O principal investigado da Operação Imperador, Eduardo DP, o Imperador, se entregou à polícia nesta quarta-feira (1º). Ele se apresentou se sede da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic). O Imperador presta depoimento e deverá ficar na própria Seic em prisão temporária.
Como desdobramento da Operação Imperador, nesta quarta a Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão em empresas localizadas em Codó, a 290 quilômetros da capital São Luís. A cidade foi escolhida porque sedia as empresas Contruservice LTDA; Rio Anil Construções e Esmeralda Construções, com quem Eduardo ‘Imperador’, um dos principais investigados, mantém negócios. Além das empresas foi cumprido um mandado de busca e apreensão na casa do Rômulo Barros, irmão de Eduardo ‘imperador’.
De acordo com o delegado Guilherme Sousa Filho, um dos integrantes da comissão responsável por investigar crimes de agiotagem e corrupção, na casa de Rômulo foi apreendida vasta documentação de interesse da investigação criminal, como documentos falsos de Arnaldo Falcão Barros, tio de ‘imperador’.
Na Construservice foram apreendido, além de documentações, computadores, carimbos, 20 veículos entre caminhões e caçambas, oito maquinas pesadas, uma máquina de processar asfalto e oito contêineres, tudo pertencente a Eduardo imperador. Nessa apreensão encontramos um caminhão Mercedez Benz, suspeito de ter sido roubado de Goiás.
Segundo o delegado, a empresa Rio Anil Construções só existe no papel e seria usada para lavar dinheiro público. No local onde deveria funcionar existe um grande matagal. A empresa Esmerada também só existe no papel, pois no local existe uma residência, informou o delegado.
A operação
Denominada ‘Imperador’, na terça-feira (31) a operação resultou na prisão da ex-prefeita de Dom Pedro, Arlene Barros Costa, acusada de envolvimento na prática de agiotagem e licitações fraudulentas, que culminaram no desvio de mais de R$ 5 milhões dos cofres públicos.
As investigações também revelaram o envolvimento de Alfredo Falcão, filho de Arlene, Rodrigo Manso, sobrinho da ex-gestora, e João Cavalcante Neto, funcionário utilizado como laranja no esquema de corrupção. Os três acusados já receberam mandado de condução coercitiva.
Na casa de Arlene, em São Luís, foram apreendidos quatro veículos e um montante de documentos falsos. Em Codó, 20 carros de luxo da ex-prefeita foram retidos pela polícia. Mais de dez empresas fantasmas criadas por Arlene e a família foram descobertas com registros falsificados.
O filho da ex-prefeita, Eduardo DP, conhecido no município por ‘Imperador’, está sendo investigado por envolvimento direto em fraudes de procedimentos licitatórios, utilização de documentação falsa (identidade e CPF) e CNPJ’s fantasmas. Ele é considerado o líder da quadrilha na área.
O foco da agiotagem e licitações fraudulentas em Dom Pedro era a distribuição de merenda escolar e medicamentos. O secretário de Segurança Pública, Jefferson Portela, afirmou que as investigações no município continuam e que nos próximos dias novos fatos serão acrescentados ao processo.
“Em Dom Pedro aconteceu a primeira etapa de uma investigação contínua sobre corrupção e agiotagem no Maranhão. A morte de Décio Sá foi uma referência para as investigações sobre este crime e vamos dar continuidade ao desbaratamento destes grupos corruptos. Estamos retomando as investigações para finalizar tudo. O trabalho não irá parar”, declarou o secretário.