Grupo Sarney cobra lealdade de Roberto Rocha

Blog do Garrone – O grupo Sarney demonstrou irritação com a instabilidade do senador Roberto Rocha (PSB). Nesta terça-feira (28), a coluna Estado Maior, do jornal O Estado do Maranhão, exigiu do senador o fim da política de “morde e assopra” em relação ao governador Flávio Dino.

O motivo da irritação dos sarneysistas é que no domingo Rocha fez um convite a Flávio Dino por “uma unidade em prol do Maranhão”. Os sarneysistas cobraram lealdade de Rocha, com quem contam para seu projeto de enfrentar um governador com mais de 60% de aprovação popular.

A coluna do jornal adula Roberto Rocha, afirmando que ele tem grande potencial para disputar o governo do Estado contra Flávio Dino. O cálculo por trás é que, ainda que saia derrotado no pleito, ele tem mais quatro anos de mandato como senador.

O Estado esquece apenas de frisar que o parlamentar segue isolado em seu projeto político de governar o Maranhão, inclusive sem apoio de nomes importes do PSB do Maranhão, como o deputado federal José Reinaldo Tavares e o estadual Bira do Pindaré, que já declararam apoio irrestrito a Dino em 2018.

A coluna Estado Maior diz que Rocha estaria esperando um “chamamento comunista” e por isso ainda não articulou apoios para 2018. No entanto, é provável que o senador esteja repensando sua estratégia solitária.

Atualmente, o projeto liderado por Dino é bem visto tanto pela classe política quanto pela população. Ao se opor essa conjuntura exitosa que Flávio Dino encabeça, Roberto Rocha estaria marchando em sentido contrário, inclusive aos anseios da ampla maioria do eleitorado.

O caminho do grupo Sarney e as pesquisas nas eleições 2016

sarneyO grupo Sarney segue utilizando as armas que possui para derrotar o grupo do governador Flávio Dino nas eleições de 2016 e construir um caminho sólido para retornarem ao poder também a nível estadual. Em São Luís, eles seguem a trama com candidatos diferentes.

Primeiro, o grupo tentou seduzir Eliziane Gama (PPS) e tomar a popular-socialista como sua candidata. Como Eliziane fincou bandeira ao lado de Flávio Dino, perdeu o interesse do Clã. Depois, assumiu definitivamente o candidato Wellington do Curso (PP) como seu nome no jogo. A ex-governadora Roseana Sarney defendia o nome de Wellington como candidato oficial do Clã ainda na pré-campanha.

E o grupo utilizou os dois institutos a seu serviço para reforçar a candidatura de Wellington. Escutec e Ibope sempre com números estranhos favoráveis a Wellington, divergiam muito dos números de outros institutos e das pesquisas de acompanhamento. Wellington inflacionado na penúltima pesquisa Ibope colocava o candidato cravado no segundo turno.

O episódio mais estranho já mencionado por este Blog ocorreu na última pesquisa do Ibope. Eduardo Braide (PMN) precisava de 5% na pesquisa para participar do debate da TV Mirante, segundo as regras da emissora. A “onda” de Braide ainda não havia começado, e em nenhuma pesquisa ele estava com cinco pontos na época. Mas, estranhamente, saltou de 3 para 5 pontos. Exatamente o que precisava para participar do debate.

A intenção era somente fazer com que Braide garantisse o segundo turno entre Edivaldo e Wellington, já que era fato que naquele momento Edivaldo levaria no primeiro turno. Mas com a surpresa da virada de Braide, o Clã abraçou a candidatura de alguém que tem a cara do grupo, com uma família com ligações históricas com os Sarneys.

O empresário Fernando Sarney chamou todos os diretores do Sistema Mirante na semana passada para uma reunião onde determinou que o arsenal de comunicação iria atirar ainda mais forte contra governo do Estado e prefeitura de São Luís. E os veículos deveriam dar destaque ao candidato Eduardo Braide.

Agora, o instituto Escutec, sempre utilizado pelo grupo Sarney, fez uma pesquisa com Eduardo Braide à frente de Edivaldo. Detalhe é que a variação ocorreu dentro da margem de erro. onde fica mais fácil justificar o possível “erro”.

E assim eles seguirão..

Sarney impõe derrota humilhante a Flávio Dino e Roberto Rocha em Imperatriz

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Assis vence em Imperatriz. Grupo Sarney ri à toa

Foi emblemática a eleição de Imperatriz. A cidade que nos últimos anos foi a mais anti-Sarney do Maranhão, deu a maior vitória do Clã nestas eleições municipais. Assis Ramos (PMDB) foi eleito contrariando todos os prognósticos. Em uma virada impressionante, venceu os dois favoritos: Rosângela Curado (PDT), a candidata de Flávio Dino, e Ildon Marques (PSB), o candidato de Roberto Rocha.

Os dois nomes que devem polarizar a disputa do governo estadual em 2018, sofreram um revés e tanto na segunda maior cidade do Maranhão. O candidato sarneysta venceu com 38.712 votos os candidatos que estão há mais tempo em campanha.

A proposta de novidade de Assis, associada a um clamor por jovialidade e segurança pública, fez com que o eleitor preferisse o “cherifão” aos dois candidatos mais desgastados.

A derrota deve ser de lição tanto para Roberto Rocha se repensar politicamente, já que foi humilhado em São Luís, Imperatriz e Balsas, quanto para o governador Flávio Dino.

Primeiro, Flávio poderia ter sido mais enfático ao impor a candidatura de Marco Aurélio, que teria muito mais chance. Mas uma vez que a candidata foi Rosângela, deveria ter agido rápido para aglutinar o PCdoB e todas as forças políticas em torno da sua candidata. Tudo bem que Rosângela tem os mesmos problemas de apresentação de Eliziane Gama em São Luís, mas algo que poderia ser solucionado com correção de rumos. O governo deve avaliar por que as ações não foram sentidas em Imperatriz? Por que a ideia do trabalho unificado entre governo e prefeitura não foi assimilada pela população como foi pela maioria em São Luís, por exemplo?

Situação que merece muita reflexão. E o governo tem dois anos para colocar a casa em ordem na capital do sul.

O isolamento que Roberto Rocha criou para si

robertorochaisoladoA afobação do senador em Roberto Rocha (PSB) para sentar na cadeira de governador do Estado em 2019 fez com que ele acabasse criando um isolamento na classe política. Os movimentos de Roberto para criar em torno de si um grupo para concorrer às eleições de governador se mostraram equivocados. Não conseguiu atrair para seu projeto nem políticos do grupo do governador Flávio Dino que estão insatisfeitos se sentindo desprestigiados.

O único movimento com razoável sucesso de Roberto até agora foi a filiação do sarneysta Ildon Marques para ser candidato a prefeito de Imperatriz. Mas criou um grande problema com desfiliações em massa no município. Ainda assim, mesmo lideranças as pesquisas, Ildon tem muitos problemas que podem torná-lo inelegível e se os pré-candidatos Rosângela Curado, Marco Aurélio e Pastor Porto se unirem, certamente vencem a eleição.

Roberto negou apoio a Edivaldo Holanda Júnior em São Luís e até ao deputado Bira do Pindaré, que é do seu partido. Tudo por conta da lealdade dos dois ao governador. Fez mais um movimento separatista abrupto e tentou filiar a deputada Eliziane Gama ao PSB, para ser sua candidata e esperar a retribuição em 2018. Não conseguiu. O senador com este lance afastou nomes importantes da política do Maranhão, como Zé Reinaldo e Carlos Brandão. Além do plano falhar, criou uma guerra com lideranças do PSB no Estado e a antipatia da militância do partido.

O pior foi que o senador perdeu totalmente a confiança do prefeito de São Luís, que não esperou mais. Edivaldo exonerou o indicado de Roberto da secretaria de Agricultura, pesca e Abastecimento. E por último, viu seu desafeto Gastão Vieira aderir ao prefeito Edivaldo e ainda garantir a presidência do FNDE. Gastão move ação contra Roberto na Justiça Eleitoral por irregularidades nas contas do socialista.

Assim, Roberto conseguiu em pouco mais de um ano de mandato ser isolado junto ao governo estadual, à prefeitura de São Luís, ao seu próprio partido e visto até com desconfiança pelos caciques do grupo Sarney, onde poderia fazer alianças.

Levi diz que sarneystas por oportunismo barato aproveitam a baixa popularidade de Dilma

leviO deputado Levi Pontes (PCdoB) elogiou, na sessão desta quarta-feira (30), a posição defendida pelo governador Flávio Dino em favor da manutenção do mandato da presidente Dilma Rousseff. “Eu fico muito feliz com o posicionamento jurídico, constitucional do governador, que também deve ser respeitado por todos nós”, afirmou o deputado.

Ele questionou a postura de deputados da bancada de oposição na Assembleia Legislativa, que tentam desgastar o Governo Flávio Dino.

“Para mim, a maior injustiça cometida contra o governador Flávio Dino é a incompreensão dos elevados motivos de sua defesa da lei e da Constituição, quando ele fala sobre a hipótese de afastamento da presidente da República, e o oportunismo barato de quem se aproveita da baixa popularidade da presidente para atingir alguém que apenas expressa a sua coerência com argumentos jurídicos, extremamente pertinentes”, assinalou Levi Pontes.

Ele acrescentou que o governador Flávio Dino clama por legalidade no momento de paixões elevadas do mais alto grau de temperatura.

“As considerações do governador, um jurista que é, que passou em primeiro lugar no concurso nacional, superando o famoso juiz Sérgio Moro, podem e devem ser enfrentadas à luz da ciência e do direito, nunca pelo rebaixamento do achismo e da vingança mesquinha.  Então, nós temos, sim, que homenagear a grandeza de espírito, as decisões de um homem público que não apela para o populismo barato, porque é isso, sim, que leva um governante a colocar o seu estado em problemas graves, financeiros e políticos”, declarou Levi Pontes.

Política maranhense em notas

Bloco da oposição melou

andrearobertoNão saiu o Blocão da oposição na Assembleia legislativa. Com a briga de foice entre Andrea Murad e Adriano Sarney pelo comando do Bloco, a maioria do PMDB decidiu não entrar na barca furada. O líder do PMDB na Assembleia, Roberto Costa, afirmou que o partido irá formar bloco apenas com o PROS. O motivo, segundo Costa, não seria a desavença, mas uma questão técnica para indicação de membros na Mesa e nas comissões.

Dobradinha e racha

A definição do Bloco do PMDB de hoje deixou duas situações expostas: a briga dentro do Clã Sarney protagonizada pelos herdeiros e a aliança – ainda que circunstancial – entre Andrea Murad e Roberto Costa, antes rivais ferrenhos na Assembleia. Como este Blog já tratou, Roseana quer diminuir o poder Sarney Filho e Adriano Sarney. Para tal, alia-se com Ricardo Murad e sua filha. De quebra, interessado no jogo, Roberto Costa se une, circunstancialmente a Andrea. Complicado? Mas existem mais meandros nesta teia que logo serão revelados.

Leitoa tenta tomar liderança do Blocão

rafaelleitoaApesar do governador Flávio Dino ter dito que gostaria da continuidade de seus dois líderes (Rogério Cafeteira como líder do governo e Eduardo Braide como líder do Blocão), o pedetista Rafael Leitoa se articula para tomar o posto. A articulação é para que o novo Blocão seja composto por PDT, PCdoB, PSDB, PEN, PRB, PSL, PT, PTdoB, PTC, Solidariedade, PMN, PSDC. Leitoa não pode esquecer que ele é suplente. Bira do Pindaré retorna até o final de março para o cargo e tira Fernando Furtado. Aí, basta Neto Evangelista retornar, que Leitoa dança.

Jurandy Theophilo vence eleição da AJE

DSCN0128_chapa_vitoria_1A chapa Atualiza, encabeçada por Jurandy Theophilo, venceu as eleições de mandato 2016/2018, para a diretoria da Associação dos Jovens Empresários do Maranhão (AJE-MA). O grupo saiu vitorioso sobre a chapa Somos Todos AJE, liderada por Jaqueline Moucherek, em pleito ocorrido durante a última sexta-feira (29), na sede da Associação Comercial do Maranhão (ACM-MA). O placar contabilizou 67 votos contra 60 vencidos, e apenas um voto nulo, totalizando 128 votantes entre 132 eleitores aptos a participarem.

Zé Reinaldo diz uma coisa e depois desdiz

zereinaldoE mais uma vez o ex-governador Zé Reinaldo fala ou escreve uma coisa e depois desdiz. O titular deste Blog estava presente quando o ex-governador em uma conversa com jornalistas falou que estava praticamente fora do PSB e que ainda estava analisando uma nova legenda para se filiar. O deputado federal disse apenas que existia ainda uma pequena possibilidade de continuar. Depois, foi a O Estado do Maranhão e disse que foi “invenção”. Na mesma conversa com jornalistas na sexta-feira (29), Zé Reinaldo também afirmou que seu apoio a Eliziane Gama é irreversível. Ou seja, como o PSB deverá ter candidatura própria, deverá buscar outro caminho. Ora bolas!

Número de homicídios cai 25%

O mês de janeiro de 2016 apresentou queda de 25% no número de homicídios registrados na Região Metropolitana de São Luís em comparação ao mesmo período do ano passado. De acordo com dados do relatório mensal elaborado pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP-MA), enquanto em 2015 foram 84 ocorrências desse tipo, janeiro teve uma diminuição para 63, número que em 2014 foi de 87 homicídios. Considerando o número crescente que o estado apresentou nos últimos dez anos, quando a taxa de homicídio cresceu 330%, segundo o Ministério da Justiça, a queda observada na região metropolitana é expressiva.

Em entrevista à Globo News, Flávio Dino rechaça acordo com grupo Sarney

O governador Flávio Dino concedeu entrevista ao programa Diálogos com Mário Sergio Conti, na Globo News. Chamou atenção o questionamento de Márcio a Flávio sobre a possibilidade de um diálogo ou um apoio do grupo Sarney. Flávio respondeu colocando o grupo no seu lugar de oposição. 

“Eles, muito entranhados à máquina pública. privilégios historicamente acumulados, aquela cultura patrimonialista, apropriação de recursos públicos para fins privados. Então, é muito difícil que uma casta, um estamento acostumado a certos privilégios, considerem que outros atores se coloquem à frente da máquina pública, legitimados pelo voto popular. A reação muito agudo, muito agressiva sobre nosso. A principal defesa, perspectiva que apresentamos é trabalho”, avaliou.

Flávio, inclusive, acha bom ter oposição. “Respeito as vozes discordantes. Em um certo sentido, ajuda o governo. Compreendo que eles tiveram seu papel no estado. Agora, o estado cansou. Essa assimetria entre estado rico e povo pobre é que conduziu a este movimento vitorioso”.

Veja a entrevista na íntegra:

 

Mídia sarneysta ataca Polícia Federal

Blog do Jorge Vieira

Polícia Federal: uma das instituições de maior credibilidade do país é posta em xeque pela mídia sarneysta

Polícia Federal: uma das instituições de maior credibilidade do país é posta em xeque pela mídia sarneysta

Inconformada com os furos que estão levando diariamente de parte da imprensa que teve acesso ao relatório da Polícia Federal, que investigou e constatou desvio bilionário na secretaria de Saúde do Estado, no período compreendido entre 2010 e 2013, a mídia sarneysista resolveu abrir fogo contra os delegados que apontaram o ex-secretário Ricardo Murad como chefe da organização criminosa que “meteu a mão” em R$ 1,2 bilhão destinado à saúde pública do Maranhão.

Chegam ao absurdo de cobrar explicações dos agentes federais sobre os procedimentos que levaram a instituição a investigar apenas as duas últimas gestão da ex-governadora Roseana Sarney, quando os próprios delegados encarregados da apuração dos fatos afirmaram em coletiva de imprensa que a PF passou se interessa pela secretaria de Saúde, após ser alertada pelo Banco Central sobre movimentação financeira estranha nas contas das empresas contratadas sem licitação por Ricardo Murad para tomar conta dos hospitais do Estado.

Acusam os delegados federais de aturem sob orientação política do governador Flávio Dino, mesmo sabendo trata-se de uma instituição séria que atua na defesa dos interesses do país, ajudando a retirar da vida pública políticos corruptos, tipo José Dirceu, Delcídio do Amaral, Ricardo Murad, entre tantos outros. Mas a mídia do Sarney, como sempre, tenta inverter os fatos na vã esperança de transformar bandido em mocinho, ainda que a população do Estado conheça bem o personagem em questão.

A bem da verdade, o esperneio da mídia sarneysista tem como única finalidade tentar desacreditar a investigação que descobriu o maior escândalo de corrupção da história do Maranhão e transformar Ricardo Murad e sua gangue em supostas vítimas de perseguição política, ou seja, usam velha e surrada táctica do ladrão que rouba e sai gritando pega ladrão.

Nova tentativa do grupo Sarney de constranger o Judiciário

Blog do John Cutrim

tjmaO aparato de (des)informação do grupo Sarney tentar mais uma vez constranger o Judiciário maranhense. Desta vez, o alvo foi o juiz João Rocha, depois da decisão de um direito de resposta contra O Estado do Maranhão. O jornal da família Sarney afirma que representará ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra João Rocha.

A reportagem afirma que o magistrado não poderia ter julgado o direito de resposta por ser irmão de Almicar Rocha, comissionado do governo em Barreirinhas, embora em nenhum momento a matéria demonstre como isto poderia ter interferido no julgamento ou apresente qualquer dispositivo vedando o trabalho do juiz João Rocha.

Em abril deste ano a mídia sarneyzista fez acusações contra o juiz Clésio Coelho Cunha. Depois de expressar opiniões pessoais sobre a presidente Dilma Rousseff e sobre o governador Flávio Dino em uma rede social, foram feitas várias críticas pelo magistrado ter que julgar uma ação sobre a licitação de Oscips realizada pelo governo do Estado.

Na época, o constrangimento levou o magistrado a excluir a conta e, respectivamente, as postagens da rede social.

Rogério Cafeteira diz que Ricardo Murad usou a SES para fazer política

Por Clodoaldo Corrêa e Leandro Miranda

IMG-20150404-WA0029Único herdeiro político do ex-senador Epitácio Cafeteira (PTB), um dos maiores nomes da política maranhense, o sobrinho Rogério Cafeteira (PSC), passou de deputado de poucas palavras da legislatura passada a líder do governo e centro dos holofotes na Assembleia Legislativa (para o bem e para o mal). No centro da discussão, Rogério concedeu entrevista exclusiva aos Blogs Marrapá e Clodoaldo Corrêa, onde fala sobre a saída do grupo Sarney, o peso do nome Cafeteira e sua perspectiva de futuro político.

Cafeteira foi duro com os ex-aliados. Fez duras críticas ao ex-secretário de Saúde, Ricardo Murad, afirmando categoricamente que o pai da deputada Andrea Murad (PMDB) usou politicamente a SES para fazer política, inclusive, invadindo bases eleitorais de deputados aliados do governo Roseana. Para ele, o cunhado da governadora foi quem mais prejudicou a ex-governadora do Maranhão.

Rogério afirmou que a liderança de governo foi oferecida diretamente pelo governador e não era seu objetivo inicial. Ele credita às relações que construiu na Assembleia e principalmente a Marcelo Tavares (PSB) a escolha de seu nome como líder do governo. Cafeteira disse que nunca teve relações muito próximas com o governo Roseana.

 

Como é levar o legado do nome do ex-senador Epitácio Cafeteira (PTB) e quais são as suas perspectivas políticas?

Acho que me facilitou muito essa questão do nome. Foi a maior herança que eu poderia ter dele: o nome. E o aprendizado que eu tive em todo esse tempo com ele. Sempre foi uma relação de pai e filho desde muito pequeno. Sempre admirei muito o senador Cafeteira politicamente. No que diz respeito ao futuro, o sonho que eu tenho em política… Geralmente as pessoas têm o sonho de executivo, mas o sonho que tenho é de um dia ser senador e ocupar o mesmo gabinete que o Cafeteira ocupou lá. Sou uma pessoa de sorte, portanto não é uma coisa que tenho como fixação, mas pela sorte que tenho é possível que um dia eu chegue lá.

E o senhor deseja concorrer ao Senado já para a próxima eleição?

A minha preocupação maior, atualmente, é desempenhar bem o papel de liderança do governo, honrando o nome que o Cafeteira me deu. Não existe um projeto que me leve a disputar para o Senado em 2018, mas é um sonho que eu teria. O governador Flávio Dino me deu uma oportunidade que eu vou ser eternamente grato. O governador chegou com um respaldo popular muito grande, onde ele poderia ter convidado qualquer deputado estadual para ser líder do governo, e ele me deu a honra, uma oportunidade de crescer na política junto com ele. Eu poderia ter pleiteado qualquer outro espaço na eleição para a presidência da Assembleia Legislativa, mas acho que a oportunidade de representar o governo é única. Vejo no Flávio algumas semelhanças com a época em que o Cafeteira foi governador e isso me motiva muito.

OlhoRogerio3Como foi o processo que culminou na sua escolha para a liderança do governo na Assembleia?

Sempre tive uma relação muito boa com o grupo de oposição ao governo Roseana Sarney. Tinha algumas convicções e algumas simpatias que não poderiam ser mudadas por causa de compromissos firmados anteriormente. Não ficaria bem ter mudado de lado [durante o processo eleitoral]. Tenho várias queixas do governo passado, mas não seria justo reclamar no fim do governo. Se eu tivesse que ter falado, eu deveria ter falado na época em que me senti prejudicado. Então, eu segui meu caminho e acho que construí um nome dentro da Assembleia muito fundamentado nos compromissos que assumi lá dentro. Talvez seja isso que fez com que meu nome fosse lembrado e, imagino, que por alguns colegas de parlamento, que devem ter sugerido ao governador Flávio. Sinceramente, eu não sei como foi feita essa escolha. O Marcelo [Tavares], pouco antes, tinha me questionado discretamente se eu aceitaria o posto, participar da base, mas nunca foi algo objetivo. Nesse período, pensei em fazer um bloco e atuar de forma mais independente, mas na dinâmica da política as coisas ocorreram de outra forma e eu fico muito lisonjeado, envaidecido, com o convite. É um risco que merecia ser corrido, pois o governo Flávio Dino vai marcar uma época no Maranhão.

E nesses três meses de liderança, houve algum tipo de resistência da base ao seu nome?

Dentro do grupo houve e ainda há certo ciúme, pois, numa análise, um deputado eleito na base de apoio do Flávio Dino pode imaginar o seguinte ‘poxa, eu estive aqui do lado, no combate, na oposição, com sacrifícios e depois da eleição vem o deputado Rogério Cafeteira, que fez campanha para o outro lado, em outro grupo político, e assume a liderança’. É natural, mas com o convívio vão me entender e aceitar cada vez mais. Para falar a verdade, entre os deputados, não sinto nenhum questionamento ou resistência. Fui acolhido de uma forma maravilhosa. Os resquícios são de alguns deputados da base da Roseana que migraram para a base do governador Flávio.

E a postura da atual oposição, como você avalia?

Olhorogerio2A oposição passada era extremamente qualificada e preparada. Neste primeiro momento, à base de oposição ao governo Flávio Dino falta se articular, falta embasamento e falta credibilidade. Eu tenho uma relação pessoal boa com a deputada Andrea Murad, mas quando você bota uma filha para defender um pai começa a questão familiar. O amor de uma filha por um pai é incondicional. Dentro de casa, na hora que a gente senta para almoçar ou tomar café, os nossos pais só contam o que eles fazem de bom. O que fazem de ruim eles não contam pra gente. Então, à oposição atual falta qualificação e falta um pouco de credibilidade. A Andrea Murad, por exemplo, bate muito na tecla da saúde, fica envaidecida quando se fala que houve uma evolução na Saúde. Eu até concordo, mas nós temos que ver a que custo teve isso. O ex-secretário Ricardo Murad foi quem mais prejudicou o governo Roseana e é quem mais vai nos dar problemas, por ter criado uma estrutura que nãos e financia, em desacordo total com as normas do governo federal. A atual oposição se baseia em factoides, amparados por um grande poder de mídia, que acabam não se sustentando por muito tempo.

Em dois dos confrontos com Andrea Murad na Assembleia Legislativa, o senhor fez relação a fatos que teriam ocorrido nas cidades de São João dos Patos e Miranda do Norte na véspera das eleições passadas. O que ocorreu nestas cidades?

O que de fato aconteceu é que o Ricardo Murad usou politicamente a Secretaria de Saúde do Maranhão para invadir bases eleitorais de vários candidatos a deputados da base do governo anterior. Atacou os companheiros. Quando eu falei de São João dos Patos, é porque foi desta forma que a deputada Andrea foi lá. Ele usou a estrutura da Secretaria de Saúde, através de convênios, para levar a Andrea a ser votada lá. Em Miranda, igualmente. A Andrea, levianamente, sugeriu da tribuna que eu tinha mandado recursos pra lá e não fui votado. Ao contrário, eu fui votado duas vezes lá. Eu não tive a quantidade de votos da deputada Andrea por não ter um pai secretário. Basta comparar a quantidade de recursos mandados por ele e por mim. Este fator determinou a votação. Dei, inclusive o exemplo de Passagem Franca, onde tive quatro mil votos na eleição de 2010 contra 89 do pleito passado. Essa questão da deputada Andreia é isso: foi usada a máquina da Secretaria de Saúde para fazer campanha e tomar as bases dos seus companheiros, tanto que o deputado Hélio Soares não é hoje deputado por causa do Ricardo Murad, que tomou várias das bases dele.

Houve algum tipo de retaliação após a sua decisão de romper com o grupo Sarney e integrar a base do governo Flávio?

OlhoRogerio1Não! Essa cobrança não seria justa com nenhum deputado que deu sustentação à base da ex-governadora Roseana. Nenhum! Um exemplo é o Roberto Costa, que tinha grande proximidade e influência, participando do governo. A ex-governadora encerrou a carreira política dela. No momento em que fez isso, ela desobrigou a todos que faziam parte da base de ter que seguir num projeto que não existe. Qual o projeto que o grupo Sarney tem de poder hoje? O grupo está sem liderança, não tem nome para a disputa pela Prefeitura de São Luís; não tem nomes para a disputa pelo Governo, para as duas vagas de senador daqui a quatro anos. A Roseana encerrou o ciclo do grupo Sarney no Maranhão, deixando cada um livre para procurar o seu caminho. Os caminhos hoje são dois: aderir ao grupo do Flávio ou construir uma nova via, que é difícil quando não há uma liderança para conduzir este processo. A própria oposição na Assembleia é acéfala. Eles não se entendem pela falta de um projeto.

E os seus planos para o PSC?

Há dez dias eu tive em Brasília para conversar sobre uma nova composição de forças dentro do PSC. Não é correto eu e o deputado Léo Cunha termos mandato, mas não termos nenhuma ascendência dentro do partido. Nós estamos trabalhando uma nova composição. Eu só aceito uma composição dentro do PSC com a garantia de que continuaremos dentro da base do governo Flávio Dino nos próximos quatro anos. Outro tipo de composição é impensável…

E as suas perspectivas em relação ao novo momento da política maranhense?

O governo começou com uma pauta extremamente favorável, positiva, como a questão do Mais IDH, CHN Jovem, cortes milionários de custeio, combate à corrupção, transparência, valorização dos servidores públicos, contratação de novos policiais etc. Mas o que vejo de mais positivo no novo governo é a força de trabalho, a competência e o fato dele estar bem intencionado. E o que vejo no Flávio é a vontade de fazer o Maranhão avançar, superar deficiências históricas, possibilitando, assim uma guinada na vida da nossa gente. O Mais IDH não vai mudar a realidade, apenas, do cidadão que mora nos municípios mais pobres. Vai mudar a nossa vida, pois quando você sai do Maranhão, desembarca em outro estado e pega um taxi no aeroporto, quando fala que é do Maranhão, ouve os piores dos comentários. Daqui a dois anos, eu tenho convicção disso, quando sair o ranking do IDH, o Maranhão vai ter melhorado, influenciando na autoestima de todos nós.