalmente de detentores de mandatos e cargos de confiança.

O levantamento sobre as doações empresariais considera apenas o que entrou nas contas dos diretórios nacionais dos partidos. Como a maioria das movimentações dos diretórios estaduais não está publicada na internet, não foi possível mapeá-las. Também não foram levadas em conta as contribuições eleitorais feitas diretamente para candidatos ou comitês, sem passar pelos partidos. Ou seja, na prática, o peso do financiamento empresarial na política é ainda maior.

Nas listas de doadores há prevalência de construturas e bancos, mas não foi possível contabilizar as movimentações de cada setor ou empresa. Isso porque os partidos e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não publicam suas prestações de conta em planilhas eletrônicas, mas no formato PDF – o equivalente a uma fotocópia digitalizada, cujos dados não podem ser trabalhados.

O volume de dinheiro de empresas em circulação na política alcança picos quando há eleições. Considerados também os recursos que vão para candidatos e comitês, as doações empresariais chegaram a R$ 2,3 bilhões em 2010 e R$ 1,8 bilhão em 2012, segundo estudo da Transparência Brasil, entidade cuja principal bandeira é o combate à corrupção.

Mas não é apenas nos anos eleitorais que os tesoureiros das legendas “passam o chapéu” diante de empresários. Em 2009 e 2011, o PSDB recebeu R$ 3,1 milhões e R$ 2,3 milhões, respectivamente, em valores atualizados pela inflação. Com o PT, a generosidade foi ainda maior: R$ 10,8 milhões e R$ 50 milhões, nos mesmos anos. A prestação de contas de 2013 ainda não foi entregue ao tribunal.

Receita. Depois das empresas, o Fundo Partidário é hoje a segunda maior fonte de receita das legendas. Sua importância cresceu nos últimos anos, já que o Fundo foi “turbinado” pelo Congresso em 2011, com uma injeção extra de R$ 100 milhões que ajudou a pagar as dívidas de campanha do ano anterior.

O Fundo foi regulamentado em 1995 e previa que seu valor fosse de R$ 0,35 por eleitor. Atualizado pela inflação, isso equivaleria hoje a um total de R$ 165 milhões. Mas, graças a manobras de líderes partidários no Congresso, a destinação de recursos orçamentários para o financiamento dos partidos alcança, desde 2011, cerca de R$ 300 milhões por ano. Apesar de o volume de recursos públicos ser alto, representa, em média, apenas 30% do que entra nos cofres do PT, do PMDB e do PSDB.

Entre as fontes menos representativas estão as doações de pessoas físicas. Elas equivalem a menos de 2% do total arrecadado pelos três maiores partidos – mesmo com o volume atípico de R$ 15 milhões obtido pelos tucanos em 2010, mais do que a soma recebida por PT e PMDB em quatro anos. / COLABOROU DIEGO RABATONE