Juiz valida posse de Zé Vieira e contas de Bacabal devem ser desbloqueadas

Caminha para um fim a celeuma política de Bacabal. Pelo menos para uma solução que recoloque as finanças municipais em andamento e os serviços possam andar até que o Tribunal Superior Eleitoral defina em definitivo se Zé Vieira é ou não o Ficha Suja.

O juiz da 1ª Vara da Comarca de Bacabal, Marcelo Silva Moreira, decidiu que é válida a posse de Vieira na Câmara Municipal do município e enviou ofício à Agência da Caixa para desbloquear as contas do município.

Quanto aos vereadores, o juiz validou a posse da maioria, mas decidiu remarcar a eleição para Mesa Diretora. O presidente da Câmara a partir de agora é o vereador Irmão Leal, por ser o mais idoso dentre os eleitos. Ele presidirá a nova eleição a ser realizada no dia 3 de fevereiro, na Câmara Municipal, para escolha da Mesa Diretora do Poder Legislativo.

O juiz não validou as posses dos vereadores Marinho (por acumular cargo de professor e vereador) e do vereador Joãozinho do Algodãozinho, por não apresentar diploma.

Justiça aceita denúncia contra Roseana por desvios do “Saúde é Vida”

roseanaericardoO juiz Fernando Luiz Mendes Cruz, da 7ª Vara Crimina, aceitou a denúncia contra a ex-governadora Roseana Sarney e outros 15 acusados de desvios da saúde do Maranhão. O o promotor público, Lindonjonson Gonçalves de Sousa, autor da denúncia, acusa os envolvidos de desvio de recursos do Programa Saúde é Vida e da construção de 64 unidades hospitalares em municípios do interior do Maranhão que consumiram entre 2009 e 2010 cerca de R$ 151 milhões.

O juiz determinou que os acusados sejam notificados em um prazo de 10 dias. O juiz excluiu apenas Marcelina Sofia Costa Leite, acreditando que não há indícios de obtenção de recursos públicos dela.

No recebimento da denúncia, o juiz cita inclusive os indícios do uso do dinheiro desviado para a campanha de Roseana em 2010, como aduz a denúncia. “Roseana Sarney Murad, ex-governadora do Estado, aduz a denúncia, em síntese, que as transações de recursos para as empresas contratadas sem licitação, se destinaram para financiar sua campanha eleitoral e seu partido, no pleito de 2010, na quantia de R$1.950.000,00, sendo a mesma responsável, nos termos do art. 21 da lei 9504/1997, pelos recursos recebidos na campanha eleitoral”, afirmou.

Denunciados

1. Antonio Barbosa de Alencar
2. Antonio Gualberto Barbosa Belo
3. Antonio Jose de Oliveira Neto
4. Delci Aparecida Toledo M. Nepomuceno da Silva
5. Fernando Neves da Costa e Silva
6. Gardenia Baluz Couto
7. Jefferson Nepomuceno da Silva
8. Jose Marcio Soares Leite
9. Jose Orlando Soares Leite Filho
10. Mirella Palácio de Alencar
11. Osório Guterres de Abreu
12. Osvaldino Martins de Pinho
13. Ricardo Jorge Murad
14. Rosane Campos da Silva Melo
15. Roseana Sarney Murad
16. Sergio Sena de Carvalho

Juiz que não sabe conjugar um verbo tenta censurar Flávio Dino

A nova forma de governar se comunicando diretamente com a população tem incomodado muito os que são contra a opinião do governador Flávio Dino (PCdoB). Desde que entrou na política, Flávio usa a rede social Twitter para se comunicar com as pessoas, sem usar intermediários. E seria um contrassenso deixar as redes sociais justamente quando chega ao governo e precisa prestar contas à população.

Um incomodado porque o governador defende o mandato da presidente Dilma é o juiz da Comarca de Vargem Grande, Paulo de Assis Ribeiro. Em uma decisão que reclama da falta de Defensor Público no município, o juiz escreveu que “os problemas da gestão estadual seria menor (sic) e já tivéssemos um defensor público para atender o jurisdicionado desta comarca”.

A conjugação do juiz fez com que a resposta do governador seja imediata. “Aos que se preocupam com tempo, informo que consigo andar e mascar chiclete simultaneamente. Aprendi na escola, junto com a boa gramática”, escreveu o governador na rede social que tem incomodado tanto.

despacho

Juiz determina retorno de Ribamar Alves à prefeitura de Santa Inês

ribamaralvesO juiz Alessandro Figueiredo, dada 1ª Vara da Comarca de Santa Inês, determinou nesta segunda-feira (7) em decisão liminar o retorno do prefeito Ribamar Alves (PSB) ao cargo de prefeito do município.

Pela decisão, ele deve voltar ao cargo em até 24 horas, inclusive com autorização do uso da força policial, se necessário.

Acusado de estupro de uma jovem de 18 anos, Ribamar Alves está afastado desde o dia 17 de fevereiro do comando do Executivo municipal.

Sebastião Bonfim é o novo membro da Corte Eleitoral maranhense

TRE-MA-juizbonfimO Tribunal de Justiça do Maranhão elegeu nesta desta quarta-feira (2) o juiz Sebastião Joaquim Lima Bonfim como membro efetivo do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão na categoria juiz de direito.

O magistrado, que recebeu 18 votos dos 19 desembargadores presentes à sessão, foi o único a manifestar interesse em concorrer à vaga que será aberta com o encerramento do biênio do juiz José Eulálio Figueiredo de Almeida no próximo dia 10 de setembro.

Sebastião Bonfim já atua desde dezembro de 2014 no TRE-MA como juiz auxiliar do presidente, desembargador Guerreiro Junior. Ele atuará no processo eleitoral do ano que vem.

Polícia Federal investiga a invasão ao Fórum de Buriti e as ameaças feitas ao juiz

Fórum foi incendiado e juiz ameaçado de morte em Buriti

Fórum foi incendiado e juiz ameaçado de morte em Buriti

Os Tribunais Regional Eleitoral e de Justiça do Maranhão estão trabalhando juntos desde que seus respectivos presidentes tomaram conhecimento que o Fórum de Buriti tinha sido invadido e incendiado por populares revoltados com decisão dada pelo juiz Jorge Antonio Sales Leite (titular da Comarca e da 25ª zona eleitoral) que julgou improcedente ação com poder de cassar o atual prefeito da cidade, eleito em 2012.

A invasão ao Fórum de Buriti se deu na tarde da terça-feira, 20 de janeiro. De acordo com as informações que fazem parte do inquérito aberto pela Polícia Federal, 9 urnas eletrônicas foram queimadas, além de processos judiciais e documentos administrativos. O prédio, que leva o nome de Fórum Desembargadora Madalena Alves Serejo, onde funciona tanto a Justiça Comum como a Eleitoral do município, também ficou bastante depredado.

O desembargador Froz Sobrinho (presidente do TRE-MA), assim que tomou conhecimento dos atos de vandalismo que ocorriam na cidade de Buriti, acionou a Polícia Federal e comunicou o fato ao Tribunal Superior Eleitoral.

“Caberá à Polícia Federal apurar os crimes cometidos e a identificação dos responsáveis”, explica Froz Sobrinho, que complementa: “naquele momento precisávamos garantir a segurança não só do magistrado, assim como dos servidores e da população do município. Por este motivo, também solicitamos reforço policial através da Diretoria de Segurança Institucional do TJMA, que já estava autorizada pela sua presidente, desembargadora Cleonice Freire, para agir”.

Na quarta-feira (21) pela manhã, a desembargadora Cleonice Freire garantiu apoio irrestrito ao juiz Jorge Sales, que sofreu ameaças no exercício de sua função judicante. Reunido com a presidente no TJ, ele contou os momentos de terror pelos quais passou, ouvindo da presidente o compromisso do Judiciário de preservar sua segurança.

“O Judiciário buscou todos os instrumentos legais para a preservação da segurança do magistrado que em momento algum ficará desassistido”, informou Cleonice Freire, que ainda foi taxativa ao dizer que atos de violência de transgressores da lei não vão interferir na atividade judicante. “Não vamos nos intimidar por pessoas que tentam agredir o Estado Democrático de Direito. A lei deve prevalecer e a ordem deve ser mantida”.

“A Justiça Eleitoral também não permitirá que ameaças e intimidações de vândalos e criminosos desmoralizem o Poder Judiciário, pois continuaremos cumprindo a nossa missão de organizar e superintender os trabalhos referentes aos pleitos eleitorais, instrumento essencial à realização da democracia”, salientou Froz Sobrinho.

Para Froz Sobrinho, estes atos de vandalismo remetem aos tempos em que a justiça era feita com as próprias mãos, ideia veementemente condenada pela legislação pátria que consagra o princípio da intervenção estatal nos conflitos sociais, o que obriga os inconformados com as decisões judiciais a procurarem os meios processuais e recursos previstos constitucionalmente.

TJ abre processo e afasta juiz da Comarca de Parnarama

O órgão especial do Tribunal de Justiça do Maranhão (que faz as funções do Pleno) decidiu por unanimidade afastar e abrir processo administrativo contra o juiz da Comarca de Parnarama, Manoel Felismino Gomes Neto.

A relatora do processo é a corregedora Nela Sarney. O juiz é acusado de conduta irregular e não cumprir prazos no julgamento de processos. Segundo a denúncia, ele transgrediu o artigo 35 da Loman (Lei Orgânica da Magistratura Nacional), que diz que o magistrado deve “Cumprir e fazer cumprir, com independência, serenidade e exatidão, as
disposições legais e os atos de ofício”.

Os magistrados não especificaram em quais decisões o magistrado estaria sendo acusado. A desembargadora Raimunda Bezerra chegou a dizer que “pelas Comarcas onde este rapaz passou,s eu comportamento sempre foi lamentável”.

Comarca de Vargem Grande está sem juiz há quatro meses

Fórum de Vargem Grande

Fórum de Vargem Grande

A Comarca do município de Vargem Grande está sem juiz desde dezembro do ano passado. A juíza Lorena Brandão foi promovida ainda no ano passado e desde então, quem responde é o juiz Cristiano Simas, da Comarca de Chapadinha.

O problema é que Chapadinha, assim como Vargem Grande, é uma comarca grande. As duas cidades juntas possuem mais de 120 mil habitantes. Assim, Cristiano só consegue ir uma vez por semana em Vargem Grande e tenta, na medida do possível, minimizar a demanda.

A Comarca tem ainda como Termos os municípios de Nina Rodrigues e Presidente Vargas. Muitos processos estão parados.

Os advogados da região reclamam também da falta de estrutura do Fórum de Vargem Grande. Os escritórios de advocacia tiveram que fazer “vaquinhas” para comprar materiais para que seus processos andem.

O bom Juiz

06/05/2011. Crédito: Neidson Moreira/OIMP/D.A Press. Brasil. São Luís - MA. Carlos Eduardo Lula, advogado.Brevemente encerra-se o mandato do Ministro Joaquim Barbosa na presidência do Supremo Tribunal Federal. Sem dúvidas, um dos mais polêmicos de toda história da Corte. Nesses dois anos, foi endeusado por muitos e odiado em igual proporção por outros tantos. Acusado de populismo judicial, teve insistentemente seu nome lembrado para a disputa da Presidência da República, aparecendo em alguns cenários com um bom número de votos.

De minha parte, tenho severas críticas quanto à atuação do Presidente da STF e proponho uma reflexão: considerando que os resultados de controle social da atuação como Juiz não resultam no que se espera, será que está justificada a atuação como “vingador social”? Ou de outro modo, é possível atropelar o sistema jurídico-processual sob o argumento de se estar fazendo justiça?

Já devo alertar que minha resposta é negativa. Seja o Direito Eleitoral, sujeito rotineiro de todo tipo de subjetividade, seja em qualquer outro ramo do direito, não se pode depender da posição pessoal dos seus intérpretes-aplicadores para sabermos a solução de nossos conflitos. Não se pode esperar uma atuação da Corte de um modo porque o Presidente era um Ministro e diametralmente oposta, sobre o mesmo tema, com a presidência de outro membro.

Vamos imaginar uma decisão sobre um tema de grande polêmica, o aborto. Imaginemos ainda que a tese debatida no Supremo seja a sua descriminalização. Não é possível que a decisão sobre esse tema dependa exclusivamente da posição pessoal do Ministro. Ainda que o percurso de nossa vida influencie decisivamente no nosso modo de interpretar e ver o mundo, a discussão não pode ser encerrar nos argumentos de que o Ministro A é católico fervoroso, o B é ateu, o C é protestante e o D é liberal.

Um país não pode ficar refém do humor ou da convicção pessoal do Ministro sobre o tema. Sua posição ideológica, política, subjetiva e pessoal, pelo menos em tese, em nada deveria importar para a decisão final. Como bem dizia Ronald Dworkin, não me importa o que pensam os juízes. Ou como diz Lenio Streck, não me importa para que time os juízes torcem ou suas preferências sexuais. Decidir não é o mesmo que escolher. Decidir é um ato de responsabilidade política.

O Direito não pode depender da “régua” do aplicador da lei. A torcida por um “durão”, como o Ministro Joaquim, ou um “não durão” ser guindado ao carro é perniciosa às instituições como um todo. O destino do Direito não pode depender da subjetividade e do humor dos detentores do poder.

Repise-se: tomar decisões no campo jurídico é ter responsabilidade política. Não é simplesmente escolher um lado ou outro. Lenio Streck está correto ao afirmar que decisão não é escolha. Escolha diz respeito a gostos e opiniões, o que deve ser afastado de todo e qualquer julgamento.

Na decisão, há algo que se antecipa, que é a compreensão daquilo que a comunidade política constrói como direito. O Magistrado, qualquer magistrado, ao decidir, deve estar comprometido com os fundamentos do Estado Constitucional. Toda decisão judicial deve ser construída de acordo com a legalidade constitucional.

Ou seja, um problema jurídico deve ser respondido por argumentos jurídicos. Direito não é moral e a moral não corrige o Direito. Não importa a personalidade do juiz. Ao Direito não importam as inclinações do magistrado, porque temos uma Constituição e Códigos para responderem as questões jurídicas. É isso o que se chama de Direito democraticamente construído: um Direito que dispensa opiniões e convicções pessoais, como, mais uma vez, afirma Lenio Streck.

Infelizmente, a conduta do Ministro Joaquim Barbosa na Corte serviu apenas para reforçar a falsa convicção de que há magistrados iluminados que “sabem o que é melhor para sociedade”. Vamos então depender que “homens bons” nos conduzam? Estaremos sujeitos à “bondade” do órgão julgador?

O problema é saber qual é o critério dessa bondade. Só para lembrar, um nazista tinha por decisão boa ordenar a morte de inocentes. Sempre teremos justiceiros sabedores do “bem” da sociedade a indicar que caminho seguir. Refaço a pergunta de Agostinho Ramalho Marques Neto: quem nos salva da bondade dos bons? Pelo menos da maldade dos maus, eu mesmo me protejo.

 

 Carlos Eduardo Lula é Consultor Geral Legislativo da Assembleia do Maranhão, Advogado, Presidente da Comissão de Direito Eleitoral da OAB/MA e Professor Universitário. e-mail: [email protected] . Escreve às terças para O Imparcial e Blog do Clodoaldo Corrêa.