Antonio Garcez assume mandato na Câmara Municipal de São Luís

O presidente da Câmara Municipal de São Luís, vereador Astro de Ogum (PR), deu posse, nesta segunda-feira, dia 23 de maio, ao suplente Antônio Garcez, como titular da vaga deixada pelo vereador Edmílson Jansen, que morreu no último dia 13, após complicações em uma cirurgia de hérnia umbilical.

A cerimônia de posse do mais novo vereador ocorreu as 10h00, no Plenário Simão Estácio da Silveira, do Palácio Pedro Neiva de Santana, sede do legislativo da capital. Em pronunciamento na tribuna da Câmara, logo após ser empossado, Garcez afirmou que a expectativa é imensa para trabalhar em favor da população ludovicense apoiando, inclusive, as ações e projetos do prefeito Edivaldo Júnior que estarão em tramitação na Casa.

“Minhas intenções e expectativas são as melhores possíveis. Estou preparado para assumir esse importante desafio que é o mandato de vereador. Sei que estou assumindo em função da morte de um colega, mas tudo acontece pela vontade de Deus. E hoje estou aqui para tomar posse e pretendo trabalhar em favor da população ludovicense e apoiar as ações e projetos do prefeito Edivaldo Júnior nesta Casa”, declarou o parlamentar.

Nascido em São Luís, no dia 12 de junho de 1956, Antônio José Lima Garcez tem 60 anos e é comerciante. No pleito municipal de 2 de outubro de 2016, ele obteve 2.955 votos nominais e ficou como primeiro suplente da Coligação “O Trabalho Continua”, composta pelos partidos PT/PTC. Esta foi à quinta vez que ele disputou uma vaga no Poder Legislativo Municipal. Com a efetivação de Garcez no cargo, o ex-vereador Vieira Lima, também, do  PTC passou a ocupar a primeira suplência da coligação.

HISTÓRICO

Em 2000, Antônio Garcez despertou interesse pela política partidária e filiou-se ao Partido Trabalhista do Brasil (PTdoB), onde disputou as eleições daquele ano e obteve 1.856 votos, ficando como suplente na legislatura 1997-2000. Nas eleições de 2004, já filiado ao extinto Partido dos Aposentados da Nação (PAN), conquistou 3.008 votos, mas também não foi eleito vereador.

Garcez ficou com suplente em outras três eleições: Em 2008, quando obteve 3090 votos; Em 2012, quando alcançou 3.600 votos; e também em 2016, onde conquistou 2.955 votos. Depois de cinco eleições, o político conseguiu se efetivar no cargo.

Leitoa sobre Rocha: “nunca vi alguém conseguir afastar tantas pessoas de um mandato que ganhou de graça”

Leitoa detona postura de Roberto Rocha

Durante o encontro do pré-candidato a Senador Weverton Rocha (PDT-MA) em Codó vários prefeitos enfatizaram o fato de terem eleito um senador – em referência a Roberto Rocha – que não correspondeu às expectativas e esperam que agora tenham um representante que receba e a dialogue sobre as demandas dos gestores.

O prefeito de Timon, Luciano Leitoa, que é presidente estadual do PSB, foi ainda mais incisivo ao criticar o senador socialista. “Todos sabem o sacrifício que fizemos. Fizemos acordo apoiando a candidatura de Zé Reinaldo a deputado [o ex-governador abdicou da candidatura de Senador para ser deputado federal]. Mas o Senador que está aí hoje não representa nosso grupo. Foi injusto inclusive com o prefeito Edivaldo que está aqui. Eu nunca vi alguém conseguir afastar tantas pessoas em um mandato que ganhou de graça”, afirmou.

Muitos concordaram em gênero, número e grau com o prefeito timonense.

Beto Castro está oficialmente de volta à Câmara Municipal

Está oficializado junto à Mesa Diretora da Câmara Municipal de São Luís o retorno do vereador Beto Castro (PROS) ao cargo. Após decisão liminar da ministra Rosa Weber, o Tribunal Regional Eleitoral deveria ser comunicado e oficiar junto ao parlamento. O que ocorreu no final da tarde desta quarta-feira (22).

A juíza da Terceira Zona Eleitoral, Alice Prazeres Rodrigues, emitiu oficiou ao presidente Astro de Ogum (PR) para que ele dê cumprimento imediato à decisão. O ofício foi recebido pelo vice-presidente da Casa, Chico Carvalho (PSL) que homologou o retorno de Beto Castro ao exercício do mandato.

Carioca já pode guardar novamente o terno.

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Ildon Marques assume o mandato na Câmara Federal

ildonmarquescamaraDepois de ser muito enrolado pelo titular Fufuquinha, o suplente de deputado federal Ildon Marques (PSB) assumiu o mandato na Câmara Federal na manha desta terça-feira (21). Em jogo, a estratégia eleitoral envolvendo São Luís e Imperatriz em um acordo PP-PSB.

O presidente estadual do PP, André Fufuca, articula a aliança do partido com a pré-candidatura de Ildon Marques, em Imperatriz. em contrapartida, Roberto Rocha tem que tentar levar o PSB em São Luís para uma aliança com o pré-candidato Wellington do Curso (PP).

Na teoria, esta tudo esquematizado. Mas nos dois partidos, tem muita gente que não quer a dobradinha.

TSE cassa mandato do vereador Beto Castro

betocastroO Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou, nesta terça-feira (3), por 5 votos a 1, o mandato do vereador Beto Castro (PROS). A decisão faz com que o vereador perca o mandato a oito meses do fim.

Beto Castro foi acusado por Carioca de usar duas identidades e desde então o suplente, Paulo Roberto Pinto, o Carioca, tenta tomar o mandato na Justiça Eleitoral. Em março de 2014, por 4 votos a 3, os membros do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão decidiram reformar sentença do juízo da 3ª zona de São Luís que cassava o mandato de vereador Beto Castro.

Assim que a decisão chegar à Câmara Municipal, Carioca deverá ser empossado no mandato.

Weverton reassume mandato amanhã; Rosângela assume cargo nos Correios

wevertonrosagelaO deputado federal Weverton Rocha (PDT) irá reassumir o mandato na Câmara Federal nesta quinta-feira (7). Na sexta-feira (8), o maranhense assume a liderança da Bancada do PDT, uma das maiores da Câmara Federal.

A suplente Rosângela Curado, que esteve no cargo nos últimos quatro meses, irá assumir o cargo de diretoria de assessora da presidência Nacional dos Correios, em Brasília. A suplente, que é pré-candidata a prefeita de Imperatriz, ficará no cargo até o final do prazo de desincompatibilização.

Na Câmara Federal, Curado participou da Comissão da Seguridade Social e Família. Ela destinou suas emendas individuais à Imperatriz. A deputada destinou R$ 1 milhão para aquisição de equipamentos para a UPA do parque São José, R$ 1,4 milhão para custeio de medicamentos, material de uso diário, descartáveis e de manutenção para os postos de saúde, e ainda outros R$ 600 mil para a construção de uma quadra coberta na Vila Cafeteira.

Câmara de Bom Jardim cassa o mandato de Lidiane Leite

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A Câmara Municipal de Bom Jardim cassou, em sessão extraordinária, o mandato da prefeita Lidiane Leite (sem partido), na tarde deste sábado (5). Assim, a vice-prefeita, Malrinete Gralhada, que já havia assumido interinamente, foi efetivada no cargo pelo parlamento. Dos 13 vereadores do município, 10 compareceram à sessão.

A Câmara do município ficou pequena para a quantidade de pessoas que acompanharam a sessão extraordinária. Lidiane é investigada pela Polícia Federal e está foragida. A agora ex-prefeita famosa internacionalmente por ostentar luxo nas redes sociais.

 

Rosângela assume na Câmara e mudanças no governo

Carlos Lula irá para a secretaria de Saúde

Carlos Lula irá para a secretaria de Saúde

A odontóloga Rosângela Curado deixa a subsecretaria de Saúde do Estado na próxima semana. Ela assumirá o mandato na Câmara Federal por 120 dias. O titular do mandato, Weverton Rocha irá pedir licença por este período.

No lugar de Rosângela, assume o atual subsecretário da Casa Civil, Carlos Lula. No lugar de Lula na Casa Civil, quem assume é Waldy da Rocha Ferreira Neto, que é chefe da Assessoria Jurídica da pasta.

O governador Flávio Dino aproveitará a saída de Rosângela para dar um caráter mais técnico juridicamente para a secretaria estadual de Saúde.

Rosângela passa a se dedicar à política e articular sua pré-campanha à prefeitura de Imperatriz.

Roberto Rocha: “Edivaldo não pode ancorar no governo a reeleição”

Por Clodoaldo Corrêa e Leandro Miranda

Roberto Rocha diz que grupo deve primeiro discutir estratégia em 2016 - primeiro ou segundo turno - depois discutir candidaturas

Roberto Rocha diz que grupo deve primeiro discutir estratégia em 2016 – primeiro ou segundo turno – depois discutir candidaturas

Errata – A entrevista teve um equívoco na transcrição do áudio. No trecho onde inicialmente foi postado “a posição partidária atual é a que eu definir”, na realidade, a fala foi “a posição partidária atual é a que nós definirmos”. No contexto há pouca alteração, mas em respeito ao leitor, à fidelidade dos fatos e em acordo com a assessoria do senador, os Blogs corrigem com rigor para que a entrevista contenha o pensamento do entrevistado da forma mais literal possível. Vale lembrar que, como é normal em uma longa entrevista, vários trechos foram cortados pela repetitividade e pouca alteração da essência do pensamento, jamais com intencionalidade política. Justamente nesta edição, acabou ocorrendo o equívoco, ora corrigido.  

 

O senador Roberto Rocha (PSB-MA) em entrevista exclusiva aos Blogs Marrapá e Clodoaldo Corrêa afirmou que a prioridade para o PSB em 2016 é ter candidatura própria, e somente com esta possibilidade descartada, se discute coligação com A, B ou C. Sobre o próprio Roberto ser candidato, ele diz que é um jogador e “se já jogou de vice, por que não prefeito?”. Para o senador, é necessário primeiro discutir a estratégia do grupo – vencer no primeiro turno ou levar para o segundo – para depois discutir as candidaturas.

Pela primeira vez, Rocha contou minuciosamente como foi sua escolha para candidato a vice-prefeito, afirmando ter sido um sacrifício enorme para sua estatura. Na visão dele, arriscou muito, pois se Edivaldo não tivesse sido eleito, estaria acabado politicamente. Mas teve que fazer porque senão, Edivaldo nem teria sido candidato.

Diz que o prefeito Edivaldo nunca tratou com ele sobre reeleição, e por isso, para o senador, ele ainda não é candidato à reeleição, embora entenda que este não é o momento adequado mesmo. Mas também alertou que como o PPS – partido de Eliziane Gama – apoiará o PSB em várias capitais, cobrará o apoio em capitais onde tiver candidato competitivo. Roberto afirmou que para Edivaldo, a estratégia tem que ser de ganhar no primeiro turno, pois se a eleição for para o segundo, perde como perdeu Castelo.

O senador afirma que a relação com o governador Flávio Dino continua muito boa. Mas existe da parte de outras pessoas a tentativa de rompimento visando eleições futuras. Ele reclama de ter recebido poucas visitas de secretários estaduais e nenhuma de secretários municipais, pois colocou seu gabinete como embaixada do Maranhão em Brasília.

Roberto defendeu mais abertura de investimento privado para superar a crise econômica do país. Para o Maranhão e São Luís, defendeu o enxugamento da máquina pública com menos secretarias e menos cargos. Afirmou que um dos problemas da gestão do prefeito Edivaldo não foi ter cortado custos ainda no começo da gestão. Assim, teve que adotar a política de investimento na base da busca de recursos, como empréstimos.

Para o senador, Edivaldo não pode ancorar no governo do Estado sua reeleição, já que, daqui a um ano, no período das convenções, Flávio Dino também terá problemas de imagem, assim como o próprio Roberto.

Senador, como o Brasil pode superar o momento de crise econômica, que no setor público tem atingido de forma muito forte municípios e estados?

olhorr2O Brasil teve um momento muito importante na sua história, da estabilidade econômica na década de 90. Disso decorreu uma estabilidade institucional e política que possibilitou a eleição e posse de um operário na presidência da República. O Brasil viveu um momento de transição, consolidação do processo democrático. Em função desse período, que veio sendo amadurecido durante a década de 80 para 90, e com o fim do espiral inflacionário que massacrava muito os menores, e, claro, alguém ganhava, porque se não nunca teria existido. Quem ganhava era o governo, que via de regra é a maior instituição dentro de um território. Então, com esse momento, o Brasil deu um passo. Iniciou-se, e na sequência consolidou-se, a questão econômica e social com o Lula, que agregou e sistematizou políticas, criando uma grande rede de proteção social. Após esse momento econômico e social, tinha que ter um momento da infraestrutura nacional. Acredito que isso teria que ter se dado no segundo mandato do presidente Lula, na década passada. Não houve. O governo do Lula quebrou alguns paradigmas, contrariando a lógica de alguns administradores, como eu, que achavam que o desenvolvimento só podia se dar através do investimento. Ele mostrou que também poderia se dar por meio do consumo. Hoje é fácil ver o filme de trás para a frente. Em verdade, o consumo avança, com a estabilidade econômica. Muita gente da classe D vai migrar para a classe C. Acontece que é preciso entender que isso tem um prazo de duração. Era necessário o Brasil promover o desenvolvimento pelo investimento. Quanto mais você consumir, mais vai esgotar a capacidade de oferta. Por isso o Brasil chegou no ponto que está. Ou seja, a medida em que você investe na infraestrutura nacional, nos portos, aeroportos, rodovias, ferrovias e hidrovias, você cria condições para que o Brasil avance economicamente. O econômico nunca pode ser considerado inimigo do social. O social avançou por causa do econômico e agora o social “involui” por causa do econômico, com os programas sendo cortados, direitos trabalhistas etc. O Brasil aumentou muito o seu custo administrativo, de governo, sem ter correspondência no desenvolvimento econômico. Em consequência disso não há investimento, o consumo não responde mais, há uma estagnação que levou a uma recessão e estamos vivendo o pior momento da crise, o momento da escalada do desemprego. Todos os lugares do Brasil estão enfrentando isso. Nos lugares onde a economia pública estatal é mais preponderante, como é o caso do Maranhão, a situação é mais grave ainda. Dentro do Maranhão você tem a realidade do Sul, única que tem uma matriz econômica, embora primária, de monocultura e sem agregar valor, porque não cumpre a sua etapa fundamental de agroindústria.

O senhor foi eleito com a proposta de fazer com que o Maranhão soubesse para que serve um senador. Nesses cinco meses, o senhor pode elencar os avanços do seu mandato nesse aspecto?

Embora eu seja de um partido que não diria de oposição, pois nós não estamos atrelados à base da oposição, formada pelo PSDB e pelo DEM. Também não somos da base do governo, comandada pelo PT. O partido tem uma postura de independência. Não é fácil, porque independência é algo meio que abstrato no parlamento. O que é ser independente quando o povo conhece o governo e a oposição. Nós somos uma bancada de seis senadores, mas nós vamos ampliar para oito. Vamos chegar a dez senadores. A bancada faz toda diferença no Senado. A postura de independência nossa pressupõe unidade, agir em bloco, ser solidário, companheiro e cúmplice do outro. Dessa maneira, os interesses que tem o Maranhão, que eu defendo no Congresso, são interesses de todos os senadores do PSB, assim como os da Bahia, da senadora Lidice, ou de Sergipe, Pernambuco e assim por diante. Estou muito à vontade na bancada do PSB porque tenho percebido que não falta o que é mais importante no ser humano: a honra. E o PSB tem nos dado oportunidade de ocupar espaços no Senado Federal. Sou membro da Comissão de Constituição e Justiça, mais importante do Senado, sou membro da Comissão de Assuntos Sociais e Econômicos, membro da Comissão de Educação, presidida pelo Romário, companheiro de partido, que foi indicado por mim. Também sou membro da Comissão Mista de Orçamento do Congresso, e nessa comissão, para o próximo exercício, serei o relator do Esporte. Teremos as próximas olimpíadas e discutiremos a revitalização da Lei de Incentivo ao Esporte, que acaba este ano, exatamente na véspera das olimpíadas. Chegamos ao Senado tentando ampliar esse poder para que pudéssemos levar às condições de ajudar o governo neste momento de dificuldade. Eu, por exemplo, votei a favor da MP 665, do ajuste fiscal. Não votei por causa do governo, por causa do governo eu não votaria. Tenho total compreensão do diagnóstico. Acabei de falar: Ausência completa de investimentos em infraestrutura. Em nenhum lugar do mundo o orçamento público tem dinheiro para fazer isso. Na China, Europa, Estados Unidos, cobra-se pedágio em excelentes obras de infraestrutura. No Canal do Panamá, o privado administra. Não tem cabimento ser diferente. Não podemos pressionar o orçamento público. Aquilo que a economia privada pode fazer, o governo não deve. No mundo nascem um bilhão de pessoas a cada dez anos, então não tem dinheiro para fazer isso. Por isso o mundo todo rediscute a forma de gestão e governantes. São Luís, o Maranhão e o Brasil precisam menos de políticos e mais de gestores. Os estados brasileiros, todos, só fazem investimentos com dinheiro de empréstimo, como o Maranhão. O dinheiro que tem aí é dinheiro do BNDES. Só. O resto tudo em dificuldade. Não estou acompanhando por dentro as ações de governo e a execução orçamentária, pois estou muito focado no Senado, mas o que acontece no Maranhão, acontece com Piauí, Pará e todos os cantos, pois não tem mágica. Candidato é Word, gestor é Excel. Ele tem que estar diante de planilhas para saber o que pode ou não ser feito. O Brasil quebrou os municípios, estados e agora está quebrado. A União está quebrada. Isso não arruma do dia para a noite. Por conta do retrovisor, dos equívocos recentes, por conta de erros de governos, vou votar contra o país que moro? O Brasil está por ladeira abaixo. Se essa medida provisória não fosse aprovada, o ministro da Economia teria pedido demissão. E é o que sustenta hoje o governo: a credibilidade no mercado que ele tem. Foi uma medida acertada da presidente Dilma tirá-lo do mercado. Fosse eu, também colocaria uma pessoa da Petrobras do mercado. Ela botou do governo, o que foi um erro. Se ele sai do governo e volta para o mercado, quem a Dilma colocaria na economia?! A gente tem que ter essa compreensão, se fosse o Mantega ou outro ministro, ninguém teria votado. Seriamos tragados por um sentimento de descontentamento por causa da campanha, por causa dos desmandos anteriores, e fundamentalmente por causa do preconceito equivocado ao capital privado. O capital privado só vai ter interesse em fazer algum tipo de concessão se tiver retorno. Eu estava discutindo na comissão de infraestrutura, do qual faço parte, a questão da BR 135. A Dilma foi votada no MA em 2010 e teve uma excelente votação. Dos cem piores IDH’s do MA, nenhum é da região sul. Então, a Dilma teve uma votação sem vir no MA. Não há uma única obra de infraestrutura do governo dela no estado do Maranhão. Nem mesmo do Lula. Nos últimos doze anos, quais as obras de infraestrutura feitas no Maranhão? A gente poderia se questionar sobre o que foi feito no Brasil. Meu Brasil é o Maranhão. Qual a obra de infraestrutura capaz de alavancar o desenvolvimento estadual ou regional? Nenhuma. A única obra que poderia ser considerada de infraestrutura é a refinaria, que eu fui vítima duas vezes como candidato ao Senado. A duplicação da BR 135 era para falar de triplicação. Ainda estamos falando de duplicação. É um absurdo por causa do engarrafamento violento. Você passa horas em engarrafamento. Na comissão de infraestrutura nós discutimos com o DNIT e firmemente coloquei esse problema. Terminou que conseguimos retomar a obra que estava parada. É um caso de esgotar a possibilidade de ser concluída com dinheiro público, mas se parar, existe a alternativa de permitir que a iniciativa privada faça. É um trecho do Maranhão com viabilidade econômica por causa do fluxo. Com essas ações desenvolvemos o nosso mandato. Trabalhamos na perspectiva de que o Maranhão possa ser contemplado com uma obra infraestruturante, até para compensar o engodo da Refinaria Premium. O Comando da Marinha me apresentou o projeto da construção de uma base naval no estado. Já fui até na Antártida, na estação com o nome de um cidadão de São Luís. Aqui poderá ser construído o complexo naval da segunda esquadra. Com essa esquadra, que estou lutando para trazer para a capital, como forma de compensar o Maranhão pelo que perdeu durante muito tempo, teremos investimentos de R$ 12 bilhões no estado, com hotéis, restaurantes, escolas navais, que terá um impacto muito maior de que a refinaria. Só aqui em São Luís serão 4300 residências na Ponta da Areia, impactando diretamente a cidade. O desafio do Maranhão não pode ser agrícola, tem que ser agroindústria. Essa é a vocação do Maranhão. A agricultura por si só não gera as oportunidades necessárias. É preciso incluir as pessoas no desenvolvimento, no desenvolvimento sustentável, associado ao social e ambiental. Nós ficamos literalmente a ver navios em São Luís levando produto primário semielaborado. É um verdadeiro escândalo. A matriz econômica do Maranhão é totalmente equivocada, não inclui as pessoas. Você pergunta qual a diferença de ter ou não ter o Porto do Itaqui para o cidadão do Anjo da Guarda. Nenhuma. O porto tem que estar integrado à cidade, ao estado e à região que é o garrafão do Brasil, o cerrado brasileiro, que é o único lugar do mundo capaz de produzir grãos. Por isso que o Porto do Itaqui não pode ser um porto do Maranhão.

E qual a sua avaliação do governo do Maranhão nesses seis primeiros meses de gestão?

Senador apresenta projeto de base naval para São Luís

Senador apresenta projeto de base naval para São Luís

Não tenho acompanhado, apenas à distância, como qualquer cidadão. Estou cumprindo com a minha obrigação, que é o meu mandato no Senado Federal. Falo com os secretários, como a secretária de educação, que me dá a honra da sua visita, e através dessas cordialidades, que não são todos, talvez seja uma das poucas visitas de secretários que tenho recebido, mesmo no meu gabinete em Brasília, que coloco a disposição como a embaixada do Maranhão. Eu me perguntava se São Luís tem secretário em Brasília. Estou lá há três meses, quatro, e nunca recebi um telefonema. Do governo eu não podia dizer porque não tinha secretário. Era para ser o Dutra, que acabou desistindo. E agora foi nomeado um rapaz muito decente. Estive com ele recentemente e conversamos sobre esporte, pois ele já foi da área. É isso. Não sou executivo, mas legislativo. Sou uma asa do avião. Sem mim o avião não voa. Faço algumas coisas que não dependem dos governos estadual e municipal, como lutar para atrair a segunda esquadra da Marinha para o estado, mas a grande maioria das questões depende desses poderes. O que vejo à distância – e eu já disse isso ao governador Flávio Dino – é que o Maranhão está dentro de um contexto nacional muito ruim, de crise profunda, que se fosse eu governador, eu teria preparado um modelo de governança, a máquina administrativa de outra forma, muito mais enxuta, muito menor, para enfrentar este momento de crise profunda e aguda. Com tantos cargos de comissão que tem o governo, tantos terceirizados, é difícil segurar a peteca. Não tem mágica.

Então a máquina do Maranhão deve ser enxugada?

Mais muito enxugada. Não há necessidade de ter secretarias como no Maranhão. Goiás tem economia pujante, sem crise, porque a única atividade econômica que avança no país é a agropecuária, lá tinha 16 secretarias e baixou para dez. É difícil falar sobre isso pois parece que você quer eliminar segmentos, eliminar direitos, mas não é nada disso. Por exemplo, para que serve o ministério da Pesca? Mas por que não tem o da Soja, dos Grãos, do Café? Por que não um ministério dos Minérios? Não é assim que se governa. Em qualquer empresa, se você tem quem cuide de água, luz etc, é também quem cuida do pagamento de pessoal. Por que no governo do Maranhão, que é uma empresa, tem que ter uma secretaria para cuidar de pessoal e outra para cuidar de despesas? Isso não existe. Na minha visão, a secretaria de gestão e previdência deveria seguir o modelo do Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão. Quando você elimina uma secretaria, você elimina custos. E custo é que nem unha: você tem que cortar o tempo todo.

Qual sua relação com o governador Flávio Dino nesses últimos tempos? Há o mesmo intercambio da campanha eleitoral?

olhoroberto2Toda campanha de governador e senador é colada, porque ninguém se elege governador ou senador sozinho. Nem sempre se ganha só com um bom candidato. Para ter tempo de televisão, que é a etapa mais importante da campanha, você tem que ter coligação, partido. Você vê que chega à capital o PTC e ao governo o PCdoB, dois pequenos partidos, porque tiveram capacidade de se coligar, se não jamais chegariam ao poder. Minha relação com o Flávio é muito boa, da minha parte e da parte dele. Pode ter da parte de outros, que inventam e artificializam por conta de questões eleitorais, de 2016, 2018, 2022, 2100. Quando se mistura governo com partido a gente prejudica o povo. Este ano é ímpar, de administrar. Quantas vezes o prefeito Edivaldo Holanda Junior já falou comigo sobre eleição de 2016? Nenhuma vez. Se você me perguntar nesse minuto se ele é candidato a reeleição, eu vou dizer que para mim não é, porque nunca tratou comigo. Não é um defeito, pois o momento de tratar sobre isso é outro. O momento é de tratar da cidade. São Luís tem a menor área verde do país, e eu estou com um projeto para fazer um parque ambiental no sítio do Rangedor e outro no Pirapora. Não com recursos do governo. Estou indo atrás de outras fontes. Mas isso não faço sozinho como senador. Eu não sou executivo, para executar é preciso da outra ponta, que é o governo. E se não executar? O Flávio mora no Palácio, eu sou senador da República. Estamos absolutamente contemplados, graças a Deus e ao povo do Maranhão. Mas e o povo? Seria muito egoísmo da nossa parte. Mesmo que aqui tivesse uma bola de cristal, e nessa bola tivesse que em 2018, 2022, vocês vão disputar uma eleição, a gente não tem o direito de antecipar isso. Prejudica as pessoas. Ninguém ganha com isso! A minha parte é conseguir recursos. O Edivaldo e o Flávio têm que executar.

Ainda, então, que o senhor seja candidato em 2018, não vai deixar que isso atrapalhe a sua relação com São Luís?

Em hipótese nenhuma. Eu posso anunciar hoje que não estarei com Edivaldo Holanda Junior, por exemplo, mas ele vai ter um aliado em Brasília. Os recursos que estão sendo feitas ruas em São Luís é do Ministério das Cidades. O Governo do Estado está botando agora. Quem defende São Luís no Senado? Agora, você diz, Roberto, você está falando como prefeito sobre eleição? Não. Eu falo com a Eliziane, falo. Ela é deputada. Como não falar? Falo com o Sarney Filho, com Roseana, se for o caso. A minha primeira função foi crescer na bancada para gerar um bloco partidário e o governo entender a importância disso.

O deputado Bira do Pindaré recentemente se colocou com pré-candidato para a disputa pela Prefeitura de São Luís. Como o senhor avalia a participação do seu partido nessa movimentação para 2016?

O partido não tem movimentação nenhuma, porque eu sou o presidente e não estou me movimentando. Então, se eu não faço movimentação, o partido não está fazendo movimentação alguma. Qualquer filiado de São Luís tem o direito de se colocar, ainda mais na qualidade do Bira procurar se viabilizar como pré-candidato, como eu ou qualquer outro. No entanto, posição partidária atual é a que nós definirmos. E por cima dela nenhuma voz vai se sobrepor. É um momento administrativo. Ele é secretário e não pode confundir as coisas, mas ele pode se mexer. É comum no Brasil deixar rastros de candidato, mas não se colocar antecipadamente como candidato para não atrapalhar a gestão.

E em relação aos senadores brasileiros hostilizados na Venezuela?

Eu me senti ofendido como senador e como brasileiro. Se fossem sete do PT ou PCdoB eu estaria revoltado. Não tenho nada a ver com o regime da Venezuela. É o povo quem decide lá. Agora, não sou obrigado a estar atrelado a eles político, econômico ou socialmente. Ou a Venezuela sai do Mercosul, ou o Brasil sai. É a minha opinião. Não tem cabimento. Se senadores venezuelanos viessem ao Brasil e fossem hostilizados seria um absurdo. Eu até admito discutir direita ou esquerda, coisa que para mim não tem mais sentido, desde que seja no campo democrático. Não dá para aceitar isso. Eu tive em Cuba recentemente, onde investiram US$ 800 milhões. E se fosse no Porto do Itaqui, pelo menos US$ 80 milhões. O que Cuba produz? Nada.

Qual sua posição sobre a proposta que reforma política que tramita atualmente no Congresso Nacional?

OlhoRoberto3Não tem reforma política. O que tem é uma discussão totalmente dissociada da Câmara e do Senado Federal e vice e versa que eu já critiquei no plenário. Critiquei com o ânimo de melhorar, propondo, inclusive, uma emenda do regimento comum propondo uma reunião por mês dos presidentes e líderes das duas casas para definir uma agenda mínima. Para discutir consensos e definir as pautas. O que é consenso? Fim de coligação proporcional? Então é consenso. Então a gente vai saber que o que sai da Câmara vai para o Senado e o que sai do Senado vai para a Câmara. Não dá para ficar nesse faz de conta. A Câmara está numa direção, o Senado em outra e o povo fica no prejuízo. Quem paga a conta? A gente vai chamar isso de reforma?

Por que a fusão PSB-PPS não aconteceu?

A fusão cometeu um erro de origem. Primeiro deveria ser discutido o mérito da questão dentro do PSB. Depois desse debate profundo e exaustivo se discutiria se o partido era contra ou a favor. Ai você saberia que essa discussão teria repercussão nos estados e municípios. Depois de tanto tempo foram discutir o mérito de quem era contra ou a favor. Isso tinha que estar vencido. Aí foram discutir que o PPS era esquerda e deixou de ser. Eu fui obrigado a dizer que esse partido apoiou Eduardo Campos, foi importante no Maranhão, para garantir a eleição de um senador. Esse partido poderia dizer que o PSB preferiu apoiar o PTC ao PPS em 2012. Então nós não aceitamos. Não era para discutir método. Foi um erro de origem. Tentaram corrigir dentro, com o barco navegando. Foi feito uma consulta ao TSE para saber se a fusão permite janela. Então não teve um fim da fusão, foi mais erro de procedimento. Qual impacto disso em São Luís? Sinceramente, com toda a clareza, em São Luís, quem decide é a direção nacional. Não tem fusão, como é? O PPS naturalmente vai apoiar o PSB em muitas capitais. Será que o PPS não vai cobrar o apoio do PSB em algumas que tiver candidato, sobretudo candidatos competitivos. Certamente que sim. Então, acredito que pelo fato do PSB em São Luís ter na sua direção, modéstia parte, alguém com estatura política por ser senador da república, dá garantia para que não sejam feitos atos de cima para baixo, nem muito menos de baixo para cima. Vou conduzir dentro do interesse maior. Qual a prioridade do PSB? Ter candidato. A partir daí a gente discute coligação. Como eu vou discutir se apoio A, B ou C se eu não sei nem se vai ter candidato? Por que teve uma regra que o governador adotou para quem quisesse ser secretário. Quem for candidato não assume secretaria. Eu não sei se está em vigor. Não que essa regra não possa ser mudada. Imagina! A política é dinâmica. Lá em Imperatriz o Clayton Noleto pode ser candidato. Em São Luís, o Neto Evangelista e o Bira… Isso é da política. Jogador joga a hora em que for convocado. Como o governo pode ser maior que o partido? Mas ele estabeleceu uma regra correta.

O senhor poderia ser candidato a prefeito de São Luís?

Nunca parei para pensar nessa possibilidade. Porém, não descarto. Eu sou jogador. Jogador do jogo político joga em qualquer posição. Eu já joguei de vice. Se já joguei como vice, por que não prefeito?

Você foi eleito vice-prefeito em 2012 dentro de uma perspectiva de mudança. A atual gestão municipal teve contratempos no início e agora está conseguindo avançar com o apoio do governo do estado. Na sua opinião, por que a gestão do Edivaldo teve problemas nesses dois primeiros anos?

Por causa de um modelo de governança. Você conhece um bom governo com uma boa equipe. Não boa nas pessoas, mas boa no modelo. Hoje em dia você não pode ser só técnico porque você não termina o mandato. Não pode, também, ser só político, senão você vai preso. Falo para o Flávio, para o Edivaldo…. Se você for ver o modelo de governança, não há inovação nenhuma em São Luís. Nenhuma! Você pode ver a quantidade de secretarias. Você não tem nem tempo de despachar. Vá em Belo Horizonte e pergunte quantas secretarias existem. Vá em São Paulo e pergunte a mesma coisa. Vá em Minas. Isso só se faz no começo, na lua de mel. E a hora de cortar era agora, porque cortou na carne do adversário. Quando você não começa assim fica mais difícil. Aí fica tentando buscar recursos para apresentar resposta. Ou buscar emprestado. O da Roseana o Flávio terá que pagar. Acho que tudo é processo. Eleição é uma coisa. Reeleição é outra completamente diferente.

Como se deu o processo para sua escolha como vice em 2012?

OlhoRREu era pré-candidato a prefeito. O PSB queria isso na pessoa do Eduardo Campos. O Flávio também. A gente reuniu em Recife várias vezes. O candidato seria do PCdoB ou do PSB e ponto. O que Eduardo Campos tem a ver com PTC? O que o projeto nacional de um partido tinha a ver com o PTC? Te põe no lugar deles. Nada. Na medida que Flávio não é candidato, eu tinha que ser candidato. Como ficaria o PCdoB? Vai apoiar o PSB ou não? Eu poderia dizer que sou candidato. A gente sabia que a aliança do PCdoB era com o PT, embora não fosse funcionar. Acho até que em 2018 a aliança do PCdoB será com o PT. Mas aí está. Por conta do Edivaldo. Jamais seria vice de qualquer outro. Quando o Flávio era candidato eu procurei o Marcelo Tavares e cobrei o acordo com o PCdoB. Manifestei que o PSB indicaria o Marcelo como vice. Na mesma hora tocou o telefone do Marcio Jerry, dizendo que o Zé Reinaldo aceitaria uma secretaria do Castelo. Na mesma hora eu pedi para o Marcelo desconsiderar tudo. Retirei a candidatura para ancorar a do Edivaldo, muito novo e sem consistência. Então a gente tinha que emoldurá-lo. Fizeram um movimento pela candidatura do Zé Antônio Almeida. Como eu convenceria o Eduardo Campos disso?  Só teve um jeito: eu ser o vice. O Eduardo disse: Quem é PTC? O candidato é tu, rapaz! E eu disse: Ou junta o partido ou não serei candidato. Ninguém apostava que eu faria isso. Um sacrifício medonho. Um cargo muito menor que eu. Eu tive 200 mil votos em São Luís, mesmo com toda a desgraceira da época da campanha. O Haroldo Saboia todo dia falava em aumento de passagem para me desgastar. Ninguém se elege senador por causa de uma campanha, mas sim por causa de uma história. Vai comparar a minha história com a do Flávio? Há 8 anos ele estava em um gabinete de juiz. Se perdesse a eleição? Chega em qualquer canto do Maranhão e pergunta quem é Edivaldo Holanda Junior e ninguém sabe quem é. Quantas vezes São Luís fez de um prefeito governador a partir desta condição? Nunca. Cafeteira? Jackson? São Luís nunca fez. O Edivaldo pode ficar um mandato, dois… pergunta quem é Tadeu Palácio. Ninguém sabe quem é. Imagina se Roberto Rocha perde como vice do Flávio, do Edivaldo… De quem?! Pronto, acabou. Se não fosse isso, Edivaldo nem seria candidato. Vamos admitir que o Flávio fosse candidato. O que é PTC e PCdoB? Nada.

O prefeito Edivaldo vive um momento de recuperação de imagem com as obras e a parceria com o governo do Estado. Na sua visão, isso dará a condição necessária para a reeleição?

Eleição é uma coisa. Reeleição é outra completamente diferente. O Edivaldo é candidato é reeleição. Se fosse candidato a eleição, a simpatia dele valeria muito. A da Eliziane vai valer muito. Na reeleição é avaliada a gestão, não o candidato. É como se eleição fosse Word e reeleição Excel. Eu digo isso para ele desde o começo: procure pisar direito se não tu não é nem candidato. Aí quando chega agora faz essa movimentação. Isso poderá dar a ele a condição de competir, mas apenas ancorado com o governo do estado ele não conseguirá garantir condições totais, porque o Flávio está vivendo a lua de mel. Por isso é hora de fazer ajustes. Daqui a um ano, no mês das convenções, o Flávio, como eu ou qualquer professor de Harvard, estará com problema de imagens. Não tenha dúvidas disso. O Edivaldo não pode ancorar no governo a reeleição dele. Vai precisar ampliar a sua aliança. São Luís terá quatro campos políticos: do governo com o prefeito, dos partidos aliados do Sarney, o campo político da esquerda, desses partidos malucos e o campo político que pode ser criado. A estratégia é ver se a gente leva ou não para o segundo turno. Primeiro eu quero saber o modelo, para depois discutir o candidato. Se a estratégia é levar para o segundo turno, então não ajuda Edivaldo. Qualquer candidato no segundo turno, tem condições de ganhar dele, como ganhou o Castelo. O primeiro turno é eleição de aprovação e o segundo de desaprovação. A chance dele é ter um turno. E se for ter um só turno, tem que juntar tudo. Aí eu vejo Bira para cá, que é interesse do governo… Como é que ganha? Não tem como. Não sei nem qual é a estratégia, e nem quero saber. Estou até falando demais… Eu não faço política com segredo. Se é um defeito, eu tenho isso. Porque eu dou a oportunidade para o interlocutor contraditar.

Eliziane Gama: “grupo Sarney morreu”

Por Clodoaldo Corrêa e Leandro Miranda

IMG-20150524-WA0013Para a deputada federal Eliziane Gama (PPS) não é correto colocar a culpa no grupo Sarney por problemas na administração da capital. Na visão da pré-candidata à prefeitura de São Luís, o grupo Sarney morreu enquanto grupo político. Em entrevista exclusiva aos Blogs Marrapá e Clodoaldo Corrêa, Eliziane fala sobre a atuação na Câmara Federal e suas pretensões nas eleições de 2016.

A deputada afirmou que o presidente da CPI da Petrobrás está segurando a votação das convocações e quebras de sigilo de figurões da política. Entre eles, estão a ex-governadora Roseana Sarney e o senador Edison Lobão. A deputada garante que já existem elementos para indiciamento destes políticos.

Considerando que a fusão entre PPS e PSB é fato consumado, Eliziane afirma que existe acordo para que o PPS comande o novo partido em São Luís e o PSB fica com o controle estadual.

Eliziane afirma que a chance de ter o PMDB em seu palanque em 2016 é zero. Para Eliziane, não fazer campanha para nenhum candidato, já será um gesto de apoio do governador Flávio Dino a todos os seus aliados candidatos.

Deputada, já praticamente findando os quatro primeiros meses do mandato, quais são as principais diferenças e quais suas impressões sobre o parlamento estadual e federal?

O parlamento federal é mais intenso na atuação nas comissões, que funcionam de uma forma muito frenética. Elas funcionam muito fortes na quarta e na quinta-feira. Eu participo de duas comissões e da CPI da Petrobrás. E ainda assim, eu não tenho conseguido tomar café, almoçar e lanchar. Aqui, as sessões são rápidas. Lá, em geral, tem três sessões ao dia. Pra mim, não senti tanto porque sempre tive uma vida muito intensa aqui também, atuando em comissões e promovendo muita audiência pública.

A senhora tem tido atuação destacada na CPI da Petrobrás. O que a CPI tem de resultado prático até o momento?

ElizianeOlho1A CPI da Petrobrás em comparação com outras é a que teve mais resultado. É a que mais buscou informações, que mais quebrou sigilos, é a mais atuante. Já estamos no meio da CPI, mas devemos prorrogar um pouco mais. Mas estamos evoluindo. Conseguimos elementos pra prisão do Fareman [ex-representante da empresa holandesa SBM Offshore] e quebramos dois sigilos bancários. Porém, poderíamos ter votado algumas convocações. Eu pedi do Palocci, do Dirceu, de todos do Maranhão. Mas ainda não foram votadas e é uma decisão do presidente da Comissão. Em linhas gerais, já temos elementos pra fazer vários indiciamentos.

Com relação aos personagens da política maranhense, já existem elementos para indiciamentos ou até pedido de prisão?

Os depoimentos do Youssef e do Paulo Roberto Costa afirmam que houve pagamento de propina para os maranhenses envolvidos: Roseana Sarney, Edison Lobão e Waldir Maranhão. Agora eu vejo que não é somente o depoimento, mas precisamos das quebras de sigilos deles. Eu pedi a convocação dos três e a quebra do sigilo. Porque, isso leva ao crime, ao local do crime. Precisamos evoluir, embora os depoimentos sejam consistentes para fazer o indiciamento. Tanto que só você ter uma lista do procurador geral da República, já vem de uma investigação e já vem com vários elementos. Não é uma coisa aleatória. Já poderíamos indiciar e remeter à Polícia Federal. Eu protocolei a convocação de todos da lista Janot e agora depende do presidente da CPI. Acredito que não aprova, porque já sinto que os figurões da política têm uma proteção dentro da própria CPI. E estamos tentando forçar a barra pelo menos para colocar na ordem do Dia. Porque quem votar contrário, tem que ter o ônus de ser contra.

Deputada, e quanto à reforma política, qual o seu posicionamento quanto a alguns temas polêmicos como o fim da coligação proporcional, voto distrital e fim da reeleição? 

Acho que a coligação proporcional precisa continuar. O voto proporcional dá representatividade partidária. O voto distrital elimina a ideologia partidária porque você vota nas pessoas. No mundo inteiro, estão correndo para o fortalecimento dos partidos, por conta dos ideais, no Brasil, estamos andando na contramão, no voto das pessoas. E vemos que, muitas vezes, pessoas com uma votação menor têm muito mais representatividade do coletivo do que figurões com grandes votações, assim como o inverso pode acontecer. Então precisamos equilibrar. O distrito elimina tudo isso. Agora, sou a favor do mandato de cinco anos sem reeleição. A eleição coincidente eu tenho reservas. Mas, é prática que na reeleição não se faz nada e praticamente se paga conta da eleição anterior. Mas quatro anos é muito pouco, acho que cinco é o ideal para um mandato minimamente necessário. Acho que precisamos de cotas para as mulheres, como necessidade provisória, com data de validade.

Como está o processo de fusão do PPS e PSB? E com a concretização, como fica o partido no Maranhão?

A fusão é um fato. Pra mim, já está consolidado e será oficializado dia 20 de junho. O PPS tem um pleito de candidatura em São Luís. E o Roberto Freire [presidente nacional do PPS] colocou isso desde o começo. Ele condiciona o controle do partido em São Luís para garantir a candidatura. Assim, o PSB comanda no estado e o PPS em São Luís. A minha afinidade com Roberto Rocha é grande. Ele é um aliado do nosso projeto e acredito que ele estará comigo.

Deputada, a senhora se apresenta como pré-candidata a prefeita de São Luís, com bons índices em pesquisas. Existe o comentário nos bastidores que poderia haver um acordo para que a senhora seja candidata a vice na chapa do prefeito Edivaldo. A senhora será candidata sob qualquer circunstância ou haveria alguma possibilidade de não ser candidata?

ElizianeOlho2Eu nunca sentei com ninguém para tratar desse assunto, nem fui interpelada por ninguém sobre isso. São ilações que surgem e vão surgir outras. Tudo isso é fruto de nossas atuações. Nas eleições estaduais, apoiamos o Flávio porque era necessário inaugurar um novo momento para a política maranhense. Eu jamais poderia carregar sobre os meus ombros a culpa por não permitir isso ao Maranhão. Hoje, temos um cenário novo com o projeto doPPS de candidatura própria e estamos determinados a isso. Mas como sou uma seguidora de Deus, eu jamais direi o “nunca” e o “sempre”, que são palavras muito perigosas. Mas a possibilidade de eu não ser candidata é irreal. Para o PPS, é prioridade nacional a candidatura em São Luís. Seria um suicídio para o nosso nome. A população quer e seria uma decepção para o povo eu não ser candidata. Só algo alheio as minhas condições humanas faria eu não ser candidata.

Nas tratativas com outros partidos, acredita que pode ter o apoio de PP, PTB e PSDB?

O PP hoje tem pré-candidata que a vereadora Rose Sales e eu tenho muito respeito por ela. É uma pessoa de índole ilibada e uma das melhores pessoas que conheci na política. Por isso, eu respeito a decisão do PP e dela. Com o PTB e o DEM existe uma possibilidade real porque os partidos estão muito próximos de uma fusão. O DEM é aliado em Brasília. A fusão dará condição de uma aliança. O PSDB tem possibilidade pela aliança nacional. Converso com Aécio Neves frequentemente. O Luís Fernando tem dito que é pré-candidato em Ribamar e por isso, espero que o caminho do PSDB seja conosco também.

E com o PMDB?

Nenhuma chance com o PMDB e não existe disposição da nossa parte. É divergente daquilo que trabalhamos. PMDB e PT não existe possibilidade pela divergência nacional.

A senhora falou da sua boa relação com a vereadora Rose Sales, que agora se apresenta como pré-candidata. Ela atua nos mesmos segmentos que são movimentos sociais, sindicais, evangélicos. Até que ponto a candidatura dela atrapalha ou “toma” parte do seu eleitorado?

Eu propus na eleição passada que a Rose fosse candidata a deputada estadual pra fazermos uma parceria, inclusive ela nos apoiou em 2010. Mas ela achou que seria melhor ser candidata a federal. Obviamente, que se ela não fosse candidata, a nossa votação no ano passado em São Luís iria aumentar muito, porque acho que, de fato, é o mesmo eleitor. Claro que tira e divide, mas o processo é democrático. Acho que a eleição será de dois turnos e, sendo assim, estaremos todos juntos no segundo turno.

O orçamento de São Luís em 2015 é de R$ 2,7 bilhões. O município gasta pouco mais que metade disso só com pessoal e o restante praticamente só dá para o custeio. Com a situação econômica desfavorável e governo federal cortando investimento, como conseguir recursos para investir na infraestrutura da cidade que tanto precisa?

ElizianeOlho3Governar São Luís é desafiador. Teremos dois desafios enormes: o da eleição e do governo, que é bem maior do que a eleição por estas condições que vocês colocam muito bem. Mas não podemos por conta disso, fazer o que vem sendo feito nos outros processos eleitorais. Você ganha a eleição, assume e diz que não faz porque não tem dinheiro. Precisa refazer o remanejamento de prioridades. Precisa enxugar. Existem secretarias que só trazem gastos. É preciso em um primeiro momento ajustar esta quantidade de secretarias. Você já tem pouco dinheiro e ainda não aplica onde deveria. A falta de prioridade é o primeiro. E precisa procurar parcerias não só com governo federal e estadual, mas com organizações internacionais e com a comunidade. Também não se pode culpabilizar e dizer que não fez porque não era aliado do governo. Jackson Lago foi o melhor prefeito do Brasil sendo adversário dos governos estadual e federal. Na Bahia, ACM Neto é oposição aos governos estadual e federal e é hoje o melhor prefeito do Brasil. Porque soube colocar prioridades e procurar parcerias. O PPS começará agora a trabalhar os cinco eixos para ouvir a população e dizer o que ela quer para a comunidade. Dizer como aplicar o recurso. Envolver a cidade. O Orçamento participativo deve ser resgatado para funcionar de verdade, envolver a cidade. Esse planejamento é que precisa acontecer em São Luís.

Deputada, a senhora falou em ouvir a comunidade, e claro, a comunidade quer tudo de melhor, e estando em suas mãos a decisão, olhando a cidade hoje, com pouco recurso, qual seria a prioridade de um eventual governo Eliziane para investir em São Luís?

Uma mãe entende dentro da sua casa a necessidade básica. A mãe não vai comprar roupa nova se a criança precisa comer três vezes ao dia. São Luís está em uma situação que precisa do básico. Um prefeito que não consegue fazer as crianças terem aulas deveria ser impeachmado. Porque não está dando o fundamental. Assim, não tem comunicação que resolva. Antes, você pegava uma pesquisa e a mobilidade urbana estava lá na frente. Hoje, está equiparado saúde, educação e violência, que não é do estado, mas o município tem sua parcela. Mas no meu entendimento, a prioridade da cidade é ter aula. A mobilidade tem que ser resolvida, embora seja um problema nacional, mas em São Luís está agravado, porque o elementar não está sendo feito. Mas o nosso carro-chefe será a educação. Boa parte dos grandes escritores brasileiros são de São Luís e precisamos resgatar este sentimento. E não vamos resgatar com o adolescente, mas na criança de 6 e 7 anos.

E na sua visão, quais os principais problemas da educação municipal? Mais professores? Melhores salários? Mais escolas? Melhorias das existentes? E como, de forma prática, resolver?

É um pouco de cada. As escolas estão insalubres e por isso a evasão aumenta. Mas precisamos de mais escolas. Temos que te escolas de tempo integral. Por isso precisamos construir novas escolas dentro do planejamento para  este modelo. E precisamos reformar as escolas existentes. No governo de Tadeu, ele reformava uma escola por mês. Precisamos ter equipe de captação de recurso e projeto eficiente para elaborar os projetos e buscar os recursos no governo federal. Te que ser eficiente para elaborar e buscar o recurso.

Como a senhora avalia o governo Edivaldo e a senhora não imagina que ele foi prejudicado pelo grupo Sarney?

Essa ideia de colocar a culpa no grupo Sarney passou. Não existe mais. O grupo Sarney morreu, enquanto grupo político. Dizer que o grupo Sarney é culpado por todos os problemas é uma tentativa de fuga que não cola mais. Como citei antes, o Jackson Lago foi o melhor prefeito do Brasil sendo oposição ao grupo Sarney. Então eu só vou ser bom se o governo me ajudar? Precisa entender que você é eleito para essa finalidade. A oposição tem que existir mesmo. E ela existe para te fazer melhor. Agora, sobre a gestão, conseguiu ser o que ninguém imaginava. Quando me pediram para apoiá-lo eu não fui porque eu vi que o plano de governo era uma peça de marketing. E ele conseguiu ser o que os piores pessimistas não previam. O governo está muito ruim e não temos dias promissores infelizmente. E digo, infelizmente, porque trás uma culpa para uma geração. O grande problema é que ele não foi o prefeito. Claro que é difícil administrar uma cidade do tamanho de São Luís com o orçamento pequeno, mas você tem que se debruçar no problema ou ver a coisa passar.

A senhora espera que o governador Flávio Dino apoie sua candidatura?

Apoiar de fazer campanha não. Vai apoiar minha candidatura como vai apoiar a Edivaldo. O governador é governador dos 217 municípios. Eu não tenho dúvida que ele vai apoiar no sentido de deixar as candidaturas à vontade. O governador deixou claro inclusive isso nos encontros que ele tem dito conosco.