O secretário municipal de saúde, Joel Nunes, concedeu entrevista ao programa Ponto Continuando, da rádio Educadora AM, para explicar como está a vacinação contra covid-19 na capital.
Ele foi muito questionado sobre aglomerações causadas no Centro de Vacinação do Multicenter Sebrae. O secretário disse que ocorrem aglomerações pontuais e que não justificam ainda a descentralização pelas poucas doses que o município de São Luís têm disponíveis.
“Houve uma concentração maior de pessoas mesmo na terça-feira porque coincidiu de nesse dia quase 5 mil segundas doses e mais o início do público de 60 anos, que é muito maior do que o de 70. Em cadastro tínhamos 7.500 pessoas de 60 anos. Por isso, na manhã houve uma concentração maior. Apesar de tentarmos dividir por mês de nascimento, vemos claramente que na parte da manhã a concentração é muito maior. Há uma escolha. Muitas pessoas que tomaram a primeira dose no Multicenter voltaram para tomar a segunda no mesmo local, quando isso não era uma necessidade. Neste mesmo dia tivemos momentos sem ninguém vacinando no drive thru do Shopping da Ilha”, explicou.
Sobre a não descentralização, o secretário disse que não consegue colocar essa campanha nas unidades de saúde porque está havendo vacinação de H1N1, além de outras vacinações que acontecem diariamente nos postos. Segundo ele, não é possível juntar estas campanhas nos postos que ainda estão sem a estrutura adequada. “Além disso, faltam vacinas. Não sabemos se vai chegar. Imagem eu ter 20 pontos de vacinação e ter que fechar os 20 pontos? Ainda não recebemos uma quantidade que justifique ter vários pontos. Com a capacidade e quantidade que temos, vacinamos ontem (quarta-feira) 8 mil pessoas. As vezes recebemos remessas de 5 mil doses, 6 mil doses, que é que vacinamos em um dia. Por isso não justifica abrirmos muitos pontos. Essa aglomeração é muito pontual”, justificou.
Joel disse que é intenção da prefeitura abrir outros espaços como Cidade Operária e Zona Rural, quando receberem quantias mais significativas de doses.
Ele disse que a prefeitura está sendo muito moderada para divulgar o calendário de vacinação apenas quando tem as doses já garantidas. Por isso, só divulgam poucos dias à frente, de acordo com o quantitativo que a prefeitura possui. “Algumas cidades já estão sofrendo com a falta de segundas doses. Lembremos que lá atrás o Ministério da Saúde determinou que usássemos todas na primeira dose que teria a segunda. E isso foi feito. No entanto, algumas cidades já mostram dificuldades porque as segundas doses não chegaram. Não chegaram porque não tem produção”.
Ele informou que mesmo dentro de todos os grupos prioritários (profissionais de educação, comorbidades, pessoas com deficiência), continuará sendo feita estratificação, começando pelas idades mais avançadas, justamente para ir controlando de acordo com as doses.