Adriano Sarney diz que é pré-candidato a prefeito de São Luís

Por Clodoaldo Corrêa e Leandro Miranda

AdrianoSarneyO deputado estadual Adriano Sarney (PV) concedeu entrevista exclusiva aos Blogs Marrapá e Clodoaldo Corrêa. O herdeiro político do grupo Sarney diz que a alternância de poder foi boa para o Maranhão e as perspectivas de futuro para seu grupo político com o fim da Era Sarney no poder.

Não à toa o deputado participou ontem do ato de filiação da vereadora Rose Sales ao PP. Adriano também anunciou que pretende concorrer ao cargo de prefeito de São Luís, afirmando que o PV tem que ter candidato na capital para ganhar musculatura, mas também está de olho na possibilidade de concorrer em Paço do Lumiar, onde quase foi candidato em 2012.

O neto do maior oligarca do Brasil diz que não está na Assembleia para ser um defensor dos governos passados nem uma oposição ferrenha ao governo Flávio e até admite que o governador trabalha até altas horas. E abriu até a possibilidade de diálogo com o atual governo. Mas afirma que fará defesas de seu avô e criticas e assuntos pontuais do governo. Para o neto de Sarney, toda a classe política do Maranhão tem parcela de culpa pelos índices de pobreza do Maranhão.

Sobre a operação Lava Jato, Adriano afirma que não dará em nada.

Hoje só o senhor e seu pai carregam o sobrenome Sarney com mandato. Como é carregar o sobrenome Sarney e qual é o papel da família agora como oposição?

Vivemos num novo momento. Já disse isso e já foi repercutido até na mídia nacional. O ciclo Sarney acabou, aí gostam de distorcer o que eu falo, mas o grupo ainda existe, mas não sei se esse grupo pode se chamar de grupo Sarney ou não, É um núcleo que a gente continua fazendo política. Eu como Sarney venho mais para trabalhar as minhas propostas que são: desenvolver o Maranhão seguindo as suas aptidões econômicas e potencias das regiões. Esse é o meu foco. Quando entrei na Assembleia, articulei para ser o presidente da comissão de assuntos econômicos justamente para dar vazão às questões econômicas. Como já disse varias vezes: não estou aqui para defender o governo passado ou até mesmo fazer oposição pesada ao atual governo. Faço algumas defesas ao meu avô, é natural. Mas eu faço oposição muito pontual em determinadas situações. Não farei oposição por fazer. Tenho que fazer uma oposição responsável. Não tenho problema nenhum em votar em todos os projetos de lei do governador. Tenho votado na maioria e não vejo problema nenhum. Foi bom e sadio essa alternância de poder. Claro que vou cobrar o que essa alternância vai trazer ao Maranhão. Isso será a minha maior cobrança.

Por que o senhor desistiu da candidatura a prefeito de Paço do Lumiar em 2012?

OlhoAdriano1Na época, fui apoiado pela Bia Venâncio. A ideia era sair numa chapa. Eu estava atuando no Partido Verde, onde comecei minha carreira política. Fiz a articulação com o grupo da prefeita para sair como vice numa eventual reeleição dela, certo? A situação lá da prefeita foi ficando difícil. Ela começou a ver que não conseguiria se reeleger e a gente ponderou uma série de candidatos. Comecei a trabalhar politicamente e meu nome começou a aparecer. A gente fez algumas pesquisas, cheguei a ficar em segundo lugar. Na hora de realmente definir a minha candidatura, a família, o meu grupo político, preferiu, e até forçou a barra, para eu não sair candidato, pois eles entendiam que ia ser um desgaste para a gente, que ia ser difícil, que eu tinha chegado há pouco tempo lá, que seria aquela velha questão do candidato paraquedas. Naquele momento expressei a vontade de ser deputado estadual. O grupo garantiu que me apoiaria.

O senhor tem planos para se candidatar a prefeito novamente em 2016?

Não descarto a candidatura nem em Paço do Lumiar e nem em São Luís. Hoje, a situação de Paço do Lumiar está até favorável para mim. Tem o desgaste do prefeito e existem algumas lideranças lá, mas não são lideranças consolidadas. Existe uma situação muito favorável lá em Paço do Lumiar, mas resta saber se pra mim, que acabei de chegar na Assembleia, vale a pena dar continuidade aqui a um projeto ou focar no projeto de ser candidato ao executivo. Também cogito concorrer em São Luís. Meu título é de Paço do Lumiar, mas também cogito ser pré-candidato aqui. O Partido Verde precisa se posicionar, precisa tomar musculatura. Temos quatro deputados estaduais, dois federais. A gente pretende lançar candidatos nas maiores cidades do estado. Não descarto o fato de ser pré-candidato ou talvez disputar uma candidatura em São Luís a prefeito ou a vice-prefeito.

Até que ponto o grupo do qual o senhor faz parte é responsável pelos péssimos índices sociais que o Maranhão apresenta hoje?

Muita gente confunde o Maranhão rico com o Maranhão pobre. Riqueza pode ser medida por PIB. O Maranhão é a décima sexta maior economia do Brasil. É um estado teoricamente rico, mas tenho andado pelo estado inteiro e visto muita pobreza. Nós temos muita pobreza no Brasil. Não concordo que atribuir as mazelas do Maranhão a um grupo ou até mesmo uma pessoa seja coerente e certo, até porque muitos desses que falam em cinquenta anos foram secretários, prefeitos e participaram dos governos anteriores. Agora é um momento bom para a gente avançar. O grupo Sarney não tem mais governo, não tem mais a força que tinha antes na esfera federal. A Assembleia em grande maioria apoia o governo atual. Então, esse argumento a partir de agora está sujeito à avaliação daqui pra frente.

A sua tia Roseana é uma das investigadas no escândalo da Lava Jato. O que o senhor tem a dizer sobre isso?

OlhoAdriano4As pessoas tendem a confundir a Lava Jato. Existem duas questões em relação a essa operação. Uma investigação diz respeito à Lava Jato e outra à questão do precatório [da Constran] que está aqui em São Luis. São duas coisas diferentes. Existem contradições nas falas do Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef. Num primeiro momento, o Paulo Roberto falou que o Lobão pediu para ele recursos para a campanha de reeleição da Roseana; depois, num segundo momento, ele se contradiz no segundo interrogatório. Aí depois, ele retorna no Congresso nacional com a pergunta da Eliziane Gama e reafirma tudo. Por que ele reafirma? Ele tem de reafirmar as coisas se não perde a delação premiada. Perguntaram ao doleiro a respeito disso e o doleiro disse que não lembrava dessa situação. Então, está tudo muito vago e solto. Ela vai lá depor, não sei como vai caminhar esta situação. Acho que isso não vai pra lugar nenhum. No que diz respeito ao precatório, o nome da governadora não foi mencionado. Mesmo o nome do ex-secretário João Abreu que foi mencionado, não foi mencionado que o doleiro deu recursos para o João Abreu. São questões que estão sendo colocadas por pessoas que cometeram ilícitos e que a gente tem que ponderar a credibilidade porque são pessoas que cometeram ilícitos, então vamos ponderar isso.

Inclusive a Revista Época chegou a citar o seu nome em um possível esquema da Petrobrás. O que o senhor tem a dizer sobre isso?

Foi uma injustiça que fizeram comigo. Fizeram um apanhado muito maluco. Pegaram uma pessoa que no passado era meu amigo, filho de um deputado federal quando eu morei em Brasília. Meu pai sempre foi deputado federal, então tinha vários amigos filhos de deputados federais. Era o pessoal que eu andava, estudava, amigos meus e tal… Pegaram o filho do ex-deputado Fernando Diniz e colocaram lá nessa reportagem que nós andávamos e fazíamos coisas ilícitas, segundo um lobista. A fonte que o jornalista usou foi um lobista. Eu poderia interpelá-lo para saber exatamente o que estava acontecendo em relação a isso. Não ia ter fundamento nenhum… Pegam ligações com pessoas do passado e fazem esse tipo de ilação.

Esse caso tem relação com o atual escândalo da Petrobrás?

Não tem relação nenhuma até porque… Não sei se esse meu amigo tem alguma relação com alguma coisa. Eu não sei. Eu era amigo dessa pessoa e não sei como é que está esse caso dele lá. Eu não sei o que que… Enfim, não me interessei e nem quero saber.

Qual sua avaliação dos quatro primeiros meses do governo Flávio Dino?

OlhoAdriano3Acredito que o governador quer acertar. Ele está se esforçando. Tenho noticias de pessoas que falam que ele trabalha até altas horas lá no Palácio. É do perfil dele. O problema é a questão de ter uma equipe, gente preparada para fazer o trabalho. O governador sozinho não consegue fazer muito, precisa de auxiliares. Acho que o Flávio quer acertar, mas peca em relação à questão da equipe. Ele tem que descer do palanque, ser mais humilde, admitir que é difícil governar e tentar dialogar com a oposição, consertar alguns erros. Eu coloco algumas coisas na minha atuação, falhas administrativas que podem ser corrigidas. Mas fica aquela insistência em não querer corrigir que gera um desgaste. Ele quer fazer um bom governo – tenho certeza absoluta disso. Talvez ele tenha que demitir secretários, ser humilde para admitir que errou sem medo da oposição e a imprensa. O governador tem que baixar o discurso do palanque e focar na gestão. Tem que chamar todo mundo pra dialogar, botar o secretário de articulação para conversar com a oposição e fazer o que todos nós queremos fazer: mudar o Maranhão. Sei que a estratégia do governo é a estratégia da herança maldita, que te dá uma carta de seguro para botar na conta da gestão passada.

E da Assembleia?

Esta Assembleia foi criada de forma muito estranha. Vi muita dificuldade na composição dos blocos. Alguns blocos sendo criados de maneira muito esquisita, como foi o nosso bloco do qual o PV fez parte…. O próprio líder do governo, o Rogério Cafeteira, até pouquíssimo tempo defendia o governo passado. Hoje já está muito melhor do que começou, pois existe um grupo de quatro oposicionistas. Quem é governo é governo, quem é oposição é oposição. Existem alguns excessos de sentimentos na Assembleia. Eu até entendo a razão. É difícil você discutir com pessoas que até pouco tempo eram amigos, discutiam políticas juntos e passaram anos no mesmo grupo. Então tudo isso gera confusão, mas acredito que a tendência é melhorar. Nas comissões esta legislatura está fazendo um excelente trabalho. Tenho conversado com funcionados e ouvido que temos deputados muito atuantes no que diz respeito a audiências e a interlocução com a sociedade. Vamos ser uma legislatura que vai marcar os 180 anos da Assembleia.

Política maranhense em notas

Roberto Rocha pede que CPI investigue caso Brunno Matos

robertoDurante reunião no Senado, nesta quarta-feira (13), com membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigam o assassinato de jovens no Brasil, o senador Roberto Rocha (PSB), propôs que seja realizada uma audiência pública em São Luís, para discutir e tentar encontrar soluções eficazes para os altos índices de violência na capital maranhense. O senador citou o exemplo de Brunno Matos, advogado de 29 anos que foi assassinado em outubro do ano passado, cujo crime até hoje ainda não foi totalmente elucidado. Para Rocha, a presença da comissão irá colocar uma luz neste episódio lamentável. A CPI foi instalada no Senado no mês de abril deste ano, e é presidida pela senadora Lídice da Mata (PSB-BA).

Governo seguirá chamando policiais

felipecamaraoO secretário estadual de Gestão e Previdência, Felipe Camarão, afirmou que o governo seguirá convocando excedentes da Polícia Militar para o curso de formação, até que tenha aprovados e nas ruas os mil policiais, compromisso do governador Flávio Dino. Camarão afirmou que além dos próximos excedentes, ainda existes os candidatos sub júdice, que também serão chamados para o curso de formação. Dos primeiros convocados para formação, 388 foram habilitados. E o governo seguirá chamando até que tenham os mil habilitados para estarem nas ruas.

Asfalto novo na General Arthur Carvalho

arthurcarvalhoA Prefeitura de São Luís iniciou os serviços de recapeamento e urbanização na Avenida General Arthur Carvalho – importante via que interliga o bairro do Turu ao Miritiua e à Maioba, com acesso ao município de São José de Ribamar. O prefeito Edivaldo reiterou que as obras na região da Cohama/Turu vão permitir melhores condições à mobilidade urbana. Com uma extensão de 881,45 metros, avenida contribui para desafogar o trânsito na Avenida São Luís de Rei de França, na Avenida Jerônimo de Albuquerque e no retorno da Forquilha, já que representa uma opção a quem quiser se deslocar para Ribamar. A Prefeitura de São Luís investe na obra R$ 461,9 mil.

Humberto Coutinho com Bombeiros

humberto bombeirosO presidente da Assembleia Legislativa, Humberto Coutinho (PDT), destacou a atuação do Corpo de Bombeiros do Maranhão durante visita de cortesia ao comando da corporação, na noite desta terça-feira (12). Ele foi recebido pelo comandante, coronel Célio Roberto. Humberto Coutinho ressaltou, durante a visita, que teve o prazer, como presidente da Assembleia Legislativa, de ter conduzido a sessão que em 24 horas aprovou a Lei de Organização Básica do Corpo de Bombeiros, reivindicação da corporação desde 1996. “Essa lei dá uma certidão de nascimento ao Corpo de Bombeiros”, destacou.

Cota para negros no Maranhão

DSC_1159 (Medium) (1)No dia da Abolição da Escravatura, o deputado Zé Inácio apresentou à Mesa Diretora da Assembleia, projeto de Lei que institui reserva aos negros 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da administração pública estadual, das autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas e das sociedades de economia mista controladas pela estado, , sempre que o número de vagas oferecidas for igual ou superior a 3 (três), na forma desta Lei, da mesma forma como ocorre no âmbito federal, de acordo com a Lei nº 12.990, de 9 de junho de 2014.

Depoimento de Roseana e Lobão à PF

roseanalobaoEm meio as crises que eclodiram nos últimos dias no PMDB no Maranhão, mais assuntos devem render e gerar mais dor de cabeça para o ex-ministro de Minas e Energia e senador Edison Lobão (PMDB-MA) e para a ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney . Tudo indica que os dois serão acionados para prestar depoimentos na próxima semana, na sede da PF em Brasília. Eles deverão esclarecer a investigadores a suposta participação no esquema de corrupção envolvendo a Petrobras. Pessoa, considerado chefe do “clube vip” das empreiteiras, está sendo ouvido neste momento na sede da Procuradoria-Geral da República, em Brasília.

PGR reage à tentativa de Roseana e Lobão de trancar inquéritos da Lava Jato

Da Folha

Roseana e Lobão tentam travar investigação da Lava Jato

A PGR (Procuradoria Geral da República) atacou, em manifestações protocoladas no STF (Supremo Tribunal Federal), a tentativa de seis políticos de trancar os inquéritos abertos no tribunal em decorrência da Operação Lava Jato.

Por meio de um recurso chamado agravo regimental, o senador Edison Lobão (PMDB) e a ex­governadora Roseana Sarney (PMDB) pediram ao ministro Teori Zavascki que reconsidere sua decisão anterior de março em que mandou abrir os inquéritos. Eles querem o arquivamento sumário das investigações.
Caso o ministro não recue, pediram que os recursos sejam julgados pela segunda turma do tribunal, formada por cinco ministros.
Lobão e Roseana alegaram falta de “elementos mínimos” para dar início à apuração, disseram ter direitos “prejudicados”, viram dano à imagem com o prosseguimento das investigações e apontaram ausência de “justa causa” para o inquérito, ao apontar supostas incongruências entre declarações de delatores.
As esperanças dos investigados na segunda turma cresceram na semana passada, quando, por três votos (dos ministros Teori, Dias Toffoli e Gilmar Mendes) a dois, a turma livrou da cadeia vários executivos de grandes empreiteiras –eles passaram do regime fechado à prisão domiciliar.
Antes de encaminhar os recursos à turma, Teori pediu a manifestação da PGR.
A PGR afirmou que a tentativa de arquivar as apurações deve ser repudiada pelo STF pela “ausência de pressupostos legais objetivos”. A PGR viu nos recursos uma tentativa de “burlar” a jurisprudência do STF, que já teria reconhecido que cabe aos ministros relatores dos inquéritos a decisão sobre arquivar uma investigação ou ordenar eventuais diligências.
Sobre os casos de Lobão e Roseana, a procuradora afirmou: “Podem os agravantes discordar e entender que não haveria elementos para a apuração. Entretanto, os elementos dos autos impõem a necessidade de apuração integral do que concretamente referido, inclusive como garantia do próprio investigado, para que se apure na íntegra o que efetivamente há em seu desfavor”.

Tempos difíceis

Por Carlos Eduardo Lula

06/05/2011. Crédito: Neidson Moreira/OIMP/D.A Press. Brasil. São Luís - MA. Carlos Eduardo Lula, advogado.Sexta-feira, 06/03/2015. O Brasil espera apreensivo a lista dos políticos envolvidos na Operação “Lava Jato” da Polícia Federal. Divulgada a lista, Presidente da Câmara e do Senado entre os investigados e um número muito maior de autoridades do que o esperado. Coalizão governista irremediavelmente quebrada.

Segundo narra o Ministério Público Federal, a estrutura da suposta organização criminosa se dava em quatro núcleos: político, administrativo, econômico e financeiro. O núcleo político era formado principalmente por parlamentares que indicavam funcionários de alto escalão na Petrobras, os quais, por sua vez, recebiam propina das empreiteiras, que atuavam em cartel em obras da Petrobras.

As construtoras, por seu turno, passavam dinheiro para os operadores do esquema – os doleiros – que tinham a função de repassar esses valores para os políticos e diretores da Petrobras. Um intrincado esquema para viabilizar, a princípio, campanhas eleitorais dos maiores partidos do país.

A eclosão da “Lava Jato” parece ter fraturado de vez a coalizão governista que com o PT, sempre pareceu fadada a terminar com o término das eleições. A divisão do poder desta forma sempre resistiu porque aliada a uma grande popularidade dos presidentes e a uma grande gastança pública. Com a alta rejeição da Presidente somada à recessão econômica, que tende a piorar, a fratura atual da coalizão ganha contornos ainda não vistos.

Tempos difíceis e complexos, portanto, para o desenvolvimento da política.  Sem dúvida, há muito a ser melhorado em nossa democracia, mas se simplesmente criminalizarmos a atividade política, numa indignação pra lá de seletiva, o risco que corremos é de piora do quadro institucional.

Explico. Sempre digo que não tenho nenhum otimismo sobre a natureza humana. Comungo da mesma crença de Maquiavel, para quem os homens são “ingratos, volúveis, simuladores, covardes ante o perigo, ávidos de lucro”. Esses atributos negativos da natureza humana fazem parte da realidade com a qual temos de lidar num Governo.

Para Maquiavel, a história repete-se sempre, com a ordem sucedendo a desordem, e a política tentando domesticar a natureza humana. Para ele, o poder é o único meio de enfrentar o conflito, ainda que de maneira precária e transitória. Mas a perversidade das paixões humanas sempre volta a se manifestar. De outro modo: não há governo imune à corrupção.

Por isso, o que temos de fazer diante da percepção que o sistema foi tomado por essa corrupção em seu coração? Melhorar os mecanismos de controle do poder, que se mostraram insuficientes com o passar do tempo. A história tem demonstrado que toda vez que acreditamos que por meio de juízos morais iremos melhorar a política, flertamos com regimes autoritários.

Ora, quando se “institucionaliza” uma política da virtude, os seus promotores têm de necessariamente se colocar na posição de modelos virtuosos. O moralismo político tem no seu âmago a crença numa elite de “professores da humanidade” a ditar normas morais para o restante dos seres humanos. Já alertava Hanna Arendt: é do cruzamento do poder político com a moral que brota a tirania. E a crítica vista atualmente no Brasil parece sempre flertar com modelos autoritários.

Mesmo com a “Lava Jato”, nem tudo está perdido, nem o mundo está acabado, nem o Brasil é o pior país para se viver. Pelo contrário, temos instituições sólidas e ter um Ministério Público independente, inclusive para investigar as mais altas autoridades da República, antes reforça do que desmantela nossa democracia. Termos a garantia de que as investigações ocorrerão sem abalos à estrutura ora vigente, é sinal de força de nosso regime.

O raciocínio dos que acreditam que jogar fora “tudo que está aí” resolverá nossos problemas padece de uma falha manifesta: esquecer que os seres humanos não são seres virtuosos, que não é possível “redesenhar” ou “reprogramar” as pessoas para atingirmos uma utopia sanitária qualquer, seja ela a higienização da política ou da vida.

O que marca o ser humano é sua limitação, seu vício, seu pecado. Não há Lei ou Rei no mundo que altere a matéria imperfeita de que somos feitos e desfeitos. Ou aproveitamos a dificuldade da nossa era para melhorar as nossas instituições ou simplesmente abriremos a porta para regimes tirânicos. A História está aí para demonstrar que esse é o dilema que atualmente se vive.

 

Carlos Eduardo Lula é Advogado, Presidente da Comissão de Direito Eleitoral da OAB/MA, Secretário Adjunto da Casa Civil do Governo do Maranhão e Professor Universitário. e-mail:[email protected]. Escreve às terças para o Blog do Clodoaldo Corrêa

 

Notas desta segunda-feira

Entendendo impeachment

Em caso de impeachment, eles governarão o país

Em caso de impeachment, eles governarão o país

É difícil fazer as pessoas entenderem a tragédia que seria o impeachment da presidente Dilma. Principalmente os maranhenses que elegeram de forma esmagadora Flávio Dino, dizendo não a continuidade do domínio de Sarney no Maranhão e no Brasil. Caso Dilma sofra impeachment o novo presidente do Brasil será o vice Michel Temer. Ou seja, o Brasil será comandado pelo partido mais atrelado à corrupção e pelo principal aliado de José Sarney. O impeachment de Dilma seria jogar o comando da nação no colo de Sarney, Renan Calheiros, Lobão e as piores mazelas peemedebistas. É um terceiro turno para muito pior do que as opções do segundo.

Roseana terá que depor na PF

roseanaboladaO ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), começou a enviar nesta segunda-feira (9) à Polícia Federal (PF) as autorizações de diligências solicitadas pela Procuradoria-Geral da República para apurar se os políticos mencionados nos inquéritos da Operação Lava Jato estão envolvidos em irregularidades. A ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) está na lista dos primeiros a prestar depoimento à Polícia Federal (PF). Os procedimentos que serão adotados não foram divulgados para não atrapalhar as apurações. A PF tem prazo de 30 dias para concluir o inquérito, que pode ser prorrogado por igual período.

Início do ano letivo

inicio aulas 2O ano letivo na rede estadual de ensino foi iniciado nesta segunda-feira (9). Equipes da Secretaria de Estado da Educação (Seduc) acompanharam o primeiro dia de aulas na região metropolitana. Ainda nos primeiros dias de gestão, o governador Flávio Dino determinou a reforma emergencial de diversas escolas. Em algumas escolas da rede, as aulas não começaram por conta de reformas. É o caso das Unidades Integradas Sagarana II (Alemanha) e da Pe. Antônio Vieira (Anil), cujo teto desabou no mês de fevereiro e a estrutura foi condenada pela Defesa Civil. Os alunos destas escolas serão remanejados para outro prédio escolar, nos mesmos bairros. 140 escolas receberam recursos para reparos emergenciais.

Homenagem às mulheres

Vereadoras Bárbara Soeiro, Eidimar Gomes e Rose Sales na comemoração do Dia Internacional da Mulher.A Câmara Municipal de São Luís promoveu nesta segunda-feira (9) a homenagem às mulheres da Casa. As servidoras e vereadoras foram homenageadas com cartões de felicitação e botões de rosas vermelhas. As vereadoras Eidemar Gomes, Bárbara Soeiro e Rose Sales foram homenageadas com buquê de flores. A vereadora Luciana Mendes completa o time feminino da Casa. Desnecessariamente, ainda foi realizado um Painel sobre o tema no horário da sessão ordinária. O Blog dá a dica à presidência da Casa para que as datas comemorativas relevantes sejam celebradas desta forma, com solenidade antes da sessão, e às 10h seja realizada a sessão normal. O evento no pátio foi uma bela homenagem que já bastaria.

Caso semelhante

linharestijolosCaso de compra de votos denunciado no Fantástico deste final de semana se assemelha muito ao caso do prefeito de Bacabeira que está sendo julgado pelo TRE-MA. O governador do Amazonas, José Melo (PROS) foi reeleito com troca de favores como óculos, salão de festas e até reforma de túmulos. No caso do prefeito Alan Linhares, de Bacabeira, a compra de votos em troca de tijolos foi flagrada e documentada. O julgamento está 1 a 1 no TRE e deve voltar à pauta já nesta terça-feira (10).

 

Para Waldir Maranhão, lista da Lava Jato tem que ser divulgada

waldirmaranhaoO deputado federal Waldir Maranhão, vice presidente da Câmara Federal, defendeu a divulgação dos nomes da lista de políticos investigados pela operação Lava Jato. Em conversa com um grupo de jornalistas na manhã desta sexta-feira durante o lançamento do “Mutirão do Mais IDH”, Maranhão disse que o clima está de tensão e o trabalho muito prejudicado no parlamento.

“Até para separar o ‘joio do trigo’ é necessário que a lista seja divulgada. O clima fica muito ruim quando o Congresso todo fica na vala comum”, declarou. Mesmo com o PP, enrolado, Waldir garante que não tem o nome citado na Lava Jato.

Sobre a CPI, Waldir defende que acredita que o melhor é que a investigação transcorra no âmbito do Judiciário, a exemplo do Mensalão. “O país vive um momento um novo momento e teremos punições. É certo que não vai dar para tapar o sol com a peneira. A exemplo do Mensalão, o Judiciário fará seu papel”, afirmou.

O Globo confirma que Lobão está lista negra da Lava Jato

O Globo

edisonlobaoBrasília ­- O senador Lindbergh Farias (PT­RJ) está na lista dos políticos que serão investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento no esquema de corrupção da Petrobrás. O nome do senador está entre os 28 pedidos de abertura de inquérito enviados pelo procurador-­geral da República, Rodrigo Janot, ao ministro Teori Zavascki, na última quarta­-feira.

Em depoimento de delação premiada, o ex­diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa disse que trabalhou para o petista na eleição ao governo do Rio de Janeiro no ano passado como arrecadador de recursos de empreiteiras para financiar a campanha. Costa contou aos investigadores da Operação Lava Jato que empreiteiras pagavam propina em troca de contratos com a petroleira. Partidos políticos teriam recebido sua parte no esquema em forma de doações oficiais.

O Estado confirmou que a senadora Gleisi Hoffmann (PT­PR), ex­ministra da Casa Civil do governo Dilma Rousseff, também está na lista da PGR com pedido de abertura de inquérito. A procuradoria­geral da República também pediu investigações contra o, e Fernando Collor (PTB­AL). Segundo fontes do Judiciário, Collor teria o maior número de indícios contra si, inclusive com dinheiro do esquema depositado em sua conta corrente. O senador tem influência política na BR Distribuidora, uma subsidiária da Petrobrás investigada no esquema. O Estado revelou nesta quinta­feira que o senador Romero Jucá (PMDB­RR), segundo vice­presidente do Senado, também esta na lista dos que poderão ser investigados. A relação inclui ainda os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (RJ) e do Senado, Renan Calheiros (AL), ambos do PMDB.

Nome de Roseana deve constar na segunda lista de Janot

roseanabroncaAlém da lista dos 54 nomes que seguiu anteontem para o STF, há uma outra relação de políticos, ex-políticos e outros personagens que têm com o que se preocupar. O nome de Edison Lobão, que tem mandato de senador, deve constar na primeira lista.

Na semana que vem, o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, envia ao STJ  uma outra lista de encrencados com a Lava-Jato. Desta vez, entram nela governadores (cujo foro é no STJ), ex-governadores, ex-deputados e ex-senadores; e enrolados de todos os matizes.

Roseana Sarney, agora ex-governadora, deve ter o nome na segunda lista.

Com informações da Veja.

Propinas do PMDB sepultaram a Refinaria da Petrobrás em Bacabeira

Do Jornal Pequeno

Bacabeira: refinaria enterrada no dinheiro usado para pagar propina

Bacabeira: refinaria enterrada no dinheiro usado para pagar propina

A Refinaria de Bacabeira esteve envolvida nos esquemas de propina de políticos do PMDB citados na Lava Jato. A informação foi revelada na tarde de ontem (04) pelo jornal O Estado de São Paulo ao afirmar que pelo menos dois dos empresários presos pela Polícia Federal afirmaram em delação premiada citaram que a Refinaria de Bacabeira fez parte dos esquemas para concessão de propina a políticos do PMDB. O elo é o atual presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB0, aliado histórico da família Sarney no Maranhão.

A reportagem conta que o doleiro Alberto Yousseff afirmou que o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, ganhou propina de 30% sobre o montante desviado de um dos itens das obras, relativo à terraplanagem da Refinaria. Foi Paulo Roberto que veio ao Maranhão em 2010 a convite de Roseana Sarney e do ex-ministro Edison Lobão para lançar a pedra inaugural da obra. A Fidens, fundada em 1968, fica em Minas.

Segundo Youssef, a licitação da terraplanagem ocorreu entre 2010 e 2011 “sendo acertado que as vencedoras seriam a Galvão Engenharia, Serveng e Fidens”. Ele afirmou que “ficava sabendo antecipadamente” o nome das empresas que ganhariam as licitações no âmbito da Premium I. O doleiro contou que “foram feitas reuniões” em seu escritório em São Paulo, na Avenida São Gabriel, Itaim Bibi. Nem a Serveng e nem a Fidens são acusadas de participar do cartel de empreiteiras que atuava na estatal.

Ficou acertado, segundo o delator, o pagamento de comissão de 1% sobre o valor do contrato. Os repasses teriam sido iniciados seis meses depois do início da obra. Ele falou sobre uma reunião com a Galvão Engenharia, representada na ocasião pelo executivo Erton Medeiros, alvo da Lava Jato. Segundo a reportagem, a indicação das empresas que sabiam antecipadamente que venceriam a licitação foi feita por um deputado de Minas Gerais, Luiz Fernando (PP-MG).

Outro delator do caso foi o engenheiro da empresa Galvão Engenharia, que afirmou em seu depoimento que a Refinaria Premium foi alvo de propinas na época de seu lançamento. Após as denúncias de irregularidades nas obras e nos contratos, a Petrobrás decidiu paralisar as obras no Maranhão, dificultando a instalação do empreendimento que geraria milhares de empregos dentro do Estado.

Orçada em R$ 20 bilhões, a Refinaria Premium I em Bacabeira, a 60 quilômetros da capital São Luís, foi projetada para operar como a maior refinaria da Petrobrás, mas está com as obras inacabadas e com problemas de execução.

PMDB do Maranhão tenso com a lista da Lava Jato

Lava Jato tem tirado o sono de peemedebistas no Maranhão

Lava Jato tem tirado o sono de peemedebistas no Maranhão. Roseana e Lobão devem estar na lista de Janot

O ex-diretor de Redação do Jornal da família Sarney, Ribamar Corrêa, revelou em sua coluna eletrônica Repórter Tempo” que o clima é tenso entre os caciques do PMDB do Maranhão por conta da lista de políticos envolvidos na Operação Lava Jato que deve ser entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF). Os nomes de Roseana Sarney e Edison Lobão são dados como certos.

Sendo por mais de 20 anos porta voz do grupo Sarney através da coluna Estado Maior, Corrêa conhece os meandros do poder Sarney-Lobão-Murad. Segundo ele, nos bastidores do PMDB, a tensão se elevou muito ontem, no final da tarde e fontes próximas ao grupo, que disseram não estar “bem informadas” a respeito do assunto, mas admitiram haver um clima de preocupação. Primeiro por causa das especulações segundo as quais a ex-governadora seria incluída na lista do procurador geral da República para ser investigada, e segundo por conta da decisão do juiz da Operação Lava-Jato, Sergio Moro, de enviar para a Justiça do Maranhão inquérito que investiga a suspeita de que o precatório pago pelo Governo do Estado à Constran, no valor de R$ 120 milhões, parcelado em 24 vezes, teria sido acertado mediante pagamento de propina a autoridades do governo do Maranhão, segundo o doleiro Alberto Yousseff, preso em São Luís, no Hotel Luzeiros, na madrugada de 17 de março 2014.

O jornalista conversou com o próprio Lobão que disse não temer o fato de seu nome estar na lista dos investigados. Lobão disse que se seu nome vier a constar da tal relação, ele vai demonstrar na Justiça que sendo injustiçado, tentando demonstrar tranquilidade.