Desde que foi anunciado como novo diretor da Polícia Federal, delegado Fernando Segóvia tem sofrido críticas por conta de sua relação com o ex-presidente José Sarney. Para muitos, Segóvia teria assumido para “estancar a sangria”, como delineou Romero Jucá nas conversas gravadas pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado. Um dos gravados foi inclusive o próprio Sarney.
Em entrevista ao jornal Correio Braziliense, Segóvia foi questionado sobre sua nomeação ter passado pela bênção de Sarney.
“Eu conversei com várias pessoas para entender de onde partiu a minha indicação. Eu acho que o ex-presidente Sarney até seria um dos meus algozes, que não queria que eu estivesse sentado nesta cadeira na Polícia Federal. Nos quatro anos em que eu estive no Maranhão, não tive nenhum encontro com ele. Vim conhecê-lo aqui em um congresso, em 2013 ou 2014. Quando eu cheguei ao estado, o governador era o Jackson Lago. Ao chegar no Maranhão, o doutor Luiz Fernando, que me convidou na época, me chamou para conversar e com o Leandro Daiello que era chefe da Coordenação-Geral de Polícia Fazendária, aqui em Brasília. O Daiello foi convidado para assumir São Paulo e eu, a PF no Maranhão. Aquela unidade estava com problemas de estrutura e com profissionais desmotivados. Eu aceitei como um desafio. Missão dada é missão cumprida. Foi a mesma coisa que eu falei agora”, afirmou.
Ao ser questionado sobre ter morado em uma casa de amigo de Sarney quando esteve no Maranhão, Segóvia diz que procurou uma imobiliária e pagou seus alugueis normalmente.
“Eu fiquei procurando casa quando cheguei em São Luís, em duas imobiliárias que me apresentaram. Olhei um monte de casas e, no fim, gostei de uma, assinei o contrato, paguei normalmente o boleto bancário. […] Eu já forneci até a cópia do contrato, tenho o extrato de todos os pagamentos. Isso é coisa de quem tenta me destruir, meus inimigos internos que não querem a Polícia Federal unida. Fico tranquilo”, disse.