O candidato a prefeito pelo PMN, Eduardo Braide, gosta de bater no peito e dizer que fez uma excelente gestão quando foi diretor-presidente da CAEMA, mas a verdade é que foi responsável por um período negro no saneamento básico do Estado. Prova disso são os índices nacionais, a poluição das praias e as investigações que envolveram o órgão durante o período.
À frente do órgão estadual, de janeiro de 2005 a março de 2006, a CAEMA foi notificada pelo Ministério Público Federal (MPF/MA) a comprovar que estava trabalhando para despoluir as praias de São Luís, já que muitas estavam impróprias para banho. Ainda durante o período de gestão de Braide, a empresa também não recuperou o sistema de esgotos da capital, descumprindo exigência da Justiça Federal.
De acordo com o teor da sentença, a CAEMA deveria implantar um sistema de coleta e tratamento de esgotos lançados in natura nos rios e no mar da capital, além de ser obrigada a despoluir os corpos hídricos atingidos pela degradação ambiental. Entretanto, por falta de planejamento, os problemas de esgotamento na capital se agravaram, principalmente, nas áreas da Ponta d’areia e Olho d’água, onde o esgoto de residências, clubes, bares e restaurantes eram lançados diretamente para o mar.
Durante a gestão de Braide, pesquisas científicas foram realizadas por universidades maranhenses para aferir as condições de balneabilidade das praias. Tanto as amostras da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), quanto as do Centro Universitário do Maranhão (UniCeuma), confirmaram que as praias Ponta d’areia, São Marcos, Calhau e Olho d’água estavam impróprias para banho.
A inabilidade administrativa não parou por aí. O valor cobrado pela CAEMA para quem residia em imóvel onde não havia medidor de consumo ou se estava ilegível foi questionado por muitos usuários. Foram milhares de queixas sobre o aumento do valor cobrado pela CAEMA. Na reportagem do portal Imirante, de agosto de 2005, um funcionário contou, em entrevista, que costumava pagar R$ 40,00. Depois que Braide assumiu a gestão da companhia, a conta saltou para R$ 120,00.
Em maio de 2009, o Instituto Trata Brasil divulgou o ranking do saneamento com avaliação dos serviços em 79 cidades brasileiras. O estudo foi realizado nos anos de 2003 a 2007. A cidade de São Luís apresentou os piores indicadores. No quesito “desperdício de água tratada” na capital maranhense, a perda ficou acima dos 50%.
A péssima gestão de Eduardo Braide refletiu no turismo. Afinal, uma ilha que não oferece praias próprias para banho perde muito do interesse dos turistas do Brasil e de outras partes do mundo.
Uma gestão que, em pouco mais de um ano, não realizou nenhuma grande obra de saneamento em São Luís e deixou a cidade entre as piores do Brasil em relação ao tratamento de água e esgoto. Este é o único exemplo que temos de Braide como gestor em nosso Estado. Só resta saber se é esta a prática de gestão que será adotada pelo deputado estadual caso se torne prefeito.