Cunha coloca Roseana no fogo e irrita Sarney

Sarney se queixa de Cunha querer puxar peemedebistas para centro da Lava-JatoAs declarações do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, sobre uma suposta demora em processos da Lava-Jato que não o seu têm irritado não só deputados e senadores que tentam se desviar dos holofotes.

Uma das figuras que tem reclamado desse “abraço de afogado” é o ex-presidente José Sarney.

Com a filha, Roseana, sendo investigada no esquema, o cacique aposentado acredita que a estratégia só afasta Cunha de os setores mais tradicionais do PMDB.

Da Coluna Radar Online, da Revista Veja.

Da bancada maranhense, apenas Zé Carlos assinou pedido de cassação de Eduardo Cunha

Zé Carlos foi o único maranhense a pedir a cassação de Cunha

Zé Carlos foi o único maranhense a pedir a cassação de Cunha

Um grupo de deputados pediu no Conselho de Ética a cassação de Eduardo Cunha por quebra de decoro parlamentar. No plenário, deputados que pediram a abertura de processo contra Eduardo Cunha no Conselho de Ética por suposta quebra de decoro parlamentar, cobraram explicações. Alguns deputados do PT, PSOL, Rede, e até um do PMDB assinaram o pedido.

Entre os 18 deputados do Maranhão, apenas o deputado Zé Carlos (PT) assinou. Nem a deputada Eliziane Gama (Rede) assinou o pedido, apesar de seu novo partido – e o antigo também – ser a favor da cassação do presidente da Câmara Federal.

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Eliziane não endossa pedido de cassação de Cunha

“A sensação que fica é que a omissão de alguns partidos não é casual. Ela é omissão interessada e isso é muito ruim para o Brasil”, diz o deputado Alessandro Molon (REede-RJ). A companheira de partido parece não ter o mesmo pensamento.

Veja a lista:

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PT vai pedir prisão de Cunha se ele abrir processo de impeachment

Por Congresso em Foco |

Ministro da Justiça acredita que deputado terá cometido crime de desobediência ao STF caso decida sobre pedidos de impedimento. Peemedebista queria viabilizar ação oposicionista contra Dilma.

E.-CunhaSetores do PT estão decididos a pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na hipótese de que ele avalize a abertura de algum processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Segundo o blog do jornalista Fernando Rodrigues, petistas consideram que uma decisão de Cunha nesse sentido seria desrespeito às três decisões, proferidas nesta terça-feira (13), de ministros da corte sobre o rito de análise desse tipo de matéria.

Segundo o blog, a opinião de parlamentares e advogados do PT é que a ministra do STF Rosa Weber, responsável por duas das decisões favoráveis ao governo, proibiu Cunha de formalizar qualquer decisão sobre pedidos de impeachment, inclusive determinar início da tramitação para qualquer um deles. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, compartilha desse entendimento, informa o veículo online.

Ainda segundo o blog, o autor da tese sobre a possibilidade de prisão é o deputado Wadih Damous (PT-RJ). Ex-presidente da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro, Wadih foi um dos governistas que apresentaram os mandados de segurança acatados pelo STF. Segundo o petista, qualquer eventual ação referente a impeachment pode ensejar pedido de prisão de Cunha, já fragilizado por acusações de desvio de dinheiro em contas na Suíça e, em consequência disso, alvo de denúncias no Conselho de Ética da Câmara.

“Se houver, por parte do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, desobediência a decisão judicial, no caso, à ordem da Suprema Corte Brasileira, ele torna-se passível de prisão por desobediência. Eu entendo que a base aliada deveria entrar com um pedido de prisão, caso – e eu espero e tenho certeza de que não ocorrerá – ocorra a desobediência”, declarou o deputado ao blog de Fernando Rodrigues.

Na reposta ao mandado de segurança ajuizado por Wadih, a ministra Rosa Weber determina que “a autoridade reclamada [Eduardo Cunha] se abstenha de receber, analisar ou decidir qualquer denúncia ou recurso contra a decisão de indeferimento de denúncia de crime de responsabilidade contra presidente da República” (leia a íntegra da decisão).

Estratégia

Os despachos do STF impediram um procedimento, supostamente combinado entre Cunha e a oposição, que consiste no arquivamento de um dos pedidos de afastamento presidencial e, ato contínuo, a apresentação de recurso contra a decisão de Cunha por um deputado oposicionista – provavelmente o líder do DEM na Casa, Mendonça Filho (PE), que formulou questão de ordem, em 15 de setembro, sobre que tipo de tramitação teria a matéria.

Segundo o procedimento pró-impeachment, o recurso levaria o pedido de afastamento de Dilma à votação em plenário, com possibilidade de aprovação em maioria simples (metade mais um dos deputados presentes à votação). Mas, segundo a Lei 1.079/1950, que versa sobre crime de responsabilidade de presidentes da República, são necessários dois terços (342 deputados) para que tal matéria tenha consecução na Câmara, desde que o presidente da Casa assim o autorize. Além disso, a Lei 1.079 não prevê recurso ao plenário caso demandas por impedimento sejam negadas.

Mais cedo, Cunha declarou que as decisões do STF não têm influência no encaminhamento “técnico” que ele diz resguardar para os pedidos de afastamento de Dilma. “Isso [decisões] não vai interferir no trabalho. Ao meu papel, cabe deferir ou indeferir, e esse papel não está em questão. O que está tratando ali é de rito futuro; tenho que pensar no rito presente. A prerrogativa da minha decisão é constitucional”, observou o deputado.

Arquivamento

Na tarde desta terça-feira (13), Cunha arquivou mais cinco pedidos de impeachment protocolados na Câmara contra Dilma. Em 17 de julho, quando o deputado anunciou seu rompimento com o governo, o Congresso em Foco revelou em primeira mão que, poucas horas depois, 11 ofícios de impeachment haviam sido despachados pelo deputado, em uma demonstração clara de sua postura como oposicionista.

Desde então, diversos pedidos de impedimento presidencial têm sido apresentados à Câmara, por iniciativa de cidadãos e entidades de diferentes regiões do país. A maioria deles é sumariamente arquivada por inadequação formal ou falta de fundamentação jurídica.

O pedido que está em discussão é o pedido de impeachment elaborado pelos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior. O texto já sofreu acréscimo de redação, e deverá ser novamente aditado, depois de informações do Ministério Público sobre a recorrência de problemas que levaram à rejeição, pelo Tribunal de Contas da União, das contas de Dilma referentes a 2014. Mas o governo já avisou que recorrerá ao STF também contra esses aditamentos, com o argumento de que eles não têm previsão legal.

PSOL e Rede entram com pedido de cassação de Cunha no Conselho de Ética

De acordo com Alencar, Cunha quebrou o decoro ao mentir sobre a existência das contas quando depôs na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras.

cunhaConforme já havia antecipado, o PSOL entrou hoje (13) no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados com um pedido de cassação do mandato do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por quebra de decoro parlamentar. O pedido foi endossado pela Rede e assinado por cerca de 50 parlamentares de sete partidos (PSOL, Rede, PT, PSB, Pros, PPS e PMDB).
No pedido, o partido toma como base um documento encaminhado na semana passada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que atesta como verdadeiras as informações de que Cunha e familiares têm contas na Suíça e que, supostamente, teriam recebido dinheiro fruto do pagamento de propina em contratos da Petrobras investigados na Operação Lava Jato.
“Ficou patente, com indícios robustos, com a investigação assumida pelo Ministério Público, que o deputado Eduardo Cunha afrontou a Constituição e o Código de Ética e decoro parlamentar, no mínimo, por utilizar o cargo para obter vantagens indevidas e não prestar as informações obrigatórias para parlamentar”, disse o líder do PSOL, Chico Alencar (RJ).
De acordo com Alencar, Cunha quebrou o decoro ao mentir sobre a existência das contas quando depôs na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. O PSOL diz que reuniu na peça um conjunto probatório de evidências contra Cunha e anexou cerca de 100 páginas com as informações recebidas da PGR, depoimentos de delatores da Lava Jato que citam Eduardo Cunha e matérias veiculadas na imprensa.
O partido também usa como argumento para a quebra de decoro a denúncia da PGR ao Supremo, segundo a qual Cunha cometeu os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. “Mentiu e praticou corrupção passiva e também lavagem de dinheiro, como indica a PGR. Outras investigações em curso falam também em evasão de divisas a sonegação fiscal. Portanto, o conjunto da obra é muito perverso, ainda mais na função que [Eduardo Cunha] ocupa e na qual insiste em permanecer”, acrescentou o PSOL.
Para o líder da Rede, Alessandro Molon (RJ), o comportamento de Cunha é impróprio e incompatível com sua permanência na presidência da Câmara. “No nosso entendimento, está configurada a quebra de decoro pelo presidente da Casa, e o processo precisa ser aberto. Pelas informações que se tem, já é possível dizer que o deputado não pode mais permanecer na presidência e que seu mandato precisa ser cassado”, afirmou.
O presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PSD-BA), informou que, após encaminhar a representação da Mesa Diretora, será aberto o prazo de três sessões deliberativas (ordinárias e extraordinárias) para que o documento retorne ao conselho. A partir daí, será realizado um sorteio para escolher três parlamentares para relatar o caso, que não podem do estado nem do partido de Cunha. Caberá a Araújo escolher um dos três para ser o relator da representação.
O líder do PSOL disse que Cunha está usando o cargo de presidente da Câmara para se proteger e manifestou preocupação com a possibilidade de ser indicado algum aliado de Cunha que “procrastine” o processo. “O corporativismo é forte”, afirmou Alencar.
O PT foi o partido com maior número de assinaturas no pedido de abertura de processo de cassação: mais de 30 deputados. O vice-líder do partido, Henrique Fontana (RS), acusou a oposição, especialmente o PSDB e o DEM, de “jogar para plateia”, ao defender o afastamento de Cunha, mas não assinar a representação.
Segundo Fontana, a oposição está tentando proteger Cunha para barganhar uma possível abertura de processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. “Estão jogando para a plateia, protegendo o Eduardo Cunha, porque querem fazer disso uma moeda para cassar, através de um golpe e no tapetão, um mandato que eles não ganharam nas urnas.”

PMDB em chamas: Jarbas chama Cunha de doente e psicopata

Congresso em Foco

‘Cunha é doente, psicopata, um cínico’, diz Jarbas Vasconcelos. Um dos fundadores do PMDB, deputado diz que a oposição faz uma aliança enganosa com Cunha para viabilizar o impeachment de Dilma: “É o sujo achando que vai ajudar a afastar a mal lavada”

O ex-senador e deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE)

O ex-senador e deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE)

Um dos fundadores do PMDB, o deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) é um dos parlamentares que defendem com mais veemência a cassação de um de seus correligionários, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ao blog do jornalista Josias de Souza, o parlamentar se mostrou decepcionado com colegas da oposição, que, segundo ele, caem no jogo de Cunha a fim de desenrolar a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
“Ocorre justamente o contrário. Com Cunha, o impeachment vira lorota, fica mambembe. É o sujo achando que vai ajudar a afastar a mal lavada”, declarou ex-governador pernambucano.

“Cunha é doente, psicopata, um cínico. Como confiar numa pessoa que mente sobre contas bancárias na Suíça, já confirmadas pela Procuradoria? A oposição acaba de fazer mais uma reunião com esse personagem para discutir o impeachment. As pessoas continuam acreditando nele. Se for bom para ele, Cunha atropela Dilma. Se não for conveniente, ele posterga. E a oposição está nesse jogo, que tira a legitimidade do impeachment”, acrescentou.

Jarbas fez menções nominais àqueles que, em sua opinião, têm aceitado jogar segundo as regras de Cunha. “Me dá um desânimo danado ver pessoas como Mendonça Filho [DEM-PE], que foi meu vice no governo de Pernambuco; Aécio Neves [PSDB-MG], que acaba de sair bem-posto de uma disputa presidencial; Carlos Sampaio [PSDB-SP], que é promotor de Justiça, toda essa gente sendo ludibriada por Eduardo Cunha. É triste,” completou.

A indignação de Jarbas fica mais evidente quando ele ressalta, na entrevista, que a oposição continua a se encontrar com Cunha para discutir impeachment, mesmo após a Procuradoria-Geral da República (PGR) tê-lo denunciado por suposto envolvimento com os desvios de recursos da Petrobras.

Ele ainda relembrou que a PGR confirmou que o Ministério Público da Suíça enviou documentos que originaram abertura de inquérito contra Cunha, por corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Segundo relatório da instituição europeia, Cunha é beneficiário final de duas contas ativas com saldo de US$ 2,4 milhões, que estão bloqueados, no banco Julius Baer.

Joaquim Barbosa diz que PSDB não pode ser levado a sério

Pragmatismo Político

Enaltecido pelos tucanos desde que relatou o processo do mensalão, Joaquim Barbosa usou as redes sociais para criticar a ‘hipocrisia’ do PSDB diante das graves acusações que pesam sobre Eduardo Cunha. Para o ex-presidente do STF, a legenda não pode ser levada a sério.

Joaquim Barbosa se posicionou nas redes sociais sobre a hipocrisia e o jogo de interesses que norteiam as relações políticas no Brasil

Joaquim Barbosa se posicionou nas redes sociais sobre a hipocrisia e o jogo de interesses que norteiam as relações políticas no Brasil

O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa usou o Twitter nesta terça-feira para criticar o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o PSDB, e o “comportamento dos políticos”, que, segundo ele, “só pensam numa coisa: no dinheiro das empresas”.

Foram três posts de Joaquim Barbosa em oito minutos, entre 15h23 e 15h31:

“Notem o comportamento dos políticos: a) nossa economia está aos frangalhos, mas eles só pensam numa coisa: no dinheiro das empresas!”, escreveu na primeira mensagem, em alusão ao financiamento empresarial de campanha eleitoral, derrubado pelo Supremo e pela presidente Dilma Rousseff (PT).

Na segunda mensagem, o ex-presidente do Supremo apontou para Eduardo Cunha, embora não tenha citado seu nome. “b) contra o presidente de uma das Casas do Congresso há acusações de crimes graves, mas ele é apoiadíssimo pelo PSDB!”, disse, emendando. “Dá para levar essa gente a sério? Não dá, né?”

O líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Carlos Sampaio (SP), afirmou na tarde dessa segunda-feira que o partido vai aguardar mais informações quanto à existência de contas bancárias na Suíça em nome de Eduardo Cunha, além do suposto envolvimento do peemedebista em esquemas de corrupção, já denunciado pela Procuradoria-Geral da República ao STF

De acordo com Iliminar Franco, colunista de O Globo, existe um acordo de bastidores entre Eduardo Cunha e os tucanos. Isto é, o PSDB considera que, mesmo com milhões em contas na Suíça supostamente oriundos da corrupção na Petrobras, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), pode conquistar um “papel de herói” no Brasil. Para isso, Cunha precisaria dar o pontapé inicial no processo de impeachment de Dilma Rousseff.

Valores bloqueados

A Suíça bloqueou valores estimados em US$ 5 milhões em contas atribuídas ao presidente da Câmara e a familiares dele. Nesta terça-feira, o Ministério Público da Suíça negou a versão do deputado de que ele desconhece o teor das notícias veiculadas sobre suas contas no país europeu e garantiu que o parlamentar foi alertado sobre o congelamento de seu dinheiro.

“Eduardo Cunha foi informado sobre o congelamento de seus ativos”, declarou a Procuradoria-Geral da Suíça em um comunicado oficial.

A morte das revistas semanais brasileiras

Por : Paulo Nogueira

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Fernando Morais e as capas das revistas semanais de maior circulação no país

 

É a morte do jornalismo semanal. E uma morte infame, desonrosa, suja.

Tantas revelações em torno de Eduardo Cunha com suas contas na Suíça, e nenhuma revista semanal o deu na capa.

Que ele precisaria fazer para ir para a capa da Veja, da Época e da IstoÉ?

A mídia fala tanto em corrupção, e quando aparece um caso espetacular destes finge que não viu.

É uma amostra do que a imprensa sempre faz quando se trata de político amigo: joga a corrupção para baixo no tapete.

Isto se chama manipulação.

O brasileiro ingênuo é, simplesmente, ludibriado. Depois, corre para as redes sociais para vomitar as besteiras que leu na imprensa.

Durante a semana a mesma coisa ocorrera com os jornais. Eles esconderam o caso Cunha.

Fernando Morais comentou as capas logo na manhã de sábado. Notou, com razão, que parte disso é culpa do próprio PT por ter enchido de dinheiro público empresas de mídia que desinformam e não hesitam em sabotar a democracia quando sentem que seus inumeráveis privilégios correm risco.

As capas das revistas semanais e as primeiras páginas dos jornais nestes dias demonstram que, na prática, existe um monopólio na mídia brasileira.

São quatro ou cinco famílias, e na verdade uma só voz.

Não fosse a mão invisível do mercado, para usar a grande expressão de Adam Smith, e o poder das grandes corporações jornalísticas seria um obstáculo formidável ao avanço social brasileiro.

Mas a mão invisível trouxe a internet, e com ela um jornalismo que se contrapõe ao gangsterismo editorial das grandes corporações.

Fazer jornais e revistas de papel é coisa para grandes empresas, pelo tamanho dos investimentos necessários.

Mas montar um site é barato. Você não tem que imprimir sua publicação em gráficas, pagar uma distribuidora, comprar papel em fábricas finlandesas e coisas do gênero.

Seu custo é infinitamente mais baixo.

Paralelamente, a voz única das grandes corporações abre um espaço enorme para visões de mundo diferentes.

Foi assim que surgiu e floresceu, na internet, um jornalismo dissidente vital para a democracia nacional.

Considere: sob Getúlio e Jango, vítimas da imprensa, não houve contraponto à narrativa golpista da imprensa.

(Getúlio, um homem de visão, tentou resistir aos barões da imprensa com a criação de um jornal, a Última Hora, mas era quase nada diante da avalanche dos grandes jornais.)

Avalie como seriam as coisas sem o contraponto dos sites independentes.

O caso Eduardo Cunha mostra muitas coisas, e não apenas sobre a mídia. Estampa a parcialidade da Justiça e da Polícia Federal, também.

Cunha tinha que estar dedicando todo o seu tempo a se defender das acusações terríveis que pairam sobre ele.

Em vez disso, trama a derrubada de Dilma como se não tivesse nada além do impeachment em sua agenda.

Ele só faz isso porque sabe que goza de ampla proteção.

Essa proteção ficou grotescamente evidente neste final de semana, nas bancas brasileiras, com as capas das revistas semanais.

Sobre o Autor

O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

Segundo El País, Hildo Rocha é pitbull de Educardo Cunha

eduardocunhahildo (2)El País

O poder do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ficou abalado depois das denúncias da Procuradoria, mas sua rede de aliados na Câmara dos Deputados é extensa. O peemedebista tem a sua tropa de choque, os pitbulls e os ‘paus-mandados’, segundo os congressistas que convivem com ele. ‘Pau mandado’ é como o delator Alberto Yousef se referiu, em depoimento à Justiça, aos parlamentares que seguem as orientações do polêmico deputado.

A linha de frente de defesa de Cunha está principalmente entre os integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobras. É um grupo de parlamentares que atuam para desmentir delatores que incriminam os políticos na operação Lava Jato. Entre eles, estariam o presidente da comissão, o deputado Hugo Motta (PMDB-PB) e André Moura (PSC-SE). Os dois são os únicos que tiveram até agora acesso à investigação feita pela consultoria Kroll, contratada pela CPI por 1 milhão de reais, sobre 12 réus do esquema de desvio de recursos da Petrobras.

No grupo dos pitbulls estão alguns parlamentares espalhados por diversas comissões que agem para garantir os interesses de Cunha, como a celeridade no processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT). Um deles é o deputado Hildo Rocha (PMDB-MA). Nesta semana, por exemplo, ele discutiu duramente com a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) durante uma reunião da Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional. A razão, foi ela não ter acatado um pedido feito por ele sobre o julgamento das contas de Rousseff. A análise dessas finanças pelo Tribunal de Contas da União pode resultar no pedido de destituição.

Já entre os chamados ‘paus-mandados’, estão os que agiram conforme a vontade do parlamentar até mesmo para obter o pagamento de propinas, diz o Ministério Público Federal e delatores da operação Lava Jato. Dois deles são a ex-deputada Solange Almeida e o deputado federal Celso Pansera. Almeida teria feito um requerimento a fim de pressionar o lobista da empresa Samsung Heavy Industries, Julio Camargo, a voltar a pagar propina para Cunha, conforme a denúncia da procuradoria. Ela nega.

Pansera ganhou esse incômodo apelido porque, na CPI da Petrobras, solicitou a quebra de sigilo de familiares do doleiro Alberto Yousseff, um dos principais delatores da operação. Ele admite ser aliado de Cunha, mas diz que age de acordo com sua consciência.

Em alguns momentos, Cunha também se apoia em movimentos que pedem a saída de Rousseff do cargo. Entre eles estão a Força Sindical, do deputado Paulo Pereira da Silva (SD), com quem se reuniu nesta sexta-feira, e militantes do Movimento Brasil Livre, que promovem protestos pelo país contra Rousseff, mas poupam Cunha.

Flávio Dino considera posição de Eduardo Cunha desbaratada

Efrém Ribeiro, para O Globo

flaviodinoTERESINA (PI) – Em reunião dos governadores do Nordeste, que acontece em Teresina, Rui Costa (BA) e Flávio Dino (MA) repercutiram a entrevista do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em que ele anunciou o rompimento com o governo. Dino (PCdoB) declarou estar preocupado com a evolução da crise política aprofundada com as declarações de Cunha. O governador disse estar apreensivo com a evolução da atual conjuntura e acha necessário que os governadores do Nordeste mostrem sua preocupação com essa situação.

– Devemos separar a agenda da polícia, do Ministério Público e da Justiça da agenda da política porque está ocorrendo uma confusão generalizada dos gênios da política e da polícia e que, atravessando o próximo semestre deste ano, vai causar uma inviabilização institucional. Nós temos um ponto de convergência que é a defesa de um conceito, deixando de lado as divergências políticas e ideológicas, superando as questões que é a defesa constitucional do mandato da presidente Dilma e do vice-presidente Michel Temer, por que isso responde ao debate – declarou Flávio Dino.

O governador do Maranhão considerou as posições do deputado Eduardo Cunha como desbaratada, assim como as propostas de golpe militar que surgem no debate político.

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), disse que a pregação de que existe no brasil uma crise política e pedido de golpe está afastado da realidade cotidiana do povo brasileiro. Em relação à entrevista de Eduardo Cunha, Rui Costa declarou que é preciso dialogar, mas não com os que querem afundar o país, e sim com o povo brasileiro.

– Essa é a melhor forma de apresentar uma agenda que é do cotidiano do povo, por isso, eu acho que o governo federal precisa de imediato criar uma nova agenda submetendo a justiça aqueles que cometeram erros mas que tenham amplos diretos de defesas e possam ser julgados por eventuais erros – falou Rui Costa.

Ele disse que as investigações da Operação Lava-Jato e a punição dos responsáveis pelos atos de corrupção têm que ser levadas adiante, mas não é possível paralisar o país.

– O colapso do país, a quebra da constitucionalidade, a quebra do respeito ao voto, que é a base da democracia, pode ir para o colapso e para uma crise sem perspectiva, sem solução, que o país com certeza nunca tenha vivido vivido, ou apenas vivido só no período da ditadura militar quando isso não interessa aos homens de bom senso e homens e mulheres que amam este país – declarou Rui Costa.

As declarações de Flávio Dino e Rui Costa foram feitas durante a reunião dos governadores do Nordeste em Teresina, realizada nesta sexta-feira. Estavam presentes os governadores Wellington Dias (Piauí), Paulo Carneiro (Pernambuco), Camilo Santana (Ceará), Ricardo Coutinho (Paraíba), Renan Calheiros Filho (Alagoas), vice-governador Robson Farias que está em exercício do governo do Rio Grande do Norte e o Belivaldo Chagas que está substituindo o governador de Sergipe.

Ao lado de Hildo Rocha, Eduardo Cunha anuncia rompimento com Dilma

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O presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) anunciou rompimento com o governo Dilma nesta sexta-feira (17). O curioso é que o anúncio foi feito um dia após vir público o depoimento do consultor da Júlio Camargo à Justiça Federal do Paraná, no âmbito da operação Lava Jato, no qual ele afirma ter pago US$ 5 milhões em propina a Cunha. O peemedebista alega que o governo o colocou nas investigações para pressionar pelo seu apoio.

O peemedebista afirmou que não fala pelo partido, mas que defenderá o rompimento no congresso da legenda. O PMDB, em nota, disse que a decisão de Cunha é “pessoal”.

Chamou a atenção o fato deputado federal Hildo Rocha (PMDB-MA) estar ao lado de Cunha endossando o rompimento. Como é de conhecimento público, Hiildo é aliado de primeira hora de Sarney. Um claro recado do oligarca de que está apoiando o rompimento.

O PMDB prepara cada vez mais forte o golpe do impeachment para tomar o poder central do país.